SóProvas


ID
4849624
Banca
Exército
Órgão
EsFCEx
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Tudo, menos uma estrela
   
   O velho jazz está sendo ceifado pela Covid-19. Depois do pianista Ellis Marsalis e do guitarrista Bucky Pizzarelli, foi a vez, na semana passada, do saxofonista Lee Konitz, ainda na ativa aos 92 anos. Os jornais deram a sua morte não por ter sido um grande músico, mas por “ter tocado com Miles Davis”, nos discos de um revolucionário noneto1 que, em 1949-50, lançou o cool jazz2 . Era um estilo com raízes na big band3 de Claude Thornhill, de onde tinham saído, além de Lee, o sax-barítono Gerry Mulligan e o arranjador Gil Evans, todos no noneto. Mas só Miles levou a fama.
    Lee foi dos poucos sax-altos nascidos no bebop4 que não tentaram copiar Charlie Parker. Suas frases longas e sem vibrato eram a antítese de Parker. E, desde então, sempre esteve na contramão do jazz, gravando discos em que tocava sozinho, ou com um trio sem piano ou com uma orquestra de 90 figuras.
   Ele era tudo, menos uma estrela do jazz. Nunca teve agente ou assessor de imprensa e, ao morrer, devia ser o único músico do mundo sem email. O incrível é que, avesso a qualquer carreira comercial, tenha gravado tanto. Levantei sua discografia e, de 1949 a 2018, contei 95 álbuns como líder. Somando-se os de que só participou, são mais setenta.

(Ruy Castro, “Tudo, menos uma estrela”. Folha de S.Paulo, 27.04.2020. Adaptado)


1 Conjunto formado por nove músicos.

2 Estilo que se caracteriza por ser, na maioria das vezes, uma música mais lenta e mais melancólica. Há mais espaços na música, ela é mais estendida, e menos notas são tocadas.

3 Indica um grande grupo instrumental associado ao jazz. Constitui-se, basicamente, de 12 a 25 músicos e contém primordialmente 4 tipos de instrumentos.

4 Representa uma das correntes mais influentes do jazz. Seu nome provém da onomatopeia feita ao imitar o som de martelos que batiam no metal na construção das ferrovias americanas, gerando uma “melodia” cheia de pequenas notas.

Assinale a alternativa em que os trechos exemplificam, correta e respectivamente, relação de coordenação entre orações e relação de coordenação entre termos da oração.

Alternativas
Comentários
  • a) Nunca teve agente ou assessor de imprensa e (conj. coordenada - Aditiva), ao morrer, devia ser o único músico do mundo sem email. / Lee foi dos poucos sax-altos nascidos no bebop que (pronome relativo) não tentaram copiar Charlie Parker.

    b) Levantei sua discografia e (conj. coordenada - Aditiva), de 1949 a 2018, contei 95 álbuns como líder.

    de onde tinham saído, além de Lee,

    de onde tinham saído, o sax-barítono Gerry Mulligan e

    de onde tinham saído, o arranjador Gil Evans, todos no noneto.

    c) Depois do pianista Ellis Marsalis e do guitarrista Bucky Pizzarelli, foi a vez, na semana passada, do saxofonista Lee Konitz, / E, desde então, sempre esteve na contramão do jazz, gravando discos em que (pronome relativo) tocava sozinho…

    d) … gravando discos em que tocava sozinho, ou com um trio sem piano ou com uma orquestra de 90 figuras. /

    O incrível é que (conj. integrante), avesso a qualquer carreira comercial, tenha gravado tanto.

    e) Os jornais deram a sua morte não por ter sido um grande músico, mas (conj. coordenada - Adiversativa) por “ter tocado com Miles Davis”… / Era um estilo com raízes na big band de Claude Thornhill…

    GABARITO: B