A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário).
a) Não lhe quero pedir dinheiro para mais nada.
Correto. O advérbio "não" atrai para perto de si o pronome "lhe". Para fins de curiosidade, é possível antepor o pronome oblíquo ao advérbio "não". Exs.:
I - Ele me não disse;
II - Tudo o que quero é que lhe não façam mal;
III - Infelizmente, temo o não ajudar.
IV - "Se me não perseguires a tua má língua..." (Bernardo Guimarães)
A despeito da raridade de uso, a colocação em I, II, III e IV apresenta validade e está exposta em Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, p.604.
b) Direi-lhe a surpresa na hora certa. Nem adianta insistir.
Incorreto. Faz-se imprescindível o uso da mesóclise, tendo em conta que a forma verbal está no futuro do presente e o pronome oblíquo não pode encabeçar orações. A única colocação disponível para o pronome se dá entre o radical e a desinência: "dir-lhe-ei"; todavia, se respeitada a condição anterior de não encabeçar frases, mesmo que haja verbo no futuro, seja do pretérito, seja do presente, o pronome pode antecipar-se ao verbo:
I - Eu lhe direi minhas exigências;
II - Os homens lhe farão o favor pedido;
III - Ele se certificará de que se cumpra o decreto;
IV - Essa atitude altruísta nos faria bem.
c) “Aqui se faz! Aqui se paga!”
Correto. Ambos os advérbios (aqui) atraem para perto de si o pronome "se";
d) Em se tratando de Língua Portuguesa, as gêmeas gabaritaram todas as provas.
Correto. Consagrou-se pelo uso a próclise diante de verbos no gerúndio precedidos de preposição "em".
Letra B