SóProvas


ID
4919545
Banca
FCC
Órgão
TCE-MA
Ano
2005
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão baseia-se no texto apresentado abaixo.

    Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade que se dissipam no longo curso da história da região. De acordo com o meteorologista Pedro Dias, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a atual redução das chuvas se encaixa no padrão de ciclos observado na Amazônia no último século. É o que os técnicos chamam de “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.
    Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas se têm alternado, em ciclos de três décadas, ao longo de 120 anos. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram. Agora, no início do século XXI, a região pode estar começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, assim como aconteceu no início do século XX. “Nos últimos 100 a 120 anos, os ciclos têm sido bastante regulares”, diz.
    Coincidentemente, as variações possivelmente causadas pelo efeito estufa também são da ordem de 10% a 15%. “Há um consenso de que o aumento do efeito estufa já tem uma magnitude comparável à da variação natural”, registra Pedro Dias. Assim, o que poderia acontecer, falando grosseiramente, é que a variação causada por esse efeito venha se somar à variação natural, duplicando o impacto sobre o ambiente. O meteorologista salienta, em qualquer caso, que se trata de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, quando o comportamento pode ser bem diferente.
    Numa escala ainda maior de tempo, a atual seca se torna mais relativa. Entre 5 mil e 3 mil anos atrás, onde hoje existe floresta, havia grandes extensões de savana, característica de regiões com longos períodos de seca. Também há registros de grandes variações nas chuvas e de períodos em que os rios baixaram, causando mudanças significativas na fauna e na flora, lembra Virgílio Viana, Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
    “Esta é a maior seca com internet e cobertura em tempo real”, ironiza Elpídio Gomes Filho, Superintendente da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc). Adaptados a grandes variações de profundidade dos rios entre os períodos de chuva e de estiagem, os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses – que sobem e descem, acompanhando a superfície da água.
    “Os rios sobem 14 metros durante 6 meses e descem 14 metros durante 6 meses, de forma previsível, milenar e regularmente”, assegura Elpídio.

(Adaptado de Lourival Sant’Anna, O Estado de S. Paulo, 16 de outubro de 2005, A 13).

Aponta-se no texto relação de causa e conseqüência entre os segmentos:

Alternativas
Comentários
  • gabarito letra A

    em uma noção de tempo, a causa sempre vem antes da consequência.

    Um relacionamento causa-efeito é um relacionamento no qual um evento (a causa) faz com que outro evento aconteça (o efeito). Uma causa pode ter vários efeitos.

    Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, / a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade...

    A consequência nessa frase é: a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade...

    O que causou isso?: agravantes do desmatamento e do aquecimento global.

    outra forma é trocar por conectivos

    agravantes do desmatamento e do aquecimento global são tamanhos que a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade. → DEPOIS DO TESÃO VEM A CONSEQUÊNCIA. (veja também Q1137786)

    bons estudos

  • ler de trás para frente ajuda na interpretação