SóProvas


ID
3898072
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No que se refere às estratégias de intervenção institucional, julgue os itens que se seguem.

I. Há um consenso na literatura de que as estratégias de intervenção institucional devem contribuir para a constituição dos grupos sujeitos nas organizações, em detrimento dos grupos sujeitados.
II. Para René Lourau, a análise institucional deve priorizar o ponto de vista da hierarquia das organizações.
III. Lapassade considerava a intervenção institucional como estratégia disruptiva que prejudicaria a relação entre os diferentes grupos na organização.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito B.

    Erro das demais assertivas:

    II - O conceito de transversalidade nasce com múltiplas referências, sobretudo como tentativa de superação, nas organizações psiquiátricas, da hierarquia vertical e da igualdade horizontal, introduzindo no pensamento institucional outras formas de relação entre os grupos o que designou de grupos sujeito e grupos sujeitados.

    III - A intervenção institucional, do contrário, é importante para as relações na organização.

    Já em relação a I:

    Grupos sujeitos tem auto grau de transversalidade, enquanto grupos sujeitados possuem baixo grau de transversalidade, portanto, deve-se buscar a construção e manutenção de grupos sujeitos.

  • A questão requer conhecimentos acerca das estratégias de intervenção em Análise Institucional


    De acordo com Rossi e Passos (2014), podem ser realizadas intervenções institucionais a partir de três vieses na análise institucional (A.I): a) A.I. em ato ou socioanálise; b) A.I. generalizada; c) A.I. restrita.


    A socioanálise refere-se à  intervenção em organizações-cliente como indústrias, administrações, escolas ou formações. A AI generalizada refere-se ao conjunto de considerações teóricas que formam um reservatório de dados e conceitos para as diversas intervenções institucionalistas. A terceira categoria é relativa a intervenções em instituições específicas: a Igreja, a escola, o Exército.¹


    I - Verdadeiro


    Grupo sujeito e grupo assujeitado são novas formas de relação entre grupos constituídas pela transversalidade no sentido de introduzir o pensamento institucional com objetivo de tentar superar as organizações da hierarquia vertical e igualdade horizontal. 


    Guattari fala de graus de abertura ou quanta de transversalidade dos grupos, interessado pelo que se passa ou se "transfere" em um regime multivetorializado que não mais cabe nos limites da interpessoalidade"¹


    Nesse sentido, Clínica e política se tornam inseparáveis nesta direção da A.I. que renova o conceito de grupo a partir de suas dinâmicas subjetivas: a dinâmica de menor grau de abertura define o grupo assujeitado e a de maior transversalidade, os grupos sujeitos. O tema da subjetividade ganha lugar no discurso institucionalista com o conceito de transversalidade que se materializa em dispositivos que permitem a circulação menos restritiva da palavra e de corpos, abrindo as relações para múltiplas conexões potencializadoras da transformação da realidade dos grupos e das subjetividades"


    II - Falso.


    Na verdade era o oposto. O teórico acreditava que a análise institucional deveria superar a hierarquia: na tentativa de superação, nas organizações psiquiátricas, da hierarquia vertical e da igualdade horizontal, introduzindo no pensamento institucional outras formas de relação entre os grupos¹ (grupos sujeito e grupos assujeitados)


    III - Falso


    A intervenção é uma estratégia facilitadora de grupos, ela “ expande e articula aos movimentos grupais em seus diferentes graus de abertura. Guattari fala de graus de abertura ou quanta de transversalidade dos grupos, interessado pelo que se passa ou se "transfere" em um regime multivetorializado que não mais cabe nos limites da interpessoalidade."¹



    Gabarito da Professora: Letra B.


    ¹ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise institucional: revisão conceitual e nuances da pesquisa-intervenção no Brasil. Rev. Epos,  Rio de Janeiro ,  v. 5, n. 1, p. 156-181, jun.  2014 .   Disponível online Site Scielo