SóProvas


ID
4832677
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
MJSP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Posfácio do livro Rio em Shamas (2016), de Anderson França, Dinho
Rafael Dragaud 

    NÃO PIRA! Foi com esse conselho, há cerca de seis anos, que começou minha história com o Dinho. Colaborávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado. Por algum motivo da ordem do encosto, no sentido macumbeirístico mesmo, ou cumplicidade de gordos, vimos um no outro um elo possível de troca.
    Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insano de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.
    O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confidenciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pirar! É isso!
    Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que sobre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a santa), mas para a cidade do Rio de Janeiro.
    Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas.
    Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que dizer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entranhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequentemente mais justa.
    Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE!

FRANÇA, Anderson. Rio em Shamas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

A respeito da colocação pronominal no texto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito Letra D

    O advérbio ENTÃO atrai o pronome ME para antes do verbo.

  • Gente, qual o erro da B?

  • Jaqueline, na alternativa B

    (Em “Ele então começou a *me* enviar milhões de textos [...]”, o item em destaque não pode ser posicionado depois do verbo “enviar”)

    O pronome obliquo átono ME pode ser colocado antes (próclise) ou depois (ênclise) pois não há fator atrativo para nenhum desses casos. Então, fica a critério de você. O "a" é uma preposição e não atrai o pronome.

  • Não entendi a B, afina, em locuções verbais, com o verbo principal no infinitivo ou no gerúndio, são duas possibilidades corretas de colocação:

    1) Ênclise ao verbo principal

    2) Ênclise ou próclise ao verbo auxiliar

    Alguém para me explicar?

  • A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário). 

    a) Em “E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime [...]”, o item em destaque pode ser colocado tanto antes quanto depois do verbo “encher.

    Incorreto. Não poderia. A partícula "que", por atração remota, atrai o "se";

    b) Em “Ele então começou a me enviar milhões de textos [...]”, o item em destaque não pode ser posicionado depois do verbo “enviar”.

    Incorreto. Se se quisesse, poderia o pronome "me" estar enclítico ao infinitivo: começou a enviar-me;

    c) Em “[...] ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.”, os itens em destaque apresentam a mesma colocação.

    Incorreto. O pronome "o", na forma "-lo", está em ênclise; ao passo que "me", em próclise;

    d) Em “E ele então me me confidenciou [...]”, o item em destaque não pode ser colocado depois do verbo “confidenciou”.

    Correto. O advérbio "então" atrai para perto de si o pronome "me";

    e) Em “Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é [...]”, os itens em destaque apresentam a mesma colocação.

    Incorreto. O pronome "me" está proclítico; o pronome "o", na forma "-lo", enclítico.

    Letra D

  • para os colegas que estão com dúvida referente a (B) uma pequena explicação.

    COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS NAS LOCUÇÕES VERBAIS:

    As locuções verbais podem ter o verbo PRINCIPAL no INFINITIVO, no GERÚNDIO ou no PARTICÍPIO.

    I- Verbo Principal no INFINITIVO ou GERÚNDIO:

    a) Sem palavras que exija a PRÓCLISE, geralmente, emprega-se o pronome APÓS A LOCUÇÃO.

    exemplo: Quero AJUDAR-LHE ao máximo.

    b)Com palavras que exija PRÓCLISE, o pronome pode ser colocado ANTES ou DEPOIS da LOCUÇÃO.

    exemplo 1: Nunca ME VIRAM CANTAR (antes)

    exemplo 2: Não pretendo FALAR-LHE sobre negócios. (depois)

    espero ter ajudado

    bons estudos.

  • A) Pronome relativo 'que' é fator de próclise.

    B) Verbo no infinitivo não-flexionado 'enviar', precedido de palavra atrativa 'então' indica caso facultativo.

    C e E) não é a mesma colocação, um é próclise; o outro ênclise.

    D Correta. Advérbio 'então' é fator de próclise.

