Freud, denomina como reação terapêutica negativa o fenômeno clínico de recusa à recuperação. Porém não se vale de explicações anteriores - como o apego, o ganho secundário com o sintoma - para compreendê-lo. Ao contrário, assinala que se trata de um fenômeno de outra natureza, a saber, a ação do supereu - do sentimento de culpa - na vida psíquica. O problema, diz ele, é que este sentimento não consegue ser compreendido enquanto tal. Sobre esse ponto, assinala:
A dificuldade dessa condição é a seguinte: Freud assinala que tais sentimentos, diferentes dos componentes ideativos, não passam pelo registro da representação. Não chegam a ser pré-conscientes, como ocorre com as ideias; ao contrário, vão direto até à consciência. Assim, podemos deduzir que o sofrimento decorrente do sentimento de culpa não é problemático por ser inconsciente, mas por ser desprovido do campo das representações: sobre esse ponto, assinala: "a diferença é que, enquanto com as ideias Ics. devem ser criados vínculos de ligação antes que elas possam ser trazidas para o Cs., com os sentimentos, que são transmitidos diretamente, isso não ocorre" (Freud, 1923-1925/1974, p. 36)
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382016000100012#:~:text=A%20rea%C3%A7%C3%A3o%20terap%C3%AAutica%20negativa%20visa,particular%20modalidade%20de%20sofrimento%20ps%C3%ADquico.