Questão 3497893

• Banca: FCC
• Órgão: SABESP
• Ano: 2018
• Provas: FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Superior
• Disciplina: Português
• Assuntos: Coesão e coerência; Interpretação de Textos; Pontuação

[Escrever bem]

      Antigamente os professores do ensino médio ensinavam a escrever mandando fazer redações que puxavam para a grandiloquência, o preciosismo ou a banalidade: descrever uma floresta, uma tempestade, o estouro da boiada; comentar os males causados pelo fumo, o jogo, a bebida; dizer o que pensa da pátria, da guerra, da bandeira. Bem ou mal, íamos aprendendo, sobretudo porque os professores ainda tinham tempo para corrigir nossos exercícios. Mas o efeito podia ser duvidoso: seriam textos interessantes?

      Por isso, talvez seja melhor adotar o ponto de vista do escritor norte-americano O. Henry. Não lembro onde li que um rapaz lhe perguntou o que devia fazer para se tornar escritor, esperando provavelmente de volta o conselho clássico do temporal, do mar bravio, da batalha. Mas O. Henry lhe disse apenas o seguinte: “Descreva uma galinha atravessando um pátio; se conseguir, será escritor”.

(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. O albatroz e o chinês. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2010, p. 205-206) 

Alterada a pontuação original, mantém-se correta a redação do seguinte segmento do texto:

• A. Antigamente, os professores do ensino médio, ensinavam a escrever, mandando fazer redações que puxavam pela grandiloquência.
• B. Antigamente, os professores do ensino médio ensinavam a escrever mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.
• C. Antigamente, os professores do ensino médio, ensinavam a escrever: mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.
• D. Antigamente os professores do ensino médio ensinavam a escrever, mandando fazer redações, que puxavam, pela grandiloquência.
• E. Antigamente os professores do ensino médio, ensinavam a escrever, mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.

Gabarito: B

Comentários

• ✅ Gabarito: B

  A) Antigamente, os professores do ensino médio, ensinavam a escrever, mandando fazer redações que puxavam pela grandiloquência → vírgula separando incorretamente o sujeito de seu verbo (=o mesmo ocorre nas letras: C e E).

  B) Antigamente, os professores do ensino médio ensinavam a escrever mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.

  C) Antigamente, os professores do ensino médio, ensinavam a escrever: mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.

  D) Antigamente os professores do ensino médio ensinavam a escrever, mandando fazer redações, que puxavam, pela grandiloquência → complemento verbal sendo separando incorretamente pela vírgula.

  E) Antigamente os professores do ensino médio, ensinavam a escrever, mandando fazer redações, que puxavam pela grandiloquência.

  ☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

• valeu guerreiro!!!!

• Entre sujeito e verbo não há vírgula; não se separa.

• Complementando:

  Não se usa vírgula antes do gerúndio ou da oração gerundial que:

  1) Denota meio, modo ou instrumento

  Ele subiu as escadas correndo.

  Ela estuda português ouvindo música.

  2) Equivale a uma oração adverbial na sua ordem habitual (não anteposta nem intercalada). Constata-se esse uso mais frequentemente quando a oração gerundial indica uma finalidade (responde à pergunta “para quê?”).

  Telefonou para sua mulher dizendo que ia chegar mais tarde.

  Emitiu nota oficial informando que os culpados seriam punidos.

  3) Tem a função de uma oração adjetiva restritiva:

  Devemos redigir um texto alertando sobre a prevenção de doenças. (= Devemos redigir um texto que alerte sobre a prevenção de doenças.

  Vi um homem engolindo fogo ( =Vi um homem que engolia fogo)

  Obs.: Observe que, nos casos de gerúndio sem vírgula, a indicação é sempre de ações simultâneas.

  Fonte: Biaobresil

  http://www.biaobresil.com/quando-usar-virgula-antes-de-gerundio/