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ID
5251558
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.


    É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
    Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
     O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o golpe sentido.
   O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
    É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra.
    Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
    O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.

(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em:

https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. Adaptado)

Se no início de cada enunciado da passagem – Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra. – for incluído o termo “Talvez”, a sequência coerente será:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: E

    Questão que envolve conjugação verbal. Veja que o "talvez" indica uma hipótese. Qual é o modo que indica hipótese, dúvida? O subjuntivo.

    → Devemos procurar uma alternativa em que todos os verbos estejam conjugados no modo subjