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ID
5152159
Banca
NUCEPE
Órgão
PC-PI
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pensar nas criminalizações históricas
Vera Malaguti Batista, professora de Criminologia da Universidade Cândido Mendes e membro do Conselho Superior do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito (ILANUD), respondeu às seguintes perguntas da revista IHU-Online, em março de 2008.  
IHU On-Line - Na sua opinião, quais são as origens da violência no Brasil? Vera Malaguti Batista - A história do Brasil é uma história de violências. O genocídio colonizador, a destruição das civilizações indígenas e a violência fundacional da escravidão são marcas históricas. Cada vez que o povo brasileiro tenta ser o protagonista de sua história ele é criminalizado e brutalizado. 
IHU On-Line - A senhora acredita que existe um descompasso entre crescimento econômico e a segurança pública no país? Vera Malaguti Batista - Neste momento, eu acredito estarmos vivendo uma situação singular. Nós já sabemos, pelos fatos e estatísticas, que o neoliberalismo (que creio estar, com o fim da Era Bush, em fase descendente) produziu um colossal encarceramento de pobres no mundo e também políticas de segurança pública truculentas nas margens pobres do mundo. Só assim os mais ricos poderiam tentar concentrar tanto poder e riqueza. O Brasil seguiu essa tendência. O interessante é que já estamos vivendo um momento diferente, com avanços significativos no desenvolvimento econômico e melhora inegável nos níveis de renda, trabalho e oportunidades. No entanto, continuamos com um sistema penitenciário perversamente superlotado e com um Estado policial em curso. A transformação dos conflitos sociais em casos de polícia, o aumento desmedido do sistema penal e, principalmente, a inculcação de uma cultura punitiva continuam a todo vapor, com o auxílio luxuoso da grande mídia, que perpetua, assim, nossas tradições de truculência e barbarização dos pobres. 
IHU On-Line - Quais são os maiores problemas do sistema penitenciário e como resolvê-los? Vera Malaguti Batista - O maior problema do sistema penitenciário é que ele nunca poderá ser um bom sistema. A pena e a prisão são produtoras de dor e apartação, ou seja, nada de bom pode vir delas. Precisamos pensar num projeto de desencarceramento. O grande jurista argentino Raúl Zaffaroni denuncia que, na América Latina, cerca de 70% dos presos são provisórios. No Brasil, existem estudos indicando que 40% dos nossos presos estão na cadeia sem condenação. Estão lá como a menina do Pará, jogada numa cela por uma pequena transgressão juvenil, sem acesso à defesa. Depois, ao contrário do senso comum, precisamos aumentar a comunicação com os presos. É necessário aumentar as pontes, abrir portas, quebrar o maniqueísmo do “nós e eles”. Além disso, é necessário diminuir o sofrimento dos familiares de presos, que acabam cumprindo pena junto com seus entes queridos e passam por toda sorte de constrangimento e estigmatização. 

(Revista IHU-Online, n. 152, mar. 2008, p. 20-21)

“Quais são os maiores problemas do sistema penitenciário e como resolvê-los?” A última pergunta da entrevista, para evitar repetição desnecessária, recorre à pronominalização da expressão sublinhada em “resolvê-los”. Em qual das perguntas abaixo a pronominalização da expressão sublinhada foi feita corretamente?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    Quais são os melhores clientes e como beneficiá-las?

    Quais são os melhores clientes e como beneficiá-los?

    Qual é o melhor veículo e como comprar-lhe?

    Qual é o melhor veículo e como compra- ló ?

    Quais são para nós os mais competentes e como identificarmos?

    Quais são para nós os mais competentes e como identifica-los ?

  • GABARITO - C

    Substituem Objetos diretos:

    Lo (S) La (S) - Verbos terminados em R, S, Z.

    No (S) , Na (S) - Verbos terminados em Som nasal.

    O (S) , A (S)

    Substituem Objetos Indiretos:

    Lhe (S)

    ----------------------------------------------------------------------------------------

    A) Quais são os melhores clientes e como beneficiá-las?

    Beneficiar / Alguém

    Beneficiá-los ( Os melhores clientes )

    -------------------------------------------------------------------

    B) Qual é o melhor veículo e como comprar-lhe?

    Comprar / Algo

    O melhor veículo ( Objeto direto )

    Comprá-lo

    -------------------------------------------------------------

    C) Quais são os candidatos mais eficientes e como atraí-los?

    Atrair /alguém

    Atraí-los

    ---------------------------------------------------------

    D) Qual é o caso mais difícil e como solucionar-lhe?

    Solucionar / Algo

    O caso mais difícil = Objeto direto

    Solucioná-lo

    -----------------------------------------------------

    E) Quais são para nós os mais competentes e como identificarmos?

    Identificar/ algo

  • PALAVRAS OXITONAS TERMINADAS EM i NÃO RECEBEM ACENTO, LOGO NÃO TEM ALTERNATIVA CORRETA.

  • Primeiramente, a conjunção "como" equivale a "por que" no sentido de por qual razão?. E, neste caso, é conjunção coordenada. Desta forma, a próclise é facultativa. Se fosse conjunção subordinativa (integrante ou adverbial) ocorreria próclise.

    A - Quais são os melhores clientes e como beneficiá-los? (concordância de gênero);

    B - Qual é melhor veículo e como comprá-lo? (quem compra, compra algo é obj. direto, lhe equivale a ele (a) é indireto);

    C - Quais são os candidatos mais eficientes e como atraí-los? GABARITO;

    D - Qual é o caso mais difícil e como solucioná-lo? (quem soluciona, soluciona algo é obj. direto, lhe equivale a ele (a) é indireto);

    E - Quais são para nós os mais competentes e como identificarmos? (desinência verbal de 3ª pessoa no plural - não é pronome);