SóProvas


ID
4951057
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Vitória - ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o TEXTO 1 para responder à questão.

Estrutura da oração

O estudo da análise sintática é um dos pontos fundamentais na formação de quem se pretende um usuário competente de sua língua. Duas das habilidades principais de pessoa culta repousam nas atividades de ler e de escrever, ações que podem caracterizar não só nossas carreiras profissionais, mas também nossa vida como cidadãos.
Ler ou escrever um texto é muito mais do que apenas compreender ou organizar palavras em frases e parágrafos. É algo que envolve um amplo mecanismo a partir do qual o pensamento e as pretensões comunicativas do autor se apresentam para reflexão e avaliação do leitor. Como se constroem esses textos? Com palavras, sintagmas, termos e orações — elementos que mantêm entre si um relacionamento interno de concordância, de regência, de atribuição.
A análise sintática é a análise das relações. Na estrutura da oração, estudamos as relações que as palavras mantêm entre si na frase. Essas relações são binárias: sujeito & verbo; verbo & complemento; núcleo & adjunto... A tradicional prática de exercícios voltados para o reconhecimento da função sintática de um termo nem sempre garante o real objetivo de sua aplicação. Não se pode dizer qual é a função sintática de um termo se não se encontrar o outro termo com o qual ele se relaciona. Ou seja, não se pode reconhecer que existe um objeto direto sem apresentar a "prova" (o verbo transitivo direto); não se pode afirmar que determinado termo é o agente da passiva sem que seu "parceiro" sintático seja revelado (o verbo na voz passiva). E assim sucessivamente com todos os termos da oração, pois cada um deles só tem a classificação que tem porque possui uma relação com outro termo — e cada uma dessas relações é única, e por isso são dez os termos da oração (onze se contarmos com o vocativo). 
A sintaxe tem duas parceiras especiais. Uma é a semântica, a ciência do significado. Afinal o entendimento de uma frase depende da sua estrutura e das sutilezas que envolvem a construção do sentido. Outra é a estilística (a ciência da expressividade), pois compete ao autor da frase fazer as escolhas sobre como será sua organização, a partir do repertório que a língua oferece.
Entretanto, para o estudo da sintaxe do português, há um pré-requisito. Sintaxe e morfologia são assuntos interligados. Ter um bom conhecimento acerca das classes de palavras é fundamental para entender a estrutura de uma oração e de um período. Lembremo-nos, por exemplo, que estudamos verbos, substantivos, adjetivos e advérbios nos livros e aulas de morfologia — suas flexões, significações, desempenhos — e que, agora, estudaremos o verbo como elemento central da oração; o substantivo como núcleo de um termo; o adjetivo como um elemento periférico ou atributivo de outro; o advérbio como um determinante sobretudo dos verbos. 
Com isso, queremos enfatizar que o conteúdo aprendido nos estudos de morfologia precisa estar sedimentado para o que se coloca diante do estudante de sintaxe. Reiteramos, enfim, a convicção de que é a competência discursiva ou textual que caracteriza o saber expressivo de que fala Eugenio Coseriu.
Um texto deve ter uma adequação gramatical compatível com as pretensões e intuitos de seu autor, que — se assim julgar pertinente — procurará atingir o nível de exigência da linguagem padrão praticada por escrito pela comunidade culta em que se insere.
(HENRIQUES, C. Cezar. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, 2ª reimpressão, p. 15-16.) 

Na mesma linha da questão anterior, mas considerando as formas e funções dos pronomes pessoais (caso reto e caso oblíquo), pode-se afirmar que está INCORRETO, quanto à forma e à função, o emprego do pronome pessoal na frase:

Alternativas
Comentários
  • Por que a alternativa C está errada? Alguém pra responder?

  • A resposta tem que ser letra A , já que o lhe não exerce função de objeto direto. o verbo abraçar é transitivo direto .

  • Tanto “para mim” quanto “para eu” são duas formas utilizadas na língua portuguesa, porém em situações diferentes.

    • Para mim: quando exerce a função de objeto indireto na oração, sendo sempre precedido de uma preposição que, nesse caso, é o “para”: comprou para mim; escreveu para mim; etc.
    • Para eu: exerce a função de sujeito da oração, sendo sempre acompanhado de um verbo no infinitivo: para eu comprar; para eu escrever; etc.

    Exemplos:

    • Nossa relação está muito pesada para mim.
    • Eles compraram um presente para mim.
    • Tudo no trabalho sobra para eu fazer.
    • Para eu realizar a prova devo estudar mais.

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/eu-e-mim/

    "O que é competência do homem, papai do céu não move uma palha."

  • Não entendi esse gabarito

  • Não entendi o porquê da letra C está errada.

  • Só sendo a IBADE mesmo!

  • Preposição não liga ao pronome de caso reto.

    Frase correta:

    Propuseram-me um exercício para fazer antes das férias.

  • Pessoal, o enunciado pede a alternativa incorreta:  "pode-se afirmar que está INCORRETO"

    Geral perguntando e justificando a letra C como errada, mas ela está certa.

  • Gabarito letra A ( incorreta).

  • Porque mim e ti está certo? Pode dois pronomes oblíquos juntos?

  • Atenção: a banca pediu a assertiva INCORRETA!

    A) A professora, ao ver o aluno abatido, abraçou-lhe carinhosamente.

    Quem abraça, abraça alguém. VTD pede o Lo!

    B) Um belo filme, assisti a ele com muito gosto.

    Assistir no sentido de ver é VTI, pede preposição. Correta.

    C) Propuseram um exercício para eu fazer antes das férias.

    Perfeita. Raramente teríamos o mim antecedido de verbo. Não é regra absoluta, então cuidado.

    D) Ao recriminar o aluno, o professor procurou não o ofender.

    O "não" é advérbio. Palavras invariáveis atraem o pronome.

    E) Entre mim e ti há uma grande amizade, disse a professora ao aluno.

    Perfeita. Inclusive atentar para a construção, porque a primeira pessoa vem primeiro no caso de pronome obliquo.