Para Piaget a construção da inteligência dá-se em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras, é o “construtivismo sequencial”. Os períodos em que se dá o desenvolvimento motor, verbal e mental, são denominados estágios de desenvolvimento
Estádio da inteligência sensório-motora - 0 a 2 anos: os esquemas sensório-motores são as primeiras formas de pensamento e expressão; são padrões de comportamento que podem ser aplicados a diferentes objetos em diferentes contextos, possibilitando ao ser humano organizar a sua experiência na construção do mundo: objeto, espaço, causalidade e tempo.
Estádio pré-operatório ou simbólico - 2 a 6-7 anos: a criança realiza a transição entre a inteligência propriamente sensório-motora e a inteligência representativa. Seria a representação simbólica. A criança não pensa, no sentido estrito desse termo. O mundo para ela não se organiza em categorias lógicas gerais, mas distribui-se em elementos particulares, individuais, em relação com sua experiência pessoal. O egocentrismo é a principal forma assumida pelo pensamento da criança. A capacidade de representação vai possibilitar o desenvolvimento da função simbólica: a linguagem, a imitação diferida, a imagem mental, o desenho, o jogo simbólico. Para Piaget a passagem da inteligência sensório-motora para a inteligência representativa se realiza pela imitação. Imitar significa reproduzir um modelo.
Estádio operatório concreto - 7 a 11-12 anos: a atividade cognitiva da criança torna-se operatória, com a aquisição da reversibilidade lógica. A reversibilidade seria a capacidade de se representar uma ação e a ação inversa ou recíproca que a anula. Tanto as operações como as estruturas que se constroem até aproximadamente os 11 anos, são de natureza concreta; permanecem ligadas indissoluvelmente à ação da criança sobre os objetos.
Estádio das operações formais - 11 a 15-16 anos: as operações se desligam progressivamente do plano da manipulação concreta. O adolescente tem acesso a um raciocínio hipotético-dedutivo. Agora, poderá chegar a conclusões a partir de hipóteses, sem ter necessidade de observação e manipulação reais. As estruturas operatórias formais são o ponto de partida das estruturas lógico-matemáticas da lógica e da matemática.