SóProvas


ID
4162804
Banca
IDECAN
Órgão
CREF - 5ª Região
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A vida como imperativo cósmico; sem ela, universo seria incompleto

    Durante séculos, os cientistas tentaram explicar o universo por meio de leis físicas, expressas por equações matemáticas. O universo era representado como uma imensa máquina que funcionava sempre de forma estável. A vida e a consciência não tinham lugar nesse paradigma. Era assunto das religiões. Mas tudo mudou quando, a partir dos anos 20, o astrônomo Hubble provou que o estado natural do universo não é a estabilidade, mas a mudança.
    Expansão, auto-organização, complexificação e emergência de ordens cada vez mais sofisticadas são características do universo. E a vida? Não sabemos como surgiu. O que podemos dizer é que a Terra e o inteiro universo trabalharam bilhões de anos para criar as condições do nascimento dessa belíssima criança que é a vida. É frágil porque pode facilmente adoecer e morrer. Mas também é forte porque nada até hoje, nem os vulcões, nem os terremotos, nem os meteoros, nem as dizimações em massa em eras passadas conseguiram extingui-la totalmente.
    Para que surgisse a vida, foi preciso que o universo fosse dotado de três qualidades: ordem (vinda do caos), complexidade (oriunda de seres simples) e informação (originada pelas conexões de todos com todos). Mas faltava ainda um dado: a criação dos tijolinhos com os quais se constrói a casa da vida.
    São os ácidos e demais elementos que permitem todas as combinações e todas as transformações. Assim, não há vida sem que haja a presença do carbono, do hidrogênio, do oxigênio... Enfim, dos 118 elementos da tabela periódica. Temos, portanto, o mesmo código genético de base criando a unidade sagrada da vida, dos micro-organismos até os seres humanos. Todos somos, de fato, irmãos e irmãs, como afirma o papa Francisco em sua encíclica sobre a ecologia integral, porque somos formados pelos mesmos 20 aminoácidos e quatro bases nitrogenadas (adenina, timina, guanina e citosina).
    Mas faltava um berço que acolhesse a vida: a atmosfera e a biosfera, com todas as substâncias essenciais para a vida – o carbono, o oxigênio, o metano, o ácido sulfúrico, o nitrogênio e outros.
    Dadas essas pré-condições, eis que, há 3,8 bilhões de anos, aconteceu algo portentoso. Possivelmente do mar ou de um brejo primitivo onde borbulhavam todos os elementos como uma espécie de sopa, de repente, sob a ação de um grande raio lampejante vindo do céu, irrompeu a vida.     
    Misteriosamente, ela está aí já há 3,8 bilhões de anos: no minúsculo planeta Terra, num sistema solar de quinta grandeza, num canto de nossa galáxia, a 29 mil anos-luz do centro dela, aconteceu o fato mais singular da evolução: a irrupção da vida. Ela é a mãe originária de todos os viventes, a Eva verdadeira. Dela descendem todos os demais seres vivos, também nós, humanos, de um subcapítulo do capítulo da vida: nossa vida consciente.
    Por fim, ouso dizer com o biólogo, também Prêmio Nobel, Christian de Duve e com o cosmólogo Brian Swimme, que o universo seria incompleto sem a vida. Sempre que se atinge certo nível de complexidade, a vida surge como um imperativo cósmico, em qualquer parte do universo.
    Devemos superar a ideia comum de que o universo é uma coisa meramente física e morta, com pitadinhas de vida para completar o quadro. Essa é uma compreensão pobre e falsa. O universo parece estar cheio de vida, e é para isso que ele existe, como o berço acolhedor da vida, especialmente da nossa.
(BOFF, Leonardo. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/leonardo-boff/a-vida-como-imperativo-c%C3%B3smico-sem-elauniverso-seria-incompleto-1.1394751. Acesso em: 11/11/2016.)

Analise termos e expressão trecho sublinhados nos respectivos contextos a seguir.

I. Assim, não há vida sem que haja a presença do carbono, do hidrogênio, do oxigênio...” (4º§)
II. “Temos, portanto, o mesmo código genético de base criando a unidade sagrada da vida, dos micro-organismos até os seres humanos.” (4º§)
III. Mas também é forte porque nada até hoje, nem os vulcões, nem os terremotos, nem os meteoros, nem as dizimações em massa em eras passadas conseguiram extingui-la totalmente.” (2º§)

Os termos e a expressão sublinhados anteriormente exprimem respectivamente a ideia de:

Alternativas
Comentários
  • A questão é sobre conjunções e quer saber qual o valor semântico das conjunções em destaque abaixo. Vejamos:

     .

    I. “Assim, não há vida sem que haja a presença do carbono, do hidrogênio, do oxigênio...” (4º§)

    II. “Temos, portanto, o mesmo código genético de base criando a unidade sagrada da vida, dos micro-organismos até os seres humanos.” (4º§)

    III. “Mas também é forte porque nada até hoje, nem os vulcões, nem os terremotos, nem os meteoros, nem as dizimações em massa em eras passadas conseguiram extingui-la totalmente.” (2º§)

     .

    A) Conclusão, conclusão e adição.

    Certo. "Assim" e "portanto" são conjunções coordenativas conclusivas. "Mas também" é conjunção coordenativa aditiva.

    Conjunções coordenativas conclusivas: têm valor semântico de conclusão, fechamento, finalização...

    São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo), então, assim, destarte, dessarte...

    Ex.: Estudamos muito, portanto passaremos no concurso.

     

    Conjunções coordenativas aditivas: têm valor semântico de adição, soma, acréscimo...

    São elas: e, nem (e não), não só... mas também, mas ainda, como também, ademais, além disso, outrossim...

    Ex.: Estudaram muito e passaram no concurso.

     .

    B) Consequência, oposição e oposição.

    Errado. 

    Conjunções subordinativas consecutivas: têm valor semântico de consequência, resultado, produto...

    São elas: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), sem que, de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que...

    Ex.: Estudou tanto que passou na prova.

     .

    C) Conclusão, contradição e acréscimo.

    Errado. 

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

    Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.

     .

    D) Consequência, conclusão e oposição.

    Errado. Explicado acima.

     

    Gabarito: Letra A

  • GABARITO - A

    I. Assim, não há vida sem que haja a presença do carbono, do hidrogênio, do oxigênio...” (4º§)

    Conclusiva !

    Expressam o mesmo sentido:

    assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...

    _____________________________________-

    II. “Temos, portanto, o mesmo código genético de base criando a unidade sagrada da vida, dos micro-organismos até os seres humanos.” (4º§)

    Conclusiva !

    IDEM I)

    ______________________________________

    III. Mas também é forte porque nada até hoje, nem os vulcões, nem os terremotos, nem os meteoros, nem as dizimações em massa em eras passadas conseguiram extingui-la totalmente.” (2º§)

    ADITIVA

    e, mas ainda, mas também, nem...

  • há claramente oposição de ideias.

     É FRAGIL porque pode FACILMENTE ADOECER E MORRER.

     Mas também é FORTE porque NADA ATE HOJE, nem os vulcões, nem os terremotos, nem os meteoros, nem as dizimações em massa em eras passadas CONSEGUIRAM EXTINGUI-LA TOTALMENTE.

    se isso não for oposição de ideias me digam o que é.

    ah, mas está adicionando uma informação!!

    EX; estudei muito, MAS NAO APRENDI NADA.

    A oração iniciada pela conjunção mas também esta adicionando uma informação, mas nem por isso deixa de indicar oposição de ideias.