SóProvas


ID
5157661
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Campos do Jordão - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Eu estou pensando muito tempo em propor o novo tipo de professor. É um professor que não ensina nada, não é professor de Matemática, de História, de Geografia. É um professor de espantos. O objetivo da educação não é ensinar coisas, porque as coisas já estão na Internet, estão por todos os lugares, estão nos livros. É ensinar a pensar. Criar na criança essa curiosidade.
Para mim, este é o objetivo da educação: criar a alegria de pensar. Eu já tive uma experiência muito interessante com uma menininha de sete anos. Eu estava com a cabeça quente e eu resolvi então, para descansar a cabeça, fazer uma prateleira. Peguei minha serra circular, minha chave de fenda, as ferramentas, levei lá pra cima e comecei a me preparar. Nessa hora chega a minha empregada com a filha dela. A empregada disse bom dia. Eu cumprimentei, e foi embora. A menina não foi embora. Ela ficou parada lá, ela estava intrigada com os objetos que estavam lá, ela queria saber o que era aquilo. O que é que esse homem vai fazer com isso, ficou parada lá. Aí eu peguei a trena, abri a trena e ela:
–“O que é isso?”
– “Isso é uma trena”
– “Pra que serve a trena”?
– “Serve para medir”.
– “Como é que a trena mede”?
– “Vem cá que eu te mostro”.
Aí, mostrei a trena, os centímetros.
-“Presta atenção, que de dez em dez risquinhos, tem um risquinho vermelho”.
Veja o que eu fiz: ensinei o sistema decimal pra ela. Ela percebeu que as coisas vêm em pacotinhos de dez. Essa é a situação certa pro ensino; quando o professor fala, provoca a curiosidade da criança, e a criança interage, a criança pergunta. Como é que eu incentivo a leitura? Não mandando ninguém ler, porque a relação com a leitura é uma relação amorosa. Quando o professor manda, já estragou. Então você tem que criar o gosto, o gosto pela leitura. E como você cria o gosto pela leitura? Não mandando ler, mas lendo. 
Uma hora muito boa para leitura é quando as crianças e os adolescentes vão para a cama. Então a mãe se senta ao lado e vai ler um livro. A missão do professor não é dar as respostas prontas. As respostas estão nos livros, estão na Internet. A missão do professor é provocar a inteligência, é provocar o espanto, é provocar a curiosidade.

Rubem Alves
FONTE: https://www.portalraizes.com/rubem-alves-professor-de-espantos/ 

Na passagem “Eu estou pensando muito tempo em propor o novo tipo de professor”, se o termo “tempo” fosse substituído pelo termo “anos”, e se o verbo “haver” fosse substituído pelo verbo “fazer”, mantendo-se o mesmo tempo e o mesmo modo verbal, respeitando-se a gramática normativa e fazendo-se as alterações necessárias, teríamos:

Alternativas
Comentários
  • Verbo fazer no sentido de tempo transcorrido é impessoal

    GABARITO B

  • Complemento :

    Verbos : haver no sentido de existir : é impessoal ,ou seja , não tem sujeito ,mas tem objeto direto .

    Existir : tem sujeito ,mas não tem objetos ( intransitivo )

    Obs : O verbo haver no sentido de " ter " é pessoal ,ou seja ,concorda com o sujeito .

    O verbo " ter " no sentido de existir , o uso é informal .

  • A questão quer saber qual forma correta ao trocar o verbo "haver" pelo verbo "fazer" e o substantivo "anos" pelo substantivo "tempo", qual forma respeitaria a correta concordância. Vejamos:

    “Eu estou pensando muito tempo em propor o novo tipo de professor”,

    a) Incorreta.

    "Eu estou pensando fazem muitos anos em propor o novo tipo de professor."

    O erro foi pluralizar o verbo "fazer", porque esse não vai para o plural quando representa tempo decorrido.

    b) Correta.

    "Eu estou pensando faz muitos anos em propor o novo tipo de professor."

    O verbo "fazer'' fica na terceira pessoa do singular quando representa tempo decorrido.

    c) Incorreta.

    "Eu estou pensando farão muitos anos em propor o novo tipo de professor."

    O erro foi pluralizar o verbo "fazer", porque esse não vai para o plural quando representa tempo decorrido.

    d) Incorreta.

    "Eu estou pensando fazem-se muitos anos em propor o novo tipo de professor."

    O erro foi pluralizar o verbo "fazer", porque esse não vai para o plural quando representa tempo decorrido.

    Gabarito do monitor: B

  • GABARITO - B

    O verbo Fazer indicando tempo decorrido = Impessoal

    Detalhe: O auxiliar de um impessoal é também por tabela.

    ex: Devem fazer 5 anos que não vejo Maria. ( errado )

    Deve fazer 5 anos que não vejo Maria

  • Eu estou pensando faz muitos anos em propor o novo tipo de professor.