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ID
5251540
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.


    É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
    Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
     O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o golpe sentido.
   O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
    É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra.
    Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
    O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.

(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em:

https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. Adaptado)

Observe os trechos destacados nas passagens seguintes.
Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. (2º parágrafo)
O resiliente consegue aprender com o golpe sentido (3º parágrafo)
Esses trechos expressam, nos contextos em que se encontram, as noções, respectivamente, de

Alternativas
Comentários
  • Se não restringiu tá correta!

  • Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar.

    O termo em destaque é uma oração subordinada adverbial modal reduzida de infinitivo.

    O resiliente consegue aprender com o golpe sentido

    O termo em destaque é um adjunto adverbial que expressa valor de causa ao verbo aprender, o fato de acontecer o golpe(causa) fez com que p resiliente conseguisse aprender.

    GABARITO. C

  • GABARITO: C (modo e causa)

    Observe os trechos destacados nas passagens seguintes.

    "Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar." → Pessoal, há aqui a ideia de modo. Imagine que a pessoa receba um golpe. Como ela o recebe? De que modo ela o recebe? Ela o recebe sem desabar.

    .

    "O resiliente consegue aprender com o golpe sentido" → Já aqui, temos a ideia de causa. Para matar, sempre utilizo um macete: o fato de (causa)... faz que (consequência). Veja:

    "O fato de sentir o golpe (causa), faz que o resiliente consiga aprender (consequência)"

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Há uma controvérsia na primeira oração. Desde quando "sem desabar" denota uma característica modal?

    : Um golpe com muita força, com velocidade, com precisão, aí sim..

    Ao meu ver, sintagmaticamente, a locução perpassa mais uma ideia de oposição à primeira passagem. Se alguém recebe um golpe, espera-se que haja algum tipo de baque ou reação débil, como o desabamento. Contudo, a expressão se opõe a essa ideia. Foi alvejado, contudo, não desabou.

    Enfim, essa é minha contribuição! Não que ela modificará o gabarito da questão, mas, nem sempre, submeto-me às questões capciosas como essa.

  • Pra Cespe, incompleto não é errado

  • Pra Cespe, incompleto não é errado

    • (copiei a primeira de outro comentário pois representa bem a minha ideia )

    "Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar." → Pessoal, há aqui a ideia de modo. Imagine que a pessoa receba um golpe. Como ela o recebe? De que modo ela o recebe? Ela o recebe sem desabar.

    Na segunda,O resiliente consegue aprender com o golpe sentido - quem aprende (aprende alguma coisa ) e qual a CAUSA DESSE APRENDIZADO, o golpe sentido

  • DE QUE MODO RECEBE O GOLPE ? SEM DESABAR

    QUAL A CAUSA DO GOLPE RECEBIDO? O APRENDIZADO

  • O termo “sem desabar” expressa a ideia de modo. Note que a pergunta advinda do verbo é COMO.

    Já o termo “com o aprendizado” expressa a ideia de causa: o aprendizado foi resultado(consequência) do golpe sentido(causa).