O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste domingo, 10, sua renúncia pela televisão depois de três semanas de protestos contra sua polêmica reeleição e menos de uma hora depois de perder o apoio das Forças Armadas e da polícia.
"Estou renunciando para que (os líderes da oposição Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não continuem atacando nossos irmão", disse ele em referência aos ataques a membros do governo no âmbito dos protestos dos últimos dias.
No segundo semestre de 2019, a América Latina vivenciou momentos de muita instabilidade política. A Bolívia, por exemplo, viu suas eleições serem acusadas de fraude, protestos com feridos e mortos explodirem no país e um presidente, que estava há 13 anos no poder, renunciar.
Evo Morales assumiu a Presidência da Bolívia em 2006, quando o continente latino-americano vivia uma grande prosperidade econômica, devido à valorização das commodites, e grande parte dos países era governado por presidentes de partidos considerados de esquerda, como Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, Hugo Chavéz na Venezuela e Néstor Kirchner na Argentina, período que ficou conhecida como a “maré vermelha”.
Durante seu governo, Morales implementou políticas de nacionalização do petróleo e do gás natural, com um forte discurso contra os Estados Unidos. A economia cresceu cerca de 4,5% ao ano, bem acima da média regional. Entretanto, após as eleições de 20 de outubro, nem mesmo o bom resultado econômico pôde ajudá-lo.
Fique atento a este detalhe. Evo Morales não sofreu protestos populares por problemas na economia. O então presidente boliviano entregou um país com a economia bastante aquecida e com bons indicadores. As manifestações contra Morales ocorreram pela insatisfação popular com o resultado da eleição presidencial ocorrida em 2019, que é acusada de fraude.
Resposta: D