  • .1. Não se usa pronome oblíquo átono (POA) da Língua Portuguesa em

    início de frase ou após pontuação.

    Ex.: Te amo.

    A frase acima está incorreta, pois o pronome não pode ser empregado em

    início de frase. A forma adequada seria amo-te.

    Exceção: Intercalações. Quando duas vírgulas intercalando termos, elas

    interferem em uma estrutura já organizada.

    Ex.: Ontem, nos convidaram.

    A frase acima está gramaticalmente incorreta, pois há a presença de uma

    vírgula antes do pronome nos. A forma correta dessa frase seria: Ontem, convi-

    daram-nos.

    Eles, ontem, nos convidaram.

    Nesse trecho a presença de duas vírgulas que estão intercalando o

    adjunto adverbial ontem. Essa é uma forma correta de escrever a frase, bem

    como seria correto também escrever: Eles, ontem, convidaram-nos. As duas

    formas são corretas, pois quando há intercalações, é permitida a colocação do

    pronome logo após a da vírgula.

    explicação do professor élias santana do gran cursos..

  • letra B: Caso facultativo- Verbos no infinitivo, sujeito explicito em orações não subordinada e conjunções coordenativas pode colocar pronome em mais de uma posição. Ou seja pode sim ficar depois do verbo enviar o qual se encontra no infinitivo.

    Elias Santana gran cursos

  • Assertiva D

    Em “E ele então me me confidenciou [...]”, o item em destaque não pode ser colocado depois do verbo “confidenciou”.

  • Gab D.

    Explicação:

    a) "Que se enche e se comprime" - QUE é pronome relativo, ou seja, fator de próclise obrigatório.

    b) "Começou a me enviar" - A é preposição e verbo no infinitivo = ênclise. O certo seria depois do verbo “a enviar-me”.

    c) "Sufoca-lo" = ênclise. / "O que me fez preferir" = próclise, pois o QUE é palavra atrativa.

    d) ENTÃO é advérbio, ou seja, palavra atrativa = próclise.

    e) "QUE me ocorre" – palavra atrativa = próclise. / "ao vê-lo" = ênclise.

  • Geeente, o pronome relativo ''que'' não precisa estar IMEDIATAMENTE antes do pronome oblíquo?Ou isso é só no Cespe?

  • Gaba: D

    Mnemônico dos casos obrigatórios de próclise (colocação do pronome antes do verbo):

    NARIS + D

    palavras Negativas

    Advérbio

    Relativo (pronome)

    Indefinido (pronome)

    Subordinativa (conjunção)

    +

    Demonstrativo (pronome)

    Bons estudos!!

  • Aprendi assim os casos de próclise:

    "NARIIS DE OPTOU EM GERÚNDIO"

    palavras Negativas (palavras negativas)

    Advérbio

    pronome Relativo

    pronome Indefinido

    pronome Interrogativo

    conjunções Subordinativas

    pronome Demonstrativo

    frases Exclamativas

    frases OPTativas (que exprimem desejo)

    OU (ex: ou me pagas ou morre)

    EM + se + GERÚNDIO

    Espero que esse bizu ajude alguém assim como me ajudou a entender os casos proclíticos

  • GABARITO: D

    a) Em “E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime [...]”, o item em destaque pode ser colocado tanto antes quanto depois do verbo “encher. → Errado. O pronome relativo "que" é fator proclítico.

    .

    b) Em “Ele então começou a me enviar milhões de textos [...]”, o item em destaque não pode ser posicionado depois do verbo “enviar”. → Errado. Verbos no infinitivo (enviar) aceitam próclise ou ênclise.

    .

    c) Em “[...] ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.”, os itens em destaque apresentam a mesma colocação. → Errado. O primeiro é um caso de ênclise e o segundo, de próclise.

    .

    d) Em “E ele então me confidenciou [...]”, o item em destaque não pode ser colocado depois do verbo “confidenciou”. Correto. O advérbio "então" "puxa" o pronome para si, ocasionando próclise.

    .

    e) Em “Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é [...]”, os itens em destaque apresentam a mesma colocação. → Errado. O primeiro é um caso de próclise e o segundo, de ênclise.

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • GABARITO: LETRA D

    ACRESCENTANDO:

    Próclise (antes do verbo): A pessoa não se feriu.

    Ênclise (depois do verbo): A pessoa feriu-se.

    Mesóclise (no meio do verbo): A pessoa ferir-se-á.


    Próclise é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo (PRO = antes)

    Palavras que atraem o pronome (obrigam próclise):

    -Palavras de sentido negativo: Você NEM se preocupou.

    -Advérbios: AQUI se lava roupa.

    -Pronomes indefinidos: ALGUÉM me telefonou.

    -Pronomes interrogativos: QUE me falta acontecer?

    -Pronomes relativos: A pessoa QUE te falou isso.

    -Pronomes demonstrativos neutros: ISSO o comoveu demais.

    -Conjunções subordinativas: Chamava pelos nomes, CONFORME se lembrava.

     

    **NÃO SE INICIA FRASE COM PRÓCLISE!!!  “Me dê uma carona” = tá errado!!!

     

    Mesóclise, embora não seja muito usual, somente ocorre com os verbos conjugados no futuro do presente e do pretérito. É a colocação do pronome oblíquo átono no "meio" da palavra. (MESO = meio)

     Comemorar-se-ia o aniversário se todos estivessem presentes.

    Planejar-se-ão todos os gastos referentes a este ano. 


    Ênclise tem incidência nos seguintes casos: 

    - Em frase iniciada por verbo, desde que não esteja no futuro:

    Vou dizer-lhe que estou muito feliz.

    Pretendeu-se desvendar todo aquele mistério. 

    - Nas orações reduzidas de infinitivo:

    Convém contar-lhe tudo sobre o acontecido. 

    - Nas orações reduzidas de gerúndio:

    O diretor apareceu avisando-lhe sobre o início das avaliações. 

    - Nas frases imperativas afirmativas:

    Senhor, atenda-me, por favor!

    FONTE: QC

  • Galera: não pode, por conta do "Então" ??

    Desculpa, sou aspirante, ainda.

  • FATORES DE ATRAÇÃO: APENAS NA PRÓCLISE

    Advérbio

    Palavra negativa

    Pronome relativo

    Conjunção subordinativa

    Pronome indefinido

    Pronome demonstrativo

    Pronome interrogativo

    em + gerúndio

    Frases interrogativas, exclamativas e optativas

  • Próclise: Primeiro

    Mesóclise: Meio

    Ênclise : END ( final)

  • Vi essa dica sobre colocação pronominal num vídeo maravilhoso da professora Adriana Figueiredo, vale muito a pena ver!

    1- São 3 proibições: a) iniciar orações com próclise; b) ênclise após futuro; c) ênclise após particípio.

    2- O que não é proibido está correto.

    3- Palavra invariável é palavra atrativa (exige próclise) : tudo isso que a colega listou no "NARIIS DE OPTOU EM GERÚNDIO".

    4- Duas exceções: a) verbo infinitivo sempre aceita ênclise; b) conjunções coordenativas sempre aceitam ênclise.

  • a) ERRADO - pronomes relativos (que, quando, quem...) são fatores para próclise;

    b) ERRADO - infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de, até, a”, são casos facultativos e podem ser colocados como próclise ou ênclise;

    c) ERRADO - não apresentam a mesma colocação, um é próclise e o outro é ênclise;

    d) CORRETO - "então" é uma palavra atrativa para próclise;

    e) ERRADO - mesma justificativa da letra c.

  • Próclise - Por trás

    Mesóclise - Meio

    Ênclise - Enfrente

  • O advérbio ENTÃO atrai o pronome ME para antes do verbo.