SóProvas


ID
3497290
Banca
FCC
Órgão
SEGEP-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A voz das celebridades


      A propósito dos modismos jornalísticos: na ânsia de surpreender o leitor, houve a voga de colher opiniões de figuras públicas sobre assuntos que fugiam às suas especialidades. Botar o cirurgião célebre, por exemplo, para falar de arte cinematográfica, ou o jogador de futebol para comentar uma portaria do Banco Central. Quem vamos ouvir sobre este assunto? − perguntava-se nas redações, em sôfrega procura pelo enfoque “original”. Logo se destacaram, no picadeiro midiático, umas tantas figuras sempre prontas a deitar falação sobre o que quer que fosse. A tal ponto que um dia, na revista em que trabalhava, resolveu-se juntar os falastrões numa só matéria, onde se expusessem ao ridículo. O que se viu foi um economista palpitando sobre balé e um bailarino a discursar sobre finanças. Deu a maior confusão, naturalmente. Mas a matéria deixou exposto um modismo jornalístico inaceitável.

(Adaptado de: WERNECK, Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2011, p. 102-103) 

Há correta articulação entre os tempos e modos verbais e pleno atendimento às normas de concordância na frase:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva E

    Caso caiba a um economista emitir opiniões sobre um balé, por que não se permitirá aos bailarinos opinarem sobre o mercado de ações?

  • Gabarito E.

    a ) Havendo a ilusão de que as celebridades possam falar sobre qualquer assunto, dispensar-se-á (o correto seria ''dispensar-se-ão'', pois deve concordar com ''especialistas'') os especialistas em determinados temas.

    b) Se convocarmos um cirurgião para dissertar sobre o que não entendesse, de nada nos viriam (acredito que o correto seria ''virá'') a valer em seus conhecimentos como médico.

    c) Logo se destacariam, nos múltiplos espaços midiáticos, quem estiver (o correto seria ''estivesse'' )disposto a dar opinião sobre quaisquer temas que surgem.

    d) Resolveram alguns jornalistas que iriam juntar falastrões diversos para que estes evidenciem (o correto seria ''evidenciassem'') a impropriedade que regem suas opiniões.

    e) Caso caiba a um economista emitir opiniões sobre um balé, por que não se permitirá aos bailarinos opinarem sobre o mercado de ações? (Correta)

    Se houver algum erro, por favor, avisem-me.

  • a) A forma verbal "possam" está conjugada no Presente do Subjuntivo, devendo ser substituída por "poderão" (Futuro do Presente do Indicativo), a fim de atingir a adequada correlação com a forma "dispensar-se-ão", flexionada nos mesmos tempo e modo verbais. 

     Além disso, o segmento "dispensar-se-á os especialistas" é uma estrutura de voz passiva sintética, em que o sintagma "os especialistas" exerce a função de sujeito, razão por que o verbo "dispensar" deve ser flexionado na terceira pessoa do plural. Equivale semanticamente à construção "Os especialistas serão dispensados em determinados temas".

     b) A forma verbal "convocarmos" está conjugada no Futuro do Subjuntivo, razão por que a forma "viriam", flexionada no Futuro do Pretérito do Indicativo, deve ser substituída por "virá", conjugada no Futuro do Presente. Assim, atingir-se-á a correlação verbal harmônica.

     c) A forma verbal "destacariam" está conjugada no Futuro do Pretérito do Indicativo, exprimindo noção de hipótese, possibilidade. Por isso, o verbo "estar" deve ser flexionado no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, apresentando-se sob a forma "estivesse": Logo se destacariam (...) quem estivesse disposto (...)

     Ademais, o verbo "surgir" deve ser conjugado no Futuro do Subjuntivo: quaisquer temas que surgirem.

     d) A forma verbal "iriam" está conjugada no Futuro do Pretérito do Indicativo. O verbo "ir, no entanto, deveria ser conjugado no Futuro do Presente do Indicativo, a fim de correlacionar-se adequadamente no contexto.

     Vale destacar, ainda, que o verbo "reger" deve ser flexionado na terceira pessoa do singular, concordando com o termo "impropriedade", retomado pelo pronome relativo "que": Resolveram alguns jornalistas que IRÃO juntar falastrões diversos para que estes EVIDENCIEM a impropriedade que REGE suas opiniões.

    e) A forma verbal "permitirá" está conjugada no Futuro do Presente do Indicativo, correlacionada harmonicamente com "opinarem", flexionada no Futuro do Subjuntivo. Vale destacar que, nesse contexto, a forma verbal "caiba" está conjugada no Presente do Subjuntivo, imprimindo à sentença a ideia de possibilidade, reforçada pela conjunção "Caso". (GABARITO)

  • Impossível

  • Essa questão pode ser resolvida considerando os conceitos de "Correlação", onde:

    1) Futuro do Subjuntivo se liga à: > Futuro Presente Indicativo

    > Presente Indicativo

    > Imperativo

    2) Pretérito Imperfeito Subjuntivo > Futuro Pretérito Indicativo

    > Pretérito Imperfeito Indicativo

    3) Presente Subjuntivo > Futuro Presente Indicativo

    > Presente Indicativo

    > Imperativo

    4) Pretérito Imperfeito Indicativo > Pretérito Perfeito Indicativo

    No caso da letra E:

    "Caso caiba a um economista emitir opiniões sobre um balé, por que não se permitirá aos bailarinos opinarem sobre o mercado de ações."

    Se encaixa na combinação número 1, onde o Futuro do Subjuntivo (emitir / opinarem) se ligam ao Futuro do Presente do Indicativo (permitirá).

  • o por que está certo na letra E