SóProvas


ID
4871941
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Câmara de Amparo - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você prefere seu açaí com granola, banana ou trabalho infantil?


         A árvore da fruta, de tronco fino e flexível, passa com frequência dos 20 metros de altura e faz parte da paisagem e dos quintais de boa parte dos ribeirinhos do Pará. É difícil encontrar quem não saiba fazer uma peconha, como é chamado o laço usado para subir nas palmeiras e que batiza quem ganha a vida colhendo açaí, os peconheiros. O trabalho exige destreza, e o aprendizado começa na infância.

        O Pará é o maior produtor de açaí do mundo. Vendemos, principalmente, para os EUA, Europa, Austrália e Japão. E grande parte da colheita é feita por menores de idade como Alessandro, em alguns casos em situações de trabalho análogo à escravidão.

        As crianças são especialmente valorizadas nesse mercado. Elas são leves, o que reduz acidentes com a quebra dos galhos. Para otimizar o trabalho, muitos peconheiros se arriscam pulando de uma palmeira para a outra. Assim não precisam perder tempo descendo e subindo de árvore em árvore. Quanto mais frutas colhidas no menor tempo, maior o lucro. [...]

       A participação de crianças e adolescentes na colheita do açaí prejudica outro ponto fundamental do desenvolvimento dos jovens: o desempenho escolar. Conversei com nove crianças e adolescentes entre nove e 14 anos que começaram a trabalhar subindo nos açaizais ainda com 11 ou 12 anos. Em comum: todas estão atrasadas na escola, e a maioria tem dificuldade para ler e escrever. Quem estuda de manhã falta às aulas devido ao horário da colheita, que se confunde com o da escola. As que estudam à tarde, devido ao cansaço, tem um rendimento menor ou até mesmo dormem em sala de aula. De acordo com o último Censo do IBGE, Abaetetuba, um dos centros de produção da fruta, está entre as cidades do Pará com maior número de crianças com até 10 anos fora da escola.

         Com 14 anos, Emerson, já um peconheiro experiente, repete pela quinta vez a terceira série. Pedi para olhar o seu caderno. O que deveriam ser palavras eram apenas riscos, que ele faz para fingir que está copiando as atividades que a professora passa no quadro. Emerson não sabe ler e escrever. Professora aposentada e coordenadora local da Cáritas, instituição de caridade da Igreja Católica, na região, Isabel Silva Ferreira explica que é comum encontrar professores que ignoram as faltas dos alunos. Muitos deles, diz, são, assim como Emerson e a família de Jacira, beneficiários do Bolsa Família e, se não comprovarem frequência escolar, acabam excluídos do programa.

[...]

      Apesar de já existir uma versão da fruta desenvolvida pela Embrapa que pode ser plantada em terra firme e cresce no máximo até três metros, um bom pedaço da produção de açaí paraense ainda depende dos peconheiros e seus facões nas alturas.

       Em novembro de 2018, uma força-tarefa do Ministério do Trabalho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Polícia Rodoviária Federal resgatou 18 trabalhadores em condições análogas à escravidão, entre eles dois adolescentes de 15 anos, na Ilha do Marajó, outro ponto de produção de açaí. Eles dormiam numa estrutura de madeira, sem paredes e com um teto improvisado com lona preta e folhas das palmeiras de açaí, não tinham água potável, banheiros e nenhum equipamento de proteção. Fiscalizações do tipo, infelizmente, são raras. A última havia acontecido em 2011, quando sete trabalhadores foram resgatados.

       No fim de 2018, um trabalho de conscientização começou a ser feito pelo Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá a fim de prevenir tragédias na colheita do açaí. O projeto pretende mapear as grandes empresas do Brasil que utilizam açaí e seus derivados, extraídos nos estados, e tentar negociar medidas que possam prevenir e sanear o trabalho infantil e o trabalho escravo na colheita da fruta.

(BARBOSA, Leandro. Você prefere seu açaí com granola, banana

ou trabalho infantil? Disponível em http://abet-trabalho.org.br/

voce-prefere-seu-acai-com-granola-banana-ou-trabalho-infantil/

Acesso em: 08/01/2020. Com adaptações.)

O verbo “pedir” em “Pedi para olhar o seu caderno” (5º§) está na 1ª pessoa do singular e percebe-se que ele não sofre alteração no seu radical. Qual dos tempos do indicativo registra mudança no radical desse verbo?

Alternativas
Comentários
  • Presente

    Eu peço

    Altera o radical

    Letra A

  • A questão quer saber qual dos tempos do indicativo registra mudança no radical do verbo pedir. Vejamos:

     . 

    A) Presente.

    Certo. A 1.ª pessoa do presente do indicativo é EU PEÇO. Houve, portanto, mudança no radical do verbo pedir.

     . 

    B) Futuro do pretérito.

    Errado. A 1.ª pessoa do futuro do pretérito do indicativo é EU PEDIRIA e apresenta, portanto, o mesmo radical de "pedi".

     . 

    C) Pretérito imperfeito.

    Errado. A 1.ª pessoa do pretérito imperfeito do indicativo é EU PEDIA e apresenta, portanto, o mesmo radical de "pedi".

     . 

    D) Pretérito mais-que-perfeito.

    Errado. A 1.ª pessoa do pretérito mais-que-perfeito do indicativo é EU PEDIRA e apresenta, portanto, o mesmo radical de "pedi".

     . 

    Gabarito: Letra A

  • GABARITO A

    Em qual tempos do indicativo registra mudança no radical >

    Eu PEÇO

    O radical é PEDIR

    Bons estudos!

  • Verbo irregular

    1 pessoa do verbo pedir será peço no presente

    Eu Peço!

    Tu pedes

    Ele pede

    Nos pedimos

    vós pidis

    Eles pedem

    estuda guerreiro ❤️Fé no pai que sua aprovação sai !

  • O verbo pedir no presente do indicativo sofre mudança em seu radic na primeira pessoa do singular: Eu peço

    RADICAL: "PEÇ"

    DESINÊNCIA MODO TEMPORAL: "O"

    GABARITO: A

    "DESISTIR NUNCA. RETROCEDER JAMAIS. FOCO NO OBJETIVO SEMPRE."

  • O radical do verbo pedir é ped. Porém, no presente do indicado, esse radical muda para peç, de (eu) peço.

  • Atentem-se para o fato de que exatamente isso torna o verbo pedir irregular na Língua Portuguesa: ao ser conjugado, altera-se o seu radical.

  • GABARITO: A

    O verbo PEDIR é IRREGULAR por ter alteração em seu radical.

    Uma das formas para saber se o verbo é regular ou irregular é conjugando no presente do indicativo.

    VEJA:

    Hoje eu PEÇO

    (há alteração no radical, logo é um verbo irregular)

    Hoje tu pedes

    Hoje ele pede

    Hoje nós pedimos

    Hoje vós pedis

    Hoje eles pedem

  • Galera, quando a questão cobrar regularidade ou irregularidade do verbo, lembrem-se:

    verbos irregulares costumam ser irregulares na primeira pessoa do PRESENTE DO INDICATIVO

    "EU PEÇO" (pedir)

    "EU DIGO" (dizer)

    "EU VOU" (ir)

  • Eu peço!

    Errei por não ter entendido a pergunta, mas não é difícil!