SóProvas


ID
5004889
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Lucélia - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto e responda a pergunta.

Como nasceram as estrelas

    Pois é, todo mundo pensa que sempre houve no mundo estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios olhavam de noite para o céu escuro — e bem escuro estava esse céu. Um negror. Vou contar a história singela do nascimento das estrelas. Era uma vez, no mês de janeiro, muitos índios. E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.
    Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto para moer. Que fizeram as valentes mulheres? O seguinte: sem medo enfurnaram-se nas matas, sob um gostoso sol amarelo. As árvores rebrilhavam verdes e embaixo delas havia sombra e água fresca. Quando saíam de debaixo das copas encontravam o calor, bebiam no reino das águas dos riachos buliçosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores. Mas só encontravam espigazinhas murchas e sem graça. — Vamos voltar e trazer conosco uns curumins. (Assim chamavam os índios as crianças.) Curumim dá sorte.
    E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta — eis um milharal viçoso crescendo alto. As índias maravilhadas disseram: toca a colher tanta espiga. Mas os garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães voltando à taba e pedindo à avó que lhes fizesse um bolo de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a avó e o papagaio porque os dois contariam tudo. Mas — e se as mães dessem falta da avó e do papagaio tagarela? Aí então chamaram os colibris para que amarrassem um cipó no topo do céu. Quando as índias voltaram ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.
    Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando-se em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, ficaram no céu até hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes.
    Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre.
    E, como se sabe, "sempre" não acaba nunca.

(Texto retirado de: https://claricelispector.blogspot.com/2009/02/janeirocomo-nasceram-as-estrelas.html)

Observe a oração: “a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores”. Qual a função sintática do termo sublinhado?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    Tanto o complemento nominal quanto o adjunto adnominal referem-se à nomes, entretanto o C.N. somente completa o sentido de substantivos abstratos e folha é um substantivo concreto, desse modo alternativa: D.

  • GABARITO: C

    ADJUNTO ADNOMINAL

    Determina, explica ou especifica um substantivo!

    ADJUNTO ADNOMINAL:

    Pode ou não ter preposição

    pode indicar posse

    tem valor ativo (pratica a ação)

    completa o sentido de: SUBSTANTIVO CONCRETOS/ABSTRATOS

    COMPLEMENTO NOMINAL:

    Tem preposição (obrigatória)

    nunca indica posse

    tem valor passivo (é sobre ele que recai a ação)

    completa o sentido de: ADJETIVOS, ADVÉRBIOS, SUBSTANTIVOS ABSTRATOS.

  • Note-se que a expressão "de árvores" complementa o substantivo concreto "folhas"; por isso, afirmamos se tratar de um adjunto adnominal.

  • "a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores”.

    FOLHAS DE ÁRVORE = TUDO ISSO É OBJETO DIRETO

    DE ÁRVORE = ADJUNTO ADNOMINAL, QUE ESTÁ DENTRO DO OBJETO.

    Obs: Veja que o termo DE ÁRVORE está no sentido de posse (as folhas pertencem a árvore) isso é bem relevante para diferenciar COMPLEMENTO E ADJUNTO ADNOMINAL

    Nunca desista! Lá na frente, tudo valerá a pena.

  • “a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores”

    O termo “de árvores” caracteriza o substantivo concreto que o antecede, “folhas”, possuindo valor adjetivo, portanto deve ser classificado como um adjunto adnominal.