SóProvas


ID
5081470
Banca
VUNESP
Órgão
CODEN
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Lições de vida

    Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada.
    Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas?
    Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully come- çou a duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
    Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
     Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
    Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mes- mo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano.
    Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia.
    E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equa- ção matemática.
    As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres humanos, e não as má- quinas, são capazes de entender.
    Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens.

(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


  • ... o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano. (6° parágrafo)
  • .... uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática. (8° parágrafo)


As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as ideias de

Alternativas
Comentários
  • Assertiva A

    mesmo que / já que 

    concessão e de causa, exemplificadas, também res- pectivamente, pelas frases: Realizou bem a tarefa, embora fosse desatento. / Não fez os doces, pois faltavam os ovos.

  • Conjunções Concessivas

    São as conjunções que indicam uma oração em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la: Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que , apesar de que, nem que, que.

    Conjunções Causais

    São aquelas que indicam uma oração subordinada que denota causa: Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque), pois que, por isso que, á que, uma vez que, visto que, visto como, que.

    muita gente confundi PORQUE com uma oração explicativa, quando ocorrer essa dúvida basta trocar o PORQUE por JÁ QUE é verificar se mantém a correção gramatical.

  • GABARITO CORRETO: A

    mesmo que = Concessão

    Já que = causa

    A) concessão e de causa, exemplificadas, também respectivamente, pelas frases:

    • Realizou bem a tarefa, embora (concessivo) fosse desatento

    Explicação: Na concessão há uma ideia de contraposição, entretanto, o que vem após a conjunção concessiva NÃO IMPEDE o que vem antes). Explico: O fato de ele ser desatento, NÃO IMPEDIU ele ter realizado bem a tarefa.

    • Não fez os doces, pois (causal) faltavam os ovos.

    Explicação: Na causa, o que segue após a conjunção causal é um evento ANTERIOR na frase (como se existisse uma linha temporal entre os eventos). Explico: PRIMEIRO (antes) faltaram os ovos, DEPOIS ele não fez os doces. Portanto, "faltar os ovos" foi a CAUSA de ele ter não ter feito os doces.

    E por que não é B?

    Concessão e de causa, exemplificadas, também respectivamente, pelas frases: Poderemos mudar assim que a reforma esteja finalizada. / Ofendeu-se porque foi repreendido em público.

    Explicação: "Porque" tem sentido de explicação e não causa, portanto o exemplo está errado!

    E por que não é C? Concessão e de consequência?

    Porque na consequência, o evento que segue a conjunção é POSTERIOR, como no exemplo dado na alternativa: Foram tantos os aplausos que o artista ficou emocionado.

    Explicação: O que veio/vieram primeiro? Os aplausos ou o artista ter ficado emocionado?

    Primeiro vieram os aplausos, então o que segue após a conjunção ("o artista ficou emocionado") veio DEPOIS, sendo portanto, CONSEQUÊNCIA.

    Portanto, não poderia substituir o JÁ QUE do enunciado que tem sentido de CAUSA (ou seja, o evento que segue após a conjunção é ANTERIOR na "linha temporal").

    Espero ter ajudado!

  • GAB A

    1º) A questão pede qual é a conjunção de "mesmo que" e "já que".

    • Mesmo que = Conjunção concessiva (pode ser trocado por: Ainda que, apesar de que, posto que, EMBORA)
    • Já que= Conjunção causal (pode ser trocado por: Porque, como(=porque), POIS, visto que , porquanto)

    2º) A questão pede quais são as frases que apresentam as mesma conjunções, no caso: Concessiva e Causal.

    • "Realizou bem a tarefa, embora fosse desatento."
    • "Não fez os doces, pois faltavam os ovos."

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    Um adento importantíssimo para o "pois":

    pois (depois do verbo) = conjunção conclusiva

    • O relógio é de ouro; não enferruja, pois.

    pois (antes do verbo) = conjunção explicativa

    • Conseguiu a aprovação, pois estudou como nunca fizera antes.

    BIZU: Primeiro você explica. Depois você conclui.

  • gaba A

    MESMO QUE → CONJUNÇÃO CONCESSIVA (possíveis substituições)

    • Por mais que
    • por menos que
    • apesar de que
    • embora
    • conquanto
    • mesmo que
    • ainda que
    • se bem que.

    JÁ QUE → CONJUNÇÃO CAUSAL (possíveis substituições)

    • Porque
    • pois
    • por isso que
    • uma vez que
    • já que
    • visto que
    • que
    • porquanto

    salva essa listinha, se você a tivesse, teria respondido numa boa :)

    pertencelemos!

  • Outro erro da B: "assim que" é temporal.

  • Galera, há oito semanas, comecei utilizar os MAPAS MENTAIS PARA CARREIRAS POLICIAIS, e o resultado está sendo imediato, pois nosso cérebro tem mais facilidade em associar padrões, figuras e cores.

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  • Causais = Introduzem a causa de uma determinada ação , toda causa pressupõe uma consequencia

    Causa da consequencia encontrada na oração principal

    porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que.

    Como estávamos atrasados, não tomamos café.

    FATO DELE ESTAR ATRASADO RESULTOU A CONSEQUENCIA DELE NÃO TOMAR CAFÉ

    Concessivas = Introduzem uma oposição entre duas ideias, Oposição não é forte o suficiente para impedir a outra ação.

    embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que pese, nem que, dado que, sem que (=embora não),não obstante, apesar de.

    Encontramos nossos amigos, mesmo sem os procurar.

  • BORA PEGAR ESSE MACETE DO "POIS"

    • POIS (CAUSAL) = CHOVEU, POIS O DIA FOI QUENTE

    VEM NO INICIO DA ORAÇÃO . NESSE CASO CHOVEU POR CAUSA QUE O DIA FOI QUENTE , E O FATO DE O DIA SER QUENTE ANTECEDE A CHUVA JÁ QUE ELE FOI A CAUSA DESSA.

    • POIS (EXPLICATIVO) = CHOVEU, POIS ESTÁ TUDO MOLHADO

    VEM NO INICIO DA ORAÇÃO. NESSE CASO TRATA-SE DE UMA EXPLICÃO POIS O FATO DE ESTAR TUDO MOLHADO VEM DEPOIS DA CHUVA , ELE NÃO É SUA CAUSA, MAS SUA EXPLICAÇÃO.

    • POIS (CONCLUSIVO) = ESTUDOU MUITO, PASSOU, POIS, BEM RÁPIDO

    VEM DESLOCADO.

  •  

    VIDE   Q628876  Q791900

     

    A violência de que (CAUSA - por que motivo) participavam, ou que combatiam, é esquecida/ DE MANEIRA que (consequência) o museu parece desempenhar um papel de pacificação social.

     

    O FATO de (CAUSA)...........: A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida.

     

    FEZ COM QUE ......... (CONSEQUÊNCIA): O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social.

    Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Por exemplo:

     

    Ex.: Poderemos mudar assim que a reforma esteja finalizada.

  • Gab - A

    => Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

    Por exemplo:

    • Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
    • Como não se interessa por arte, desistiu do curso.

    => Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

    Por exemplo:

    • Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
    • Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.

    #Persistamos!!

  • Primeira vez q vejo isso, é como se fosse uma questão encapsulada dentro da outra. Mt louco a criatividade deles.

    Altern. A

  • REGRA DO PAVE E PDVC