SóProvas


ID
4832659
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
MJSP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Posfácio do livro Rio em Shamas (2016), de Anderson França, Dinho
Rafael Dragaud 

    NÃO PIRA! Foi com esse conselho, há cerca de seis anos, que começou minha história com o Dinho. Colaborávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado. Por algum motivo da ordem do encosto, no sentido macumbeirístico mesmo, ou cumplicidade de gordos, vimos um no outro um elo possível de troca.
    Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insano de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.
    O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confidenciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pirar! É isso!
    Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que sobre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a santa), mas para a cidade do Rio de Janeiro.
    Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas.
    Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que dizer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entranhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequentemente mais justa.
    Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE!

FRANÇA, Anderson. Rio em Shamas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

Sobre o uso do hífen, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - B

    Não é opcional , porque quando o primeiro termo termina com vogal e o segundo inicia com R ou S duplicamos o R ou S.

    pseudo +roteiros

    pseudorroteiros

  • Quando a primeira palavra termina em vogal é a próxima se iniciar por "R ou S" junta tudo e dobra o "R ou S".

    > suprarrenal (supra+renal)

    > minissaia (mini+saia)

    > contrarregra (contra+regra)

  • Acentuação não é igual a crase. Entrou na regra? Acentua.

  • Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s.

  • Ou é proibido ou é opcional. Numa hipótese de chute, chutaria A ou B

  • ERRADA: B

    JUSTIFICATIVA

    A/B) Pseudorroteiros:

    Prefixo terminada em vogal + R/S => dobra-se consoante => hífen proibido, não é opcional.

    Fonte

    Bechara, Evanildo, pg. 100

    B=> errada

  • Não se usa o hífen quando o 1º elemento termina por vogal e o 2º elemento começa por R ou S, devendo estas consoantes duplicarem-se. Ex.: ultrassonografia / antirreligioso / antessala autorregulamentação / contrarregra / contrassenha

  • Complicado essa questão ,pq dizer que é opcional o uso do hífen,

    Não se usa hífen para prefixos terminados em vogal e a segunda palavra iniciada com r ou s ,duplica esse consoante

    Pseudo roteiros

    Pseudorroteiros

  • Se Você sabe que é proibido, então não pode ser opcional.

    não precisa nem ler o restante.

    Afinal, ele quer a INCORRETA.

  • GABARITO B

    Dica para não esquecer: ARROSS

    >>> RR / SS : sempre juntos como ''arross'', logo devem ser duplicados e sem hífen.

    Não se usa o hífen quando o 1º elemento termina por vogal e o 2º elemento começa por R ou S, devendo estas consoantes duplicarem-se. 

  • O uso do hífen não é opcional, NÃO se usa hífen nos vocábulos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S.

  • Uso do hífen: 

    1° os opostos se atraem os iguais separam-se em grafia e som, exceto com o CO, PRO e RE.

    2° com prefixos usa-se o hífen em palavra iniciada com H.

    3° prefixo "sub" e "ab" com palavra iniciada com "r".

    4° prefixos “-além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice” usa-se o hífen.

    expósrecémsembemvicealémquém .

    5° advérbio "mal" com palavra iniciada com vogal. Se for iniciada com consoante não usa hífen. 

    6° Com os prefixos “-circum” e “-pan”, com palavras iniciadas com “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen.

     Circumpan 

    7° Usa-se o hífen mediante os sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”.

    Não se usa hífen:

    1° palavras que perderam a noção de composição.

    Ex: mandachuva, paraquedista, paraquedas.

    2° O emprego do hífen ainda permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. 

    Ex: amarelo-claro, bem-te-vi, conta-gotas, guarda-costas, erva-doce, caneta-tinteiro.

    3° Não se usa mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas.

    Ex: café com leite, camisa de força, fim de semana.

    Exceções: cor-de-rosa, água-de-colônia, lua-de-mel.

    4° Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes são duplicadas. Se forem  diferente de "r" ou "s" escreve-se sem hífen também.

  • Parece questão de verdade e mentiras de RL, vc tem q achar o mentiroso (a incorreta), a alternativa A e B são as divergentes, vc mata a questão por elas! ;) #FICADICA

  • GABARITO B

    Quando o primeiro termo termina com vogal e o segundo inicia com R ou S = duplicamos o R ou S.

    • pseudo +roteiros = pseudorroteiros
    • contra + razões = contrarrazões

  • Há a necessidade de lembrar da regra da duplicação de R e S, mas lembra que o primeiro elemento precisa ser um prefixo, não um radical!

    Gabarito - Letra B

  • D) Em “o tão adorado-odiado Leblon”, o hífen une duas palavras com sentidos opostos.

    Pólos semânticos

    Quando duas palavras no plano semântico constituem pólos semânticos, cada uma delas em extremos opostos da significação, podemos usar hífen entre elas com o fim retórico de enfatizar essa polaridade.

    Exemplos: Dicotomia língua-fala. Percurso Rio-SãoPaulo.

    https://www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/hifen

  • GABARITO (B)

    Na gramática algumas coisas devemos decorar, geralmente o R e o S sempre são duplicados, vejamos:

    • sem hífen e para prefixos terminados em vogais. Ex.: microrregião, minissaia, contrassenso.
    • com o prefixo CO, sem hífen. Ex: Correferência

    Cuidado com palavras que comecem com H:

    • com hífen e para prefixos terminados em vogais, se a próxima palavra começar com H. Ex.: mini-hotel
    • com o prefixo CO, sem hífen, se a outra palavra começar com H, perde-se o H. Ex.: Coabitar
  • Marque a INCORRETAAA!!!!!!!!

  • Cadê o comentário do professor? questões dessa banca quase não tem comentário de professor!

  • ÚNICA hipótese de HÍFEN FACULTATIVO/OPCIONAL:

    • Se não houver perda do som da vogal final do 1º elemento, e o elemento seguinte começar com H, podem ser usadas as duas formas gráficas

    EXEMPLOS: cardi-hepático ou cardiepático; aero-hidropatia ou aeroidropatia

  • Muito boa questão!

    Seguimos então, para explicação....

    Nos casos em que o prefixo termina com vogal e o segundo termo começa com r ou s, essas letras são duplicadas e não se utiliza o hífen.

    Exemplo: ULTRASSOM ou ULTRA-SOM: qual a grafia correta?

    Em relação à questão acima, como o prefixo ultra termina com a vogal a e o segundo elemento (som) se inicia com s, duplicamos o s e não utilizamos hífen. Portanto, a grafia correta é ultrassom. Pela mesma regra, escrevemos, por exemplo: autorretrato, biorritmo, contrassenso, cosseno, megassena, microssistema, minissaia, neorrealismo.

    Se o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento se iniciar com uma consoante diferente de rou s, também não se utiliza o hífen. Assim, escrevemos: microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, seminovo.

    Fonte:https://www.trf3.jus.br/emag/emagconecta/conexaoemag-lingua-portuguesa/emprego-do-hifen-i/#:~:text=MICROONDAS%20ou%20MICRO%2DONDAS%3F&text=1)%20Quando%20o%20primeiro%20termo,grafia%20correta%20%C3%A9%20micro%2Dondas.

  • Por isso é bom ver algo, nem que seja uma vez na vida kkkkkkkkk! Odeio essa peste de hífen, mas já tinha visto uma regra sobre ''r'' e ''s'' duplicados... mas decorar tudo é quase impossível kkk.

    E mais: Quando vc tem duas afirmações contraditórias, uma será a verdade e outra a mentira... dava pra aumentar suas chances na A ou B

  • O falso prefixo pseudo é utilizado na língua portuguesa para indicar um teor não verdadeiro, ou seja, algo que finge ser o que não é. Somente é separado do segundo elemento por hífen nos casos em que este inicia por "o" ou "h". Caso o segundo elemento inicie com a consoante "s" ou "r", é necessário dobrá-la, sem usar hífen. Nos demais casos, quando o segundo elemento inicia por outras consoantes ou vogais, não há hífen.

    Exemplos com hífen:

    pseudo-habitação

    pseudo-herói

    pseudo-oftalmologista

    pseudo-olho

    pseudo-operação

    Exemplos sem hífen (dobrando as consoantes "r" ou "s")

    pseudorrainha

    pseudorrepresentação

    pseudossábio

    pseudossamba

    Demais casos, sempre sem hífen:

    pseudoartista

    pseudociência

    pseudodominância

    pseudoedema

    pseudoescorpião

    pseudofobia

    pseudomédico

    FONTE: https://www.soportugues.com.br/secoes/FAQresposta.php?id=106

  • Só observar a lógica da pronuncia da palavra, se o hífen fosse opcional, ficaria com som de um 'R' só, visto que não caberia a colocação de RR tornando a pronúncia da palavra errada

  • Se A é correta, então B é incorreta.

  • Se A é correta, então B é incorreta.

  • HÍFEN NUNCA É FACULTATIVO! ou tem ou não tem
  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em formação das palavras. O candidato deve indicar a assertiva incorreta. Vejamos:

    a) Correta.

    “pseudorroteiros”⇨ o prefixo "pseudo" apenas é hifenizado quando a palavra que se une iniciar com letra igual a que termina esse prefixo ou com H. Quando a palavra seguinte iniciar com R ou S, esse serão dobrados.

    b) Incorreta.

    Em “pseudorroteiros”, o uso de hífen é obrigatório como explicado na alternativa anterior.

    c) Correta.

    Em “pseudorroteiros”, há a junção dos termos “pseudo” e “roteiros”.

    d) Correta.

    Em “o tão adorado-odiado Leblon”, o hífen une duas palavras com sentidos opostos. Esse hífen é usado para ligar palavras de polaridade de sentidos extremamente diferentes, nesse caso, o hífen pode ser usado.

    e) Correta.

    Em “posts-denúncias”, o hífen une duas palavras que, juntas, possuem o mesmo significado que “posts denunciativos”. Esse hífen é usado para ligar palavra formada por justaposição, que é palavra formada por dois ou mais vocábulos com sentido de um.

    Gabarito: B