Leia abaixo o trecho de O santo e a porca, de Ariano Suassuna.
EURICÃO — Ai, gritaram ˜Pega o ladrão!˜. Quem foi? Onde está? Pega, pega! Santo
Antônio, Santo Antônio, que diabo de proteção é essa? Ouvi gritar ―Pega o ladrão!‖. Ai, a
porca, ai meu sangue, ai minha vida, ai minha porquinha do coração! Levaram,
roubaram! Ai, não, está lá, graças a Deus! Que terá havido, minha Nossa Senhora?
Terão desconfiado porque tirei a porca do lugar? Deve ter sido isso, desconfiaram e
começaram a rondar para furtá-la! É melhor deixá-la aqui mesmo, à vista de todos,
assim ninguém lhe dará importância! Ou não? Que é que eu faço, Santo Antônio? Deixo
a porca lá, ou trago-a para aqui, sob sua proteção?
SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. 22. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. p. 97.
Nessa passagem, a recorrência da interrogação é um recurso literário revelador da