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ID
4934914
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CODEVASF
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Alguém paga


    Trinta anos após a Declaração de Alma-Ata, aprovada na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, cuja meta era levar “Saúde para Todos no Ano 2000”, um terço da população mundial continua sem acesso a serviços básicos de saúde. Em todo o mundo, centenas de milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos, água potável, moradia, saneamento básico e educação.

    A situação persiste e desafia a liderança e a capacidade de ação de autoridades e especialistas porque lida com uma complexa conjunção de fatores políticos, sociais, econômicos e científico-tecnológicos. Problemas globais demandam soluções globais. Nesta categoria está a ampliação do acesso das populações aos medicamentos.

    E o ponto central quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.

    Pois os custos envolvidos nas diversas etapas de P&D de um medicamento são estimados em centenas de milhões de dólares. E o dinheiro precisa vir de algum lugar: Poder Público (isto é, a população), empresas (acionistas e investidores), etc.

    Recentemente, um laboratório público anunciou a venda de um novo medicamento a “preço de custo”. Na verdade, a pesquisa do produto foi paga por um consórcio de países e organizações não-governamentais. O tal preço de custo referia-se apenas aos gastos de fabricação. Se o medicamento tivesse de ser desenvolvido integralmente – da pesquisa básica à última fase da pesquisa clínica –, seu preço seria muito maior.

    Para o economista Jeffrey Sachs, assessor especial do secretário-geral da ONU para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, doenças como a malária poderiam ser superadas por meio de investimentos coordenados mundialmente. Ele reconhece, no entanto, que faltam fundos globais para que este objetivo seja alcançado.

    Enquanto a comunidade internacional não chega a um consenso sobre um grande pacto que defina fontes de financiamento, a indústria farmacêutica realiza os elevados investimentos necessários ao desenvolvimento de moléculas inovadoras, que serão mais tarde recuperados no preço de venda desses produtos.

    Sem a decisiva contribuição da indústria, a mobilização para o controle da epidemia de Aids não teria tido o sucesso que alcançou, no bojo de um processo que levou à criação de 88 medicamentos e atualmente financia o teste de 92 novas substâncias.

    Em 2006, a indústria farmacêutica mundial investiu mais de US$ 75 bilhões na pesquisa de moléculas para o tratamento de milhares de doenças, como tuberculose (19 substâncias), malária (20), doenças materno-infantis (219), doenças predominantes entre as mulheres (mais de 700), etc.

     Para além da retórica e de projetos ainda incipientes, o fato é que os principais avanços das últimas décadas na síntese de medicamentos resultaram da iniciativa da indústria farmacêutica e não de governos, organismos internacionais ou ONGs.

(Ciro Mortella, O Globo, 25/08/2008) 

Analise as alternativas abaixo e assinale a correta:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - B

    A) “Ele reconhece, no entanto, que faltam...” as vírgulas podem ser eliminadas.

    conjunções adversativas (porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante), quando deslocadas por qualquer parte da oração, são separadas por vírgula: “A maioria das pessoas julgam indiscriminadamente; eu, porém, não o faço.

    Ele reconhece, no entanto, que faltam fundos globais para que este objetivo seja alcançado.

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    B) “Recentemente” (5°§) pode ficar entre vírgulas depois de “a venda” mantendo o mesmo sentido e a correção gramatical.

    Há adjunto adverbial deslocado de sua posição natural:

    Recentemente, um laboratório público anunciou a venda de um novo medicamento a “preço de custo”. 

    um laboratório público anunciou a venda, recentemente , de um novo medicamento a “preço de custo”. 

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    C) Colocar vírgula depois de “central” e “acessíveis” (3°§) provoca erro gramatical.

    Período original:

    E o ponto central quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.

    Alteração:

    E o ponto central , quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” , são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.

    Não há incorreção, pelo contrário! oração adverbial temporal deslocada.

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    D) Eliminar a vírgula depois de “incipientes” (10°§) mantém a frase gramatical correta.

      Para além da retórica e de projetos ainda incipientes, o fato é que os principais avanços das últimas décadas na síntese de medicamentos resultaram da iniciativa da indústria farmacêutica e não de governos, organismos internacionais ou ONGs.

    Retirar a vírgula provoca erro, uma vez que há termo deslocado de sua posição natural.

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    E) Usar vírgula depois de “persiste” (2°§) é correto.

    A situação (, ) persiste 

    Não se separa sujeito do verbo por meio de vírgulas.

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    Fontes consultadas: Fernando Pestana

    Spadoto, Gramática.

    Havendo equívocos, favor, comunique-me !

    Bons estudos!

  • Não interpretei a letra "C" direito... :/