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ID
513421
Banca
FMP Concursos
Órgão
TCE-RS
Ano
2011
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

No que concerne ao federalismo no Brasil, aponte a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • A alternativa A é parcialmente verdadeira. A EC 15 alterou a situação, conforme abaixo:

    § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

    Entendo que o trecho em negrito invalida a alternativa. Ela só estaria certa se falasse "até a EC 15".
  • A primeira alternativa está correta e exemplifica bem o ocorrido no início da década de 90, quando mais de mil municípios foram criados em busca dos recursos do FPM.
     
    A segunda opção está errada. O federalismo dual é o modelo norteamericano, em que a "divisão de tarefas" é bem mais acentuada entre os estados e a União.
    No Brasil, estamos em busca do modelo cooperativo.
     
    A letra C está "fácil" e não pede maiores comentários. As outras
    duas opções também estão corretas.
    O gabarito é mesmo a letra B.
     
  • No Federalismo Dual, de acordo com preceitos clássicos, o poder é rigidamente dividido entre a União (que cuida de assuntos de âmbito nacional) e estados (que cuidam de assuntos de âmbito regional e local).
    No caso do Federalismo cooperativo, há uma integração maior entre estados e União, o que quer dizer que não existe uma independência tão à vista como na Dual.

  • SOBRE A ALTERNATIVA D

    A descentralização de recursos começou antes mesmo da nova Constituição, no início da década de 80, principalmente via aumento de transferências federais por meio dos fundos de participação. Entre 1980 e 1995, a participação dos municípios na receita nacional quase dobrou, passando 8,7%, para 16,6% do total arrecadado na federação. Esse panorama desencadeou, no período pós-Constituição, um processo de proliferação de municípios, com a divisão de unidades já pequenas.
    Os mais prejudicados foram os municípios médios e grandes, que contaram com menos recursos para fazer frente a demandas de políticas públicas maiores e por vezes mais complexas que os municípios menores. Para muitos, a alternativa foi investir no aumento da arrecadação própria e no fomento a atividades econômicas que elevassem o repasse estadual do ICMS.
    Na disputa pela atração de novas atividades econômicas vários municípios adotaram uma política de concessão de benefícios fiscais a grandes empresas, deflagrando um processo de guerra fiscal, que Marcus Melo (1996) denominou “hobbesianismo municipal”

    Fonte: http://www.defesasocial.rn.gov.br/content/aplicacao/searh_escola/arquivos/pdf/paper-federalismo-fernando-abrucio.pdf

    Abs.
  • ALTERNATIVA: B


    Federalismo dual é aquele que dá autonomia apenas para União e Estados. O nosso inclui os Municípios.

  • Quanto ao federalismo brasileiro, deve-se marcar a alternativa INCORRETA. 

    a) CORRETA. A partir da EC nº 15/1996, a criação de novos municípios, bem como a incorporação, a fusão e o desmembramento, passaram a ser feitos por lei estadual. Art. 18, §4º.

    b) INCORRETA. No Federalismo dual, há rígida separação de competências da União e dos estados. O Brasil, tem-se caminhado para o federalismo cooperativo, em que todos os entes federados tentam agir de forma a cooperar uns com os outros, sem rígida separação de competências.

    c) CORRETA. Art. 18, caput.

    d) CORRETA. A alternativa conceitua "hobbesianismo municipal".

    e) CORRETA. Conforme art. 3º, incisos I a IV.

    Gabarito do professor: letra B.
  • SOBRE A ALTERNATIVA D - HOBBESIANISMO MUNICIPAL

    Hobbesianismo é a forma de pensamento que se baseia nos conceitos de Tomas Hobbes.

    Thomas Hobbes, assim como Rousseau e Locke, compõe o grupo que defende que o Estado se originou pelo Contrato Social. De acordo com essa corrente de pensamento, é feito um acordo, por intermédio de contrato, para que um indivíduo, ou grupo de indivíduos, venha a governar sobre um grupo de pessoas, organizando-o civilmente, trazendo a ideia da ética e da moral, originando, por consequência, o Estado civil.

    O pensamento hobbesiano, divide-se em três fases: Estado de natureza, de guerra e de segurança. Hobbes idealizou a humanidade semelhante a animais selvagens incapazes de desenvolver uma vida em sociedade, pois, segundo seu pensamento, todos eram iguais e essa igualdade era ponto de partida para um estado de guerra.

    A liberdade era outra acusação, da parte de Hobbes, que consistia em ter direito a tudo, ou simplesmente nada. Hobbes vê o homem como um ser egocêntrico, irracional e refém de seu semelhante. Nesse cenário de extrema liberdade, ausência de paz e insegurança, refletindo em um estado de guerra por não haver controle entre os homens.

    O contrato social, seria algo feito pelos homens. Na busca pela paz, Hobbes deixa perpetuar em seu pensamento um soberano, que dá a ideia de Estado. O medo era a causa principal de todos se submeterem a esse poder absoluto em troca de paz.

    Agora, é um novo cenário em que se assiste a organização e a força de submissão ao soberano como forma de ensinar ao homem como proceder em sociedade. Por esta razão, no ato do contrato, somente o povo deve assiná-lo, pois o soberano é a nova voz, é o condensamento do poder e da liberdade em um único homem capaz de governar. O soberano, assim, fica livre de assinar esse contrato, pois se o mesmo assinasse quem seria o novo juiz? (Loureto Alves - 2018)

    O chamado "hobbesianismo municipal" vem daí.

    Segundo o § 4º do Art. 18 da CF, com o estímulo à criação dado pelos governadores, que buscavam ampliar seu prestígio político sobre o seu território, e a influência do chamado discurso autárquico, que defendia a autossuficiência dos poderes locais, culminou-se em um amplo processo de fragmentação municipal formando um cenário de "hobbesianismo" municipal, que causou grandes impactos sobre as relações intergovernamentais. Cada vez que ocorria uma nova emancipação, criava-se um novo ator na estrutura federativa com acesso e garantia de recursos públicos transferidos obrigatoriamente pelo governo federal, porém com fragilidades administrativas que o impediam de suprir todas as demandas públicas locais (Motta Júnior, 2006:6). Predominou-se um jogo entre os municípios de concorrência horizontal pelo dinheiro público de níveis de governo superiores, de disputa predatória por investimentos privados (guerra fiscal) e de repasse dos custos locais aos municípios que possuíam uma infra-estrutura melhor capacitada (Abrucio, 2006: 98).

  • gab b!

    Brasil adota o modelo de federação cooperativa.

    O modelo brasileiro, quanto ao modo de separação de atribuições (competências) entre os entes federativos, pode ser classificado como um federalismo dual.