SóProvas


ID
5031106
Banca
IDCAP
Órgão
Prefeitura de Santa Leopoldina - ES
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

A EDUCAÇÃO POSSÍVEL

(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.

(2º§) Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.


(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)

Julgue as assertivas com V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a alternativa com a série correta.

(__)Sublinhamos no período, respectivamente: "O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros". - numeral ordinal, substantivo e adjetivo polissílabos paroxítonos, concordando em gênero e em número, contração prepositiva.

(__)O período: "Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso : ..." - a primeira oração inicia com sujeito elíptico e destaca contração prepositiva imposta pela regência verbal.

(__)A oração: "Dizem que nossa economia floresce" - inicia com exemplo de sujeito indeterminado e destaca conjunção subordinativa integrante.

(__)Todos os termos sublinhados no período: "Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar". - pertencem à mesma classe gramatical e são invariáveis.

Alternativas
Comentários
  • GAB C

    Errei, dei mole na última( classe de palavras)

    exemplo de Contração prepositiva:

    Em+A= Na

  • Gabarito, Letra C

    (V)

    Terceiro -> numeral ordinal (1º, 2º, 3º, ...)

    Conhecimentos -> Substantivo (masculino/plural) - polissílabo (mais de três sílabas) - Paroxítono (penúltima sílaba mais forte)

    Especializados -> Adjetivo (masculino/plural) - polissílabo (mais de três sílabas) - Paroxítono (penúltima sílaba mais forte)

    Nos -> Contração prepositiva (preposição "em" + artigo "os")

    (V)

    Estamos -> sujeito Elíptico/oculto/desinencial ("nós")

    Disso -> Contração prepositiva por força do verbo "gostar" (preposição "de" + pronome demonstrativo "isso")

    (V)

    Dizem -> Verbo na 3ª pessoa do plural sem referencial anterior ou posterior no contexto.

    Que -> Conjunção integrante (pode ser substituído por "isso". Quando puder ser substituído por "o qual" e suas variantes, será pronome)

    (F)

    Não -> Advérbio de negação

    Nem -> Advérbio de negação

    E -> Conjunção aditiva

    Com -> Preposição

    Me -> Pronome oblíquo

    Quando -> Advérbio temporal

    De -> Preposição em locução com o Verbo Impessoal "ter"

  • É uma questao ou uma gramática?

  • IDCAP que banca chata

  • C

    O erro da última opção é que as palavras sublinhadas não pertencem a mesma classe gramatical, mas sim classes gramaticais diferentes, vejamos:

    (__)Todos os termos sublinhados no período: "Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar". - pertencem à mesma classe gramatical e são invariáveis.

    Não -> Advérbio de negação

    Nem -> Advérbio de negação

    E -> Conjunção aditiva

    Com -> Preposição

    Me -> Pronome oblíquo

    Quando -> Advérbio que indica tempo

    De -> Preposição.