SóProvas


ID
3728542
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Orlândia - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Feliz por nada

    Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
    Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou.
    Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
    Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
    Feliz por nada, nada mesmo?
  Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza.
  “Faça isso, faça aquilo.” A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
   Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
   Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
   Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
    Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
    Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
   A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
    Ser feliz por nada talvez seja isso.


(MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Disponível em: https://www.
refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-martha-medeiros. Acesso em:
20/09/2019.) 

Em “Feliz porque alguém o elogiou” (2º§), é correto afirmar que a palavra destacada é um pronome que exerce a função de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    ✓ Feliz porque alguém o elogiou” (2º§)

    ➥ O pronome oblíquo átono "o" está completando o sentido do verbo "elogiou" (=elogiou alguém= "o"). O verbo "elogiar" é transitivo direto (=trata-se daquele verbo que pede um complemento que se inicie sem preposição). 

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Duas instruções te fazem acertar questões desse tipo:

    I) O (s) , A(s)= objetos diretos

    II) elogiou alguém = OD.

    Bons estudos!

  • Gab: A

    "Feliz porque alguém o elogiou” 

    >> Verbo da oração: Elogiou!

    Tirando as partes desnecessárias da frase teremos: "alguém o elogiou"

    >> Elogiar: Quem elogia, elogia algo ou alguém >> VTD >> Exige complemento direto (objeto direto);

    >> No caso, quem elogiou, "elogiou-o" >> elogiou "ele" >> O "o" está fazendo papel de objeto direto.

  • O (S), A(S) --- OBJETO DIRETO

    LHE(S) ---- OBJETO INDIRETO.

  • A questão é sobre sintaxe e teremos que indicar qual a classificação sintática da palavra sublinhada.

    “Feliz porque alguém o elogiou”

    a) Objeto direto.

    Correta. O verbo elogiar exige um complemento sem a preposição, percebam que ao perguntar "elogiou quem?" é possível fazer tal pergunta sem necessitar de usar a preposição. Logo o termo é um objeto direto, pois completa o sentido de um verbo transitivo direto.

    b) Objeto indireto.

    Incorreta. Foi explicado na alternativa anterior que se trata de um objeto direto. Outro fator a se observar é que o pronome "o" não é utilizado nunca para substituir objeto indireto.

    c) Predicativo do sujeito.

    Incorreta. O predicativo do sujeito é um termo que atribui uma característica ao sujeito e não um pronome que o substitui.

    Ex: O menino é legal.

    d) Complemento nominal.

    Incorreta. Não poderia ser complemento nominal, visto que são iniciados por preposição e como o nome diz, completa nome e não verbo.

    Ex: necessidade de paz

    GABARITO A