A repressão aos protestos pró-democracia liderados por estudantes deixou milhares de mortos - até hoje não se sabe o número exato de vítimas.
Os protestos que abalaram Pequim e dezenas de outras cidades na primavera e no verão de 1989 foram desencadeados após a morte, em abril, do líder marginalizado do Partido Comunista Hu Yaobang, defensor do liberalismo econômico e político.
Uma demonstração espontânea de luto público, liderada por estudantes, se transformou rapidamente em grandes manifestações que tomaram as ruas, exigindo que sua reputação fosse reabilitada e que seu legado fosse honrado com reformas democráticas pela liberdade de imprensa e o fim da corrupção no governo.
Em Pequim, a Praça da Paz Celestial, no coração político da capital, chegou a reunir até um milhão de pessoas, com uma profusão de bandeiras, cartazes e barracas.
Com os ventos de mudança que sopravam sobre a Europa Oriental, o então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, chegou a Pequim em meados de maio para participar da primeira cúpula entre os dois países em 30 anos.
Para os líderes chineses, assim como para aqueles que protestavam, o país parecia estar à beira de um momento histórico, e o Partido Comunista chinês estava dividido sobre qual seria a melhor maneira de reagir.
A ala mais radical, que defendia uma reação dura, acabou vencendo.
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