SóProvas


ID
3832183
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão..

Os imortais

   De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a longevidade dele.
   Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século. Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que ele vai conhecer o novo milênio?
  Esse pensamento ganhou forma com um ensaio primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
    Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
  Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia, ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a doença serão revertidos em 2119.
   Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás, será demasiado tarde até para os nossos filhos.
   Mas não será para os nossos netos. Com essa data imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o nosso (injusto) destino?
   O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação filosófica. E a autora termina a sua indagação com um pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico legado.
     Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível e a humanidade eterna.
    A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos: “Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme, Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia todos os dias.
   Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente, deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
   Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua existência.
    E esse sentido não está no hipotético legado que deixará para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente. Quando isso acontece – quando o personagem encontra um propósito para si próprio e na relação com os outros – ele consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
    Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada de sentido.

(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, entre parênteses, a reescrita do trecho destacado segue a norma-padrão de emprego dos pronomes.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C

     a) Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século. (conhecer-lhe) → INCORRETO. Conhecer alguma coisa ou alguém (=pronome oblíquo átono "lhe" sendo usado incorretamente como um objeto direto).
     b) Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e a morte... (conquistar-lhes) → INCORRETO. Conquistar alguma coisa (=pronome oblíquo átono "lhes" sendo usado incorretamente como um objeto direto).
     c) ... se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros... (lhes deixamos) → CORRETO. Deixamos a alguém (=aos outros/lhes → pronome oblíquo átono "lhes" sendo usado corretamente com a função sintática de objeto indireto). 
     d) A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos... (cita-lhe) → INCORRETO. Cita alguma coisa (=pronome oblíquo átono "lhe" sendo usado incorretamente como um objeto direto).
     e) ... ele consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã seguinte. (quebrar-lhe) → INCORRETO. Quebrar alguma coisa (=pronome oblíquo átono "lhe" sendo usado incorretamente como um objeto direto).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva C

    ... se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros... (lhes deixamos)

  • Complementando ...

    lhe, lhe(s) - podem funcionar como objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adnominal.

    o(s), a(s) - podem funcionar como objeto direto ou sujeito.

    Dessa forma, apenas a letra C está correta.

    .

    .

    At.te

    Foco na missão

  • Substituem objetos diretos:

    Lo (s) , la(s) --- Substituem R, S , Z

    No (s) Na (s) ------Substituem verbos terminados com som nasal

    O (s) A (s)

    Lhe (s) - Objetos indiretos

    A) conhecer algo = VTD

    o próximo século. (conhecer-LO

    B) Mas se a medicina conseguir conquistar

    CONQUISTAR ALGO - VTD

    o envelhecimento e a morte... (conquistar-LOS )

    D) A páginas tantas, Rini cita

    Cita algo = VTD

    um dos meus filmes favoritos... (cita-O)

    E) ... ele consegue finalmente quebrar

    Quebrar algo = VTD

    o feitiço e despertar na manhã seguinte. (quebrar-LO)

  • Na alternativa E, não seria usado a próclise pelo fato de ter um atrativo (finalmente)?

  • Correta, C

    "se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros..(lhes deixamos)

    Quem deixa, deixa algo (legado = objeto direto) a alguém (aos outros = objeto indireto).

    Obs: nesse caso, destaca-se que o pronome "QUE" é fator atrativo de próclise.

    Complementando:

    São substitutos de objetos diretos:

    Lo (s) , la(s), os quais substituem palavras terminadas em R, S , Z;

    No (s) Na (s), os quais substituem verbos terminados com som nasal, e;

    O (s) A (s).

    Substitui objetos indiretos: Lhe (s).

  • Olá guerreiros!

    Questão cobra além de colocação pronominal, mas sim transitividade verbal.

    Entenda que o pronome oblíquo "LHE" é complemento de VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS.

    Sendo assim, os verbos CONHECER,CONQUISTAR,CITAR E QUEBRAR são transitivos diretos.

    Na alternativa "C", justifica-se a próclise devido a atratividade do pronome "que".

    Foco, força e fé!

  • ... se as nossas vidas se justificam pelo legado que deixamos aos outros... (lhes deixamos)

    -----> Pronome usado corretamente, pois o pronome relativo ( que ) e fator atrativo e o verbo deixar e O.I , exigindo o pronome LHE .

    Bons estudos.

  • Gabarito C

    A) ele pôde-o conhecer/ ele pode conhecê-lo OBS: Locução Verbal Gerúndio/Infinitivo= caso não haja palavra atrativa que exija próclise o pronome poderá ficar após o verbo principal ou após o verbo auxiliar

    OBS: pode e conhecer são VTD

    B) mesma regra da Locução Verbal imposta ma acima= consegui-las conquistar/ conseguir conquistá-las

    D) Rini cita-o

    E) ele consegue finalmente o quebrar e despertar na manhã seguinte OBS: finalmente=advérbio (advérbio fator atrativo de próclise)

  • C

    marquei a C e depois mudei para D!!!

    NUNCA esquecer pronome relativo QUE atrai próclise!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • deixamos a alguem

  • GABARITO - C

    Apresenta necessidade de um complemento com preposição, o que é desempenhado pelos oblíquos.

    “lhe, lhes”. (Deixar algo a alguém = aos outros = LHES). 

  • O pronome lhe só funciona quando está atrelado a pessoas

    A única alternativa que menciona alguém é a alternativa C (outros).

    Na guerra usamos as armas que temos.

    Tudo posso naquele que me fortalece.