SóProvas


ID
3495817
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Vila Velha - ES
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Por que a educação moderna criou adultos

que se comportam como bebês 


      Os alunos do 3º ano de uma das melhores escolas de ensino médio dos Estados Unidos, a Wellesley High School, em Massachusetts, estavam reunidos, numa tarde ensolarada no mês passado, para o momento mais especial de sua vida escolar, a formatura. Com seus chapéus e becas coloridos e pais orgulhosos na plateia, todos se preparavam para ouvir o discurso do professor de inglês David McCullough Jr. Esperavam, como sempre nessas ocasiões, uma ode a seus feitos acadêmicos, esportivos e sociais. O que ouviram do professor, porém, pode ser resumido em quatro palavras: vocês não são especiais. (...) “Ao contrário do que seus troféus de futebol e seus boletins sugerem, vocês não são especiais”, disse McCullough logo no começo. “Adultos ocupados mimam vocês, os beijam, os confortam, os ensinam, os treinam, os ouvem, os aconselham, os encorajam, os consolam e os encorajam de novo. (...) Mas não tenham a ideia errada de que vocês são especiais. Porque vocês não são.”

      O que aconteceu nos dias seguintes deixou McCullough atônito. Ao chegar para trabalhar na segunda-feira, notou que havia o dobro da quantidade de e-mails que costumava receber em sua caixa postal. Paravam na rua para cumprimentálo. Seu telefone não parava de tocar. Dezenas de repórteres de jornais, revistas, TV e rádio queriam entrevistá-lo. Todos queriam saber mais sobre o professor que teve a coragem de esclarecer que seus alunos não eram o centro do universo. Sem querer, ele tocara num tema que a sociedade estava louca para discutir – mas não tinha coragem. Menos de uma semana depois, McCullough fez a primeira aparição na TV. Teve de explicar que não menosprezava seus jovens alunos, mas julgava necessário alertá-los. “Em 26 anos ensinando adolescentes, pude ver como eles crescem cercados por adultos que os tratam como preciosidades”, disse ele a ÉPOCA. “Mas, para se dar bem daqui para a frente, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha, que nenhum é mais importante que o outro.”

      A reação ao discurso do professor McCullough pode parecer apenas mais um desses fenômenos de histeria americanos. Mas a verdade é que ele tocou numa questão que incomoda pais, educadores e empresas no mundo inteiro – a existência de adolescentes e jovens adultos que têm uma percepção totalmente irrealista de si mesmos e de seus talentos. Esses jovens cresceram ouvindo de seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma autoestima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo real. (...)

      Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende). Eles se acham os mais competentes no trabalho (se recebem críticas, é porque o chefe tem inveja do frescor de seu talento). (...)

      Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos.

Camila Guimarães e Luiza Karam in Revista Época 13/07/2012

A oração destacada em: “todos se preparavam PARA OUVIR O DISCURSO DO PROFESSOR DE INGLÊS DAVID MCCULLOUGH JR.” expressa, no contexto, ideia de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    “todos se preparavam PARA OUVIR O DISCURSO DO PROFESSOR DE INGLÊS DAVID MCCULLOUGH JR.”

    Temos a preposição "para" indicando valor semântico de fim, objetivo, finalidade e dando início a uma oração subordinada adverbial final reduzida do infinitivo.

    ☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Observe que a estrutura é uma oração subordinada à principal. O sentido encerrado por ela, pela subordinada, é o de finalidade. Todos se prepararam com um objetivo, com uma finalidade: para ouvir o discurso. Porquanto, há oração subordinada adverbial final.

    a) Incorreto. As orações subordinadas adverbiais causais são encertas por conjunções ou locuções conjuntivas como "porque", "pois", "visto que";

    b) Incorreto. Não se expressa consequência de uma ação e sim a finalidade desta;

    c) Incorreto. As orações subordinadas adverbiais conformativas são encertas por conjunções como "conforme", "consoante";

    d) As orações subordinadas adverbiais proporcionais são insertas por locuções conjuntivas como "à medida que", "à proporção que";

    e) Correto. É esse o sentido da oração em destaque no enunciado.

    Letra E

  • a) causa.

    porque, visto que, já que, pois

    b) consequência.

    tão/ tamanho/ tanto/ ... que

    c) conformidade.

    conforme, consoante,segundo

    d) proporção.

    à medida que, à proporção que (Elas devem ser acentuadas OBRIGATORIAMENTE)

    e) finalidade.

    BIZU: Na maioria das questões caem a fim de que ou PARA + VERBO NO INFINITIVO.

    Como na questão veio PARA + OUVIR (verbo no infinito), logo, temos uma conjunção que indica finalidade.

    Gab. E

  • Liguei a lógica "Todos se preparavam ....com o sentido de final pra eu lembrar da conjunção(PARA).

  • Troque PARA por FINALIDADE

  • PARA= INDICA VALOR SEMÂNTICO DE FIM

    TODOS SE PREPARAVAM COM A FINALIDADE DE OUVIR O ........

  • Conectivos de finalidade : PARA, PARA QUE, AFIM DE, AFIM DE QUE .

    DICA QUENTE !

    Em caso de dúvida troque um conectivo pelo outro e veja o sentido .

    EX :

    Todos se prepararam PARA ouvir o discurso .

    Conectivos CAUSAIS : Que, porque, já que, visto que, desde que .

    Todos se prepararam JÁ QUE ouvir o discurso ( SENTIDO É PREJUDICADO ).

    #QUEM ESTUDA PASSA !!!!!!!!!