SóProvas


ID
4165606
Banca
FCC
Órgão
FCRIA-AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    1. A crônica no Brasil teve alguns autores de grande qualidade literária que também chegaram ao sucesso popular. João do Rio, Rubem Braga e Nelso Rodrigues logo vêm à mente. Depois deles, o grande cronista famoso do país é, claro, Luis Fernando Verissimo. Ele tem grande percepção para o comportamento social e suas mudanças e semelhanças no passar do tempo, revelando mais sobre a atual classe média brasileira em seus textos do que todos os ficcionistas vivos do país, somados. Seu intimismo não é nostálgico, é reflexivo; ele não precisa rir para que se perceba que está contando uma piada; e jamais deixa de dar sua opinião. Sobre suas influências, métodos e assuntos, ele fala na entrevista a seguir.

    2. Ivan Lessa diz que a crônica no Brasil tem uma tradição rica porque “somos bons no pinguepongue”. Você concorda? E por que somos bons no pinguepongue? Lessa diz que é porque “gostamos de falar de nós mesmos, contar a vida (íntima) para os outros... – Acho que a crônica pegou no Brasil pelo acidente de aparecerem bons cronistas, como o Rubem Braga, que conquistaram o público. Não existem tantos cronistas porque existia uma misteriosa predisposição no público pela crônica, acho que foram os bons cronistas que criaram o mercado.

    3. Você, na verdade, talvez seja o menos “confessional” dos cronistas brasileiros. Difícil vê-lo relatar que foi a tal lugar, com tal pessoa, num dia chuvoso etc. e tal. Por quê? – De certa maneira, o cronista é sempre seu assunto. A crônica não é lugar para objetividade, todos escrevem de acordo com seus preconceitos. Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. Mas a gente está se confessando sempre.

    4. Há uma mescla de artigo e crônica nos seus textos, como se você estivesse interessado nas ideias, na reflexão sobre o comportamento humano, e ao mesmo tempo desconfiasse profundamente de generalizações e filosofices. Você é um pensador que “croniqueia” ou um cronista que filosofa? – Prefiro pensar que sou um cronista que às vezes tem teses, mas nunca vai buscá-las muito fundo. O negócio é pensar sobre as coisas, e tentar pensar bem, mas nunca esquecer que nada vai ficar gravado em pedra, ou fazer muita diferença.

    5. Você diz que o século XX foi o das “boas intenções derrotadas”. Também foi o século de Frank Sinatra, de Pelé... E o século das listas de melhores do século. Você faria uma lista das dez boas intenções vencedoras? – Este foi o século em que as melhores ideias foram derrotadas. Eu só livraria a escada rolante e o controle remoto.

(Adaptado de: PIZA, Daniel. Entrevista com Luís Fernando Verissimo. São Paulo: Contexto, São Paulo, 2004, ed. digital.) 

Não existem tantos cronistas porque existia uma misteriosa predisposição no público pela crônica, acho que foram os bons cronistas que criaram o mercado. (2° parágrafo)


Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a correção e, em linhas gerais, o sentido, encontra-se em:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva E

    Uma enigmática inclinação do público em relação à crônica não é a causa de existirem tantos cronistas; ao contrário, penso que os bons cronistas é que desenvolveram o mercado.

  • alguém sabe o erro da letra A?
  • A oração é uma sub adv concessiva: contradição...apesar de muitos gostarem, haviam poucos.

    Alternativa E é a única que contempla contradição.

    A) pois - causal

    B) uma vez que - consecutiva

    C) como - comparativa

    D) a fim de que - finalidade

  • Caiu na A né?,calma,acho que foi a diferença de sentido entre inclinação(Tendênca) com predisposição(sentido já pré-definido).

  • nas primeiras palavras da A já descartei e ai só sobrou a E

    aliás aí descobri que o autor não explica, ele "acha" e constata que não existem tantos cronistas porque existia uma misteriosa predisposição no público pela crônica -MAS- (...)

  • A questão "A" afirma que o fato de não haver tantos cronistas é devido a "uma inclinação inexplicável do público pela crônica".

    Porém, a frase principal afirma exatamente o contrário: Que o fato de existirem tantos cronistas não é devido a uma predisposição do público pela crônica, e sim devido aos bons cronistas que criaram o mercado.

    Acredito que a vírgula antes do "pois" mudou todo o sentido na questão "A", atribuindo a não existência de muitos cronistas a uma inclinação inexplicável do público pela crônica.

  • um jeito de interpretar a frase é saber o uso dos ''porquês''.

  • Sentido de contradição!

    Acho que a letra A está errada porque tem sentido de explicação.