SóProvas


ID
5098846
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Sabará - MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A dona do ar

        Quando completou três anos de idade, em 1922, Rosa Helena Schorling, conhecida como Rosita, ganhou de presente um velocípede de madeira construído pelo pai. Aos 12, o brinquedo havia ficado para trás e seu principal meio de transporte era um Opel 1896 de fabricação alemã e direção do lado direito. Aos 19, tornou-se a oitava brasileira apta a pilotar aviões e, aos 21, se tornou a primeira mulher a saltar de paraquedas no País.
        Hoje, por força de seus 94 anos, caminha mais devagar, mas olha o céu do mesmo modo como olhava quando avistou, pela primeira vez, o imenso balão prateado Graf Zeppelin, que sobrevoou o território capixaba em 1932, inaugurando o tráfego aéreo entre a Europa e a América Latina. O acordo feito com o pai era o seguinte: primeiro Rosa Helena terminaria os estudos no tradicional colégio de freiras em que aprendia letras, ciências, piano e costura. Depois, tão logo conquistasse o canudo de professora-normalista, estaria autorizada a estudar aviação.
        O trato foi cumprido. Em 1938, começou o curso, orientada a observar o terreno e sentir a altitude e os comandos. “No ar, eu me sinto livre como em nenhum outro lugar”, define a aviadora que o presidente Getúlio Vargas chamava de “capixaba endiabrada”.
        Diante do xeque-mate de um noivo que a mandou escolher entre voar e o casamento, ficou com o avião. Aos 35 anos, por causa da morte do pai, Rosita voltou ao interior para cuidar da mãe e trabalhar como professora. As crianças, curiosas, a enchiam de perguntas sobre suas peripécias no ar. Casou-se anos depois, na década de 1960, e teve um único filho. O bebê, no entanto, viveu apenas cinco meses e 16 dias. “Perdi muita gente”, lamenta. O pai, sem dúvida, foi o maior incentivador. Um dia, o general que presidia o Aeroclube do Brasil quis conhecer a família da aluna. Diante do pai de Rosita, João Ricardo Schorling, perguntou:
    – E se alguma coisa acontecer a ela?
Decidido como a filha, Schorling respondeu prontamente:
    – Então ela terá a morte dos seus sonhos.

(Ana Laura Nahas. Vida simples, janeiro de 2014.)

Em “o brinquedo havia ficado para trás e seu principal meio de transporte era um Opel 1896” (1º§), a concordância seria mantida de acordo com a norma padrão da língua caso fossem feitas as alterações:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

  • O verbo haver é usado maioritariamente como verbo impessoal, sem sujeito, com significado de existir. Assim, deverá ser conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular: Exemplo: há crianças.

    Apresenta conjugações completas quando é um verbo principal ou quando é um verbo auxiliar, apesar de ter um uso reduzido: havíamos dito, haviam falado, hei de conseguir, os brinquedos haviam ficado (GABARITO LETRA B)

  • Um detalhe para provas futuras:

    O verbo haver nem sempre trabalha como impessoal!

    Alguns casos em que nosso amigo será pessoal :

    I) como Auxiliar para um verbo pessoal. no sentido de " Ter "

    Elas haviam chegado mais cedo

    Elas tinham chegado mais cedo.

    II) Haver no sentido de obter

    Eles houveram o aval da Prefeitura para fechar a rua.

    Eles Obtiveram o aval ....

    III) No sentido de considerar

    Nos o Houvemos Honesto

    Nos o consideramos Honesto

    https://www.infoescola.com/portugues/verbo-haver/#:~:text=O%20Verbo%20haver%20%C3%A9%20usado%20no%20pessoal%20nos%20seguintes

    %20casos&text=Exs.%3A%20Os%20bandidos%20haviam%20fugido,possui%20o%20sentido%20de%20ter.

    &text=c)%20quando%20possui%20o%20sentido%20de%20obter%2C%20conseguir%2C%20alcan%C3%A7ar.

    &text=d)%20quando%20possui%20o%20sentido%20de%20pensar%2C%20julgar%2C%20entender.

  • Gabarito: B