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Gabarito: ERRADO
O ponto de partida da análise da estruturação das áreas e linhas de pesquisa dos PPGSS pressupõe situar sua institucionalização e o desenvolvimento da formação profissional nesse nível de ensino no Brasil. Tal processo teve início na década de 1970, em plena vigência da ditadura militar no país (1964-1980), quando foram estabelecidos os primeiros cursos de mestrado: i) em 1972, na PUC/SP e PUC/RJ; ii) em 1976, na UFRJ; iii) em 1977, na PUCRS; iv) em 1978, na UFPB; v) em 1979, na UFPE. (KAMEYAMA, 1998). Esse processo prosseguiu nas décadas de 1980, 1990 e 2000, com a criação de novos cursos de mestrado e doutorado, em instituições de ensino superior de diferentes regiões do país. Sem dúvida, tal processo, significou, para a profissão, um importante avanço, uma vez que: [...] foi uma expressão de rompimento com a postura positivista que determinava a separação do pensar e do agir, do construir conhecimento, do intervir na realidade social. Essa forma de pensar orientou, durante décadas, o pensamento profissional e situou os assistentes sociais no estágio de meros sujeitos de intervenção profissional e consumidores de teorias onstruídas por outras disciplinas profissionais (YAZBEK; SILVA, 2005, p. 44).
Fonte: Programas de Pós-Graduação em Serviço Social no Brasil: tendências das áreas de concentração, linhas de pesquisa e disciplinas
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ERRADA..
Essa nova modalidade de cursos stricto sensu, os mestrados profissionalizantes, no Brasil, surge nos idos de 2009, expandindo-se em diversas áreas. Seu foco principal da formação é a qualificação técnica para o mercado de trabalho, e não formar pesquisadores conforme o Mestrado acadêmico. São eleitas áreas específicas do conhecimento, cuja formação instrumental/operativa deve melhorar a eficiência da atuação de profissionais nas organizações públicas e privadas, visando à solução dos problemas do país. Os estudantes desses cursos não são preparados para desenvolver a dimensão intelectual, mas apenas o domínio técnico (habilidades, aptidões) que corrija rápida e eficazmente “o mau funcionamento da engrenagem capitalista” (GUERRA, 2012, p. 5).
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Este debate se expressa na significativa produção teórica do Serviço Social brasileiro, que vem gerando uma bibliografia própria, e que tem na criação e expansão da pós‐ graduação, com seus cursos de mestrado e doutorado, iniciada na década de 70, um elemento impulsionador.
É importante lembrar que a pós‐graduação configura‐se, por definição, como espaço privilegiado de interlocução e diálogo entre as áreas do saber e entre diversos paradigmas teórico‐metodológicos. Neste espaço o Serviço Social brasileiro vem dialogando e se apropriando do debate intelectual contemporâneo no âmbito das ciências sociais do país e do exterior. Também neste espaço, o Serviço Social brasileiro desenvolveu‐se na pesquisa acerca da natureza de sua intervenção, de seus procedimentos, de sua formação, de sua história e, sobretudo acerca da realidade social, política, econômica e cultural onde se insere como profissão na divisão social e técnica do trabalho. Avançou na compreensão do Estado capitalista, das políticas sociais, dos movimentos sociais, do poder local, dos direitos sociais, da cidadania, da democracia, do processo de trabalho, da realidade institucional e de outros tantos
temas. Enfrentou o desafio de repensar a assistência social colocando‐a como objeto de suas investigações. Obteve o respeito de seus pares no âmbito interdisciplinar e alcançou visibilidade na interlocução com as ciências sociais, apesar das dificuldades decorrentes da falta de experiência em pesquisa, do fato de defrontar com restrições por se constituir em disciplina interventiva (de "aplicação") e das dificuldades na apropriação das teorias sociais. Nesta década o serviço Social ganha espaço no CNPq como área de pesquisa.
FONTE: FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL BRASIMEIRO NA CONTEMPORANEIDADE - Maria Carmelita Yazbek (artigo)