SóProvas


ID
5066077
Banca
IDIB
Órgão
Prefeitura de Jaguaribe - CE
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO IV


Conhecimento prévio


Entenda por que aquilo cada um já sabe é a ponte para saber mais


Elisângela Fernandes


    Virou quase uma obrigação. Não há (ou pelo menos não deveria haver) professor que inicie a abordagem de um conteúdo sem antes identificar o que sua turma efetivamente conhece sobre o que será tratado. Apesar de corriqueira nos dias de hoje, a prática estava ausente da rotina escolar até o início do século passado. Foi Jean Piaget (1896-1980) quem primeiro chamou a atenção para a importância daquilo que, no atual jargão da área, convencionou chamar-se de conhecimento prévio.

    As investigações do cientista suíço foram feitas sob a perspectiva do desenvolvimento intelectual. Para entender como a criança passa de um conhecimento mais simples a outro mais complexo, Piaget conduziu um trabalho que durou décadas no Instituto Jean-Jacques Rousseau e no Centro Internacional de Epistemologia Genética, ambos em Genebra, Suíça. Ao observar exaustivamente como os pequenos comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases. Dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o meio, as estruturas mentais - condições prévias para o aprendizado, conforme descreve o suíço em sua obra - vão se tornando mais complexas até o fim da vida. Em cada fase do desenvolvimento, elas determinam os limites do que os indivíduos podem compreender.

    Dessa perspectiva, fica claro que o cerne de sua investigação relaciona-se à capacidade de raciocínio. Por não estudar o processo do ponto de vista da Educação formal, Piaget não se interessava tanto pelo conhecimento como conteúdo de ensino. Na década de 1960, esse tema mereceu a atenção de outro célebre pensador da Psicologia da Educação, o americano David Ausubel (1918-2008). "Ele foi possivelmente um dos primeiros a usar a expressão conhecimento prévio, hoje consagrada entre os professores", diz Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do ensino de Ciências e Biologia do Instituto Oswaldo Cruz.

    De acordo com Ausubel, o que o aluno já sabe - a ideia-âncora, na sua denominação - é a ponte para a construção de um novo conhecimento por meio da reconfiguração das estruturas mentais existentes ou da elaboração de outras novas. Quando a criança reflete sobre um conteúdo novo, ele ganha significado e torna mais complexo o conhecimento prévio. Para o americano, o conjunto de saberes que a pessoa traz como contribuição ao aprendizado é tão essencial que mereceu uma citação contundente, no livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo".

    Ao enfatizarem aspectos distintos do conhecimento prévio, as visões de Piaget e Ausubel se complementam. "Para aprender algo são necessárias estruturas mentais que deem conta de novas complexidades e também conteúdos anteriores que ajudam a assimilar saberes", diz Fernando Becker, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (...)


Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1510/conhecimento-previo. Acesso em 12/09/2020. (com adaptações) 


Ao observar exaustivamente como os pequenos comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases ...”. As orações sublinhadas formam

Alternativas
Comentários
  • A questão é sobre período composto e quer saber a classificação das orações sublinhadas em “[...], ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases ...”. Vejamos:

     . 

    Um período composto por subordinação é constituído por orações subordinadas. As orações subordinadas são sintaticamente dependentes. Contêm oração principal, com uma ou mais orações subordinadas associadas a ela, que funcionam como termo de outra oração. Podem ser: adjetivas, substantivas e adverbiais.

    Um período composto por coordenação é constituído por orações coordenadas. Uma oração chama-se coordenada quando não funciona como termo de outra e nem tem outra que funcione como termo dela. Cada oração tem todos os termos necessários para estar completa. São sintaticamente independentes entre si.

    Ex.: Estudaram muito e passaram no concurso. (período composto por coordenação)

     . 

    A) um período composto por subordinação constituído de oração principal e oração adjetiva restritiva.

    Errado.

    Oração subordinada adjetiva restritiva: Não é isolada por vírgulas. Restringe o sentido do termo a que se refere.

    Ex.: Os celulares que são modernos custam caro. (somente os celulares que são modernos custam caro)

     . 

    B) um período composto por subordinação constituído de oração principal e oração substantiva subjetiva.

    Errado.

    Oração subordinada substantiva subjetiva: funciona como sujeito do verbo da oração principal.

    Esqueminha:

    1) Verbo de ligação + predicativo + QUE

    Ex. 1) É preciso que você estude muito. (= É preciso ISSO / ISSO é preciso)

    2) Verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE ou SE

    Ex. 2) Esperava-se que os jogadores ganhassem a competição. (= Esperava-se ISSO / ISSO era esperado)

     . 

    C) um período composto por coordenação constituído de oração assindética e oração sindética explicativa.

    Errado.

    Oração coordenada assindética: ligada às outras sem conjunção. No lugar da conjunção aparece vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos.

    Ex.: Ela almoçou tranquila, pegou o carro, foi fazer a prova.

    Oração coordenada sindética explicativa: tem valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão. É ligada às outras por meio das seguintes conjunções: porque, pois (antes do verbo), que, porquanto...

    Ex.: Não espere meu apoio, pois seu pedido é absurdo.

     . 

    D) um período composto por subordinação constituído de oração principal e oração substantiva objetiva direta.

    Certo. Temos uma oração principal ("ele compreendeu") e uma oração substantiva objetiva direta ("que a inteligência...")

    Oração subordinada substantiva objetiva direta: funciona como objeto direto do verbo da oração principal.

    Esqueminha: VTD + QUE ou SE

    Ex.: Eu quero que você passe em um concurso público. (= Eu quero o quê? ISSO)

     . 

    Referência: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, 5.ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon, 2008

     . 

    Gabarito: Letra D

  • gaba D

    ele compreendeu ISSO

    substitua QUE por ISSO ---> conjunção integrante que inicia uma oração subordinada

    substitua QUE por QUAL ---> pronome relativo que inicia uma oração adjetiva que pode ser explicativa ou restritiva.

    PERTENCELEMOS ☠️☠️

  • Gabarito: D.

    Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

    Pela regência do verbo "compreender", sabemos que quem compreende, compreende algo.

    Ele (sujeito) compreendeu (VTD) que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases (OD).

    Bons estudos!

  • não seria oração explicativa pois obrigatóriamente teria que estaar acentuada com vírgula e o QUE teria valor de conj. integrante (= ISTO) ;

    não seeria oração restritiva pois embora sem uso de vírgula, o que tem valor de pronome relativo (=A/O QUAL)