Hiperassimilação: Sendo a assimilação o movimento do processo de adaptação pelo qual os elementos do meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz não resigna-se ao aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta sintomatização vem acompanhada da hipoacomodação.
Hipoacomodação: A acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A sintomatização da acomodação pode dar-se pela resistência em acomodar, ou seja, numa dificuldade de internalizar os objetos (Fernández, 1991 p.110).
Hiperacomodação: Se acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica. Essa sintomatização está associada a hipoassimilação.
Hipoassimilação: Nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na pobreza no contato com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo, apenas acomodá-lo. A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e acomodação estão em equilíbrio. O que caracteriza a sintomatização no aprender é predomínio de um movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da assimilação, as dificuldades de aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, não internalizando as características próprias do objeto. Quando a acomodação predomina, o sujeito não empresta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem criticidade. O sistema educativo pode produzir sujeito muito acomodativos se a reprodução dos padrões for mais valorizada que o desenvolvimento da autonomia e da criatividade. Um sujeito que apresente uma sintomatização na modalidade hiperacomodativa/ hipoassimilativa pode não ser visto como tendo "problemas de aprendizagem", pois consegue reproduzir os modelos com precisão.
Piaget e os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração
Processo de construção do conhecimento: inicia-se com o desequilíbrio entre o sujeito e o objeto.
Origem do conhecimento por parte do sujeito: envolve dois processos de assimilação e de acomodação.
Assimilação: Capacidade de o sujeito incorporar um novo objeto ou ideia a um esquema, ou seja, às estruturas já construídas ou já consolidadas. Movimento do processo de adaptação pelo qual os elementos do meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito
Acomodação: Tendência do organismo de ajustar-se a um novo objeto e assim, alterar os esquemas de ação adquiridos, a fim de se adequar ao novo objeto recém-assimilado.
Equilibração (ponto de equilíbrio): após algum tempo, o sujeito passará a dominar o novo objeto assimilado e acomodado, chegando a um ponto de equilíbrio
Modalidades de Aprendizagem
Hipoassimilação: Pobreza de contato com o objeto, esquemas de objetos empobrecidos, déficit lúdico criativo e prejuízo da imaginação e criação.
Hiperassimilação: Precocidade na internalização dos esquemas representativos, predomínio do lúdico, subjetivação excessiva, resistência aos limites e dificuldade para resignar-se.
Hipoacomodação: Reduzido contato com o objeto, falta de ritmo, dificuldade na internalização de imagens, deficit na representação simbólica e não obediência à necessidade de repetição. Pobreza de contato com o objeto, dificuldade na internalização de imagens;a criança sofreu a falta de estimulação ou o abandono.
Hiperacomodação: superestimação da imitação, reduzido contato com a subjetividade, falta de iniciativa, obediência cega as normas.