SóProvas


ID
5037379
Banca
SELECON
Órgão
CRA-RR
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Ciência e epidemia, construções coletivas
   Vacinas, atuando por meio de agentes semelhantes ao patógeno da doença, mas incapazes de causá-la, geram uma memória imunológica que nos protege da doença, às vezes por toda a vida. Mais que seu efeito individual, porém, importa seu efeito comunitário. Se bem utilizadas, podem proteger até quem não se vacinou.
  Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais: contraímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as pessoas ao redor. E a reação do grupo determina o curso e a gravidade do surto.
   Se boa parte da população já tem imunidade contra determinada doença, é mais difícil que um indivíduo infectado contamine outras pessoas. Esse fenômeno, inicialmente estudado em animais, é chamado de imunidade de rebanho.
   Para a gripe, observa-se a proteção comunitária quando cerca de 40% da população é imune ao vírus; para o sarampo, a taxa fica por volta de 95%. Se um número suficiente de indivíduos for vacinado de modo a atingir a imunidade de rebanho, então a população como um todo recebe proteção contra a epidemia.
   É nesse contexto que segue a busca por uma vacina para a Covid-19. Calcula-se que atingiremos a imunidade de rebanho quando entre 60 e 70% da população estiver imune ao vírus. Há quem estime que a taxa seja menor, dada a heterogeneidade da população.
   De um modo ou de outro, várias pesquisas (inclusive brasileiras) evidenciam que sem a vacina essas taxas não serão alcançadas no curto prazo. Para agravar a situação, pairam dúvidas sobre a imunidade a longo prazo para a doença.
   Essa é uma batalha que precisa ser travada com as armas da ciência. Pela primeira vez na história, o público acompanha tão de perto e com tanta expectativa a produção do conhecimento científico. E esse processo pode às vezes parecer caótico.
   A ciência é um processo de construção coletiva, tão social quanto a epidemia que ela tenta enfrentar. Esforços colossais foram canalizados para o enfrentamento da Covid-19 — só de vacinas temos 135 iniciativas, 22 delas sendo testadas em humanos (duas das quatro que estão no último estágio de ensaios em humanos estão sendo testadas no Brasil). Enquanto assistimos ao desenrolar dessa busca, vemos o fracasso de projetos promissores e o questionamento de informações antes tidas por favas contadas.
   Esse processo de construção do conhecimento científico costuma se estender por anos. Mas a urgência e a intensidade da pesquisa sobre a Covid-19 têm forçado adaptações e aperfeiçoamento.
  A demanda do público por informação vem estimulando estudiosos a melhorar o modo de comunicar seus achados e também as discussões sobre a construção do conhecimento. É um momento único: pela primeira vez experimentamos uma pandemia de tais proporções, com os atuais níveis de conhecimento científico e recursos de comunicação.
  Vamos torcer para que as pessoas, confrontadas com estudos de resultados conflitantes, descubram um pouco mais a respeito da formação do conhecimento científico. E, com sorte, passem a admirar a beleza e o esforço envolvido na construção da ciência.

Gabriella Cybis
Folha de São Paulo, 15/07/2020

“Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais: contraímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as pessoas ao redor” (2º parágrafo). Na frase, os dois-pontos podem ser substituídos pela seguinte expressão:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito LETRA: D

    REDAÇÃO ORIGINAL:

    “Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais: contraímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as pessoas ao redor” 

    Os dois pontos na língua portuguesa tem a função de iniciar uma enumeração, evidenciar uma citação ou introduzir uma explicação ou esclarecimento.

    no caso da redação proposta pela banca a substituição correta se dará pela locução conjuntiva subordinativa explicativa VISTO QUE.

    PROPOSTA PELA BANCA:

    “Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais visto que contraímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as pessoas ao redor” 

    pertencelemos!

  • Os dois pontos foram usados para introduzir uma comprovação

  • Partiu PPMG!!

  • sem bem que

    por mais que

    ainda que

    Conjunções concessivas,logo não explica.

  • visto que conjunção causal
  • Visto que, é uma conjunção explicativa. Os dois pontos estão inseridos para trazer a definição do termo anterior, ou seja, para EXPLICAR aquilo que foi dito.
  • Visto que, explica que! Uma forma boa de entender é trocar os dois pontos por Pois( Conj explicativa) logo, visto que que tbm é explicativo cairia muito bem.

  • Visto que é causal, mas tbm explicativa, e no caso da questão é explicativa.

  • Visto que no caso usado terá a funçãoexplicativa.

  • 3 concessivas e uma causal, basta saber os significados das conjuncoes e mataria a questao por eliminacao

  • Dois pontos = explicativo. Visto que é uma conjunção explicativa.

    Equivalentes.

  • Dois pontos na lingua portugues tem a funçao de Enumerar termos. Citar (falas ou trechos e falas) ou explicar um termo.

    No caso ele utilizou o visto que (conjuncao subordinada explicativa para explicar )

  • LETRA: D

    “Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais visto que contraímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as pessoas ao redor” 

    Os dois pontos na língua portuguesa tem a função de iniciar uma enumeração, evidenciar uma citação ou introduzir uma explicação ou esclarecimento.

    no caso da redação proposta pela banca a substituição correta se dará pela locução conjuntiva subordinativa explicativa VISTO QUE.