CRASE E LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
Cidades
Como regra, não se usa o acento indicativo de crase diante dos nomes de cidades, porque eles repelem o artigo definido, como se pode observar: Salvador é uma festa. Venho de Florianópolis. Ele mora em Curitiba. Estivemos em Vitória. Assim sendo, nada de crase:
Bem-vindos a Salvador.
Vamos a Blumenau.
Refiro-me a Imperatriz/MA.
Somente quando modificados por algum elemento restritivo ou qualificativo é que os nomes de cidade podem receber o artigo feminino e portanto a crase. São casos raros:
Bem-vindos à Florianópolis das 42 praias.
Fomos à bela Blumenau.
Refiro-me à Brasília dos excluídos, e não dos políticos endinheirados.
Estados
Em princípio, só dois estados brasileiros admitem a crase: a Bahia e a Paraíba. As demais unidades da Federação ou são nomes masculinos (o Amapá, o Acre, o Amazonas, o Ceará, o Espírito Santo, o Maranhão, o Mato Grosso do Sul, o Pará, o Paraná, o Piauí, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins) ou não são determinados por artigo (Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Roraima, Sergipe). Sendo assim:
Bem-vindos à Bahia.
Vamos à Paraíba e a Santa Catarina.
Esse patrimônio incalculável pertence a Goiás.
Refiro-me ao Rio Grande do Sul e ao Pará.
Quanto a Mato Grosso, embora originalmente o artigo seja dispensável, há uma hesitação: quando não acompanhada da palavra “estado”, é comum (provavelmente por analogia com o Mato Grosso do Sul) a construção “o Mato Grosso, do Mato Grosso, no Mato Grosso”. Mas sempre se dirá “o Estado de Mato Grosso” – é a forma oficial.
Países
A presença da crase diante de um nome de país depende de ser esse nome determinado ou não pelo artigo feminino A. Entre os países que levam artigo – e que constituem a maioria – alguns são masculinos (o Canadá, os Estados Unidos, o Japão, o Chile), outros femininos (a Rússia, a Venezuela, a Índia). Existem países que rejeitam o artigo, como Portugal, Israel, Angola, Moçambique, São Salvador, Liechtenstein. E há nomes que se usam tanto com o artigo quanto sem ele, principalmente quando regidos de preposição – os brasileiros preferem com o artigo; os portugueses, sem ele: na França/em França; da Itália/de Itália; na Espanha/em Espanha; da Inglaterra/de Inglaterra. O mesmo vale para o continente: da Europa/de Europa. Portanto, escrevemos:
Bem-vindos à Argentina.
Quanto à Europa, refiro-me à França, à Áustria e à Alemanha.
O presidente chegou à Inglaterra por volta do meio-dia, mas não foi a Londres.
Enviamos saudações à Colômbia.
Fonte: site Língua Brasil
MACETE
QUEM VAI A E VOLTA DA : CRASE HÁ (vou à Paraíba e volta da Paraíba)
QUEM VAI A E VOLTA DE: CRASE PARA QUE (vou a São Paulo e volto de São Paulo)
A- A curiosidade dos amigos era descobrir com quem ela estava namorando.
Namorar alguém e não namorar COM
B- Na viagem à Argentina, assistimos a belos espetáculos musicais.
Quem vai a Argentina volta da Argentina, então, crase há
Assistir no sentido de ser espectador exige a preposição A
C- Diante de tamanha arrogância, não me simpatizo com o novo diretor geral.
Simpatizar não aceita pronome
D- Muitos ainda não obedecem a Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
Obedeceram A alguma coisa + artigo = crase
E - Com tantos dias de calor, preferi mais as saladas do que as massas.
Preferir uma coisa A outra. O verbo preferir só aceita a preposição A.
gabarito: B
A questão é sobre regência verbal e quer que marquemos a alternativa abaixo CORRETA. Vejamos:
A) A curiosidade dos amigos era descobrir com quem ela estava namorando.
Errado. O verbo namorar é transitivo direto, ou seja, entre e ele e os seus complementos não há preposições, especialmente a preposição "com". Portanto, o correto seria "A curiosidade dos amigos era descobrir quem ela estava namorando."
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B) Na viagem à Argentina, assistimos a belos espetáculos musicais.
Certo. O verbo assistir é transitivo indireto quando tiver significado de "ver, presenciar, comparecer, estar presente, testemunhar...". Portanto, nesse caso, a preposição “a” é obrigatória!
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C) Diante de tamanha arrogância, não me simpatizo com o novo diretor geral.
Errado. Nos sentidos de "ter simpatia, sentir afeição", o verbo simpatizar é transitivo indireto, juntamente com a preposição "com". "Simpatizar" e "antipatizar" não são verbos pronominais, por isso não devemos dizer “eu me simpatizo com fulano”, mas, sim, “eu simpatizo com fulano”. Portanto, o correto seria "Diante de tamanha arrogância, não simpatizo com o novo diretor geral."
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D) Muitos ainda não obedecem a Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
Errado. Obedecer é verbo transitivo indireto e exige a preposição "a". Quem obedece obedece A alguma coisa + A Nova Ortografia da Língua Portuguesa = A + A = À. Portanto, o correto seria "Muitos ainda não obedecem à Nova Ortografia da Língua Portuguesa."
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E) Com tantos dias de calor, preferi mais as saladas do que as massas.
Errado. O verbo preferir é um verbo transitivo direto e indireto e exige dois complementos, um deles usado sem preposição e o outro com a preposição “a”. Quem prefere prefere alguma coisa A outra coisa, e não "prefere alguma coisa DO QUE outra coisa. Portanto, o correto seria "Com tantos dias de calor, preferi mais as saladas ÀS massas.".
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Gabarito: Letra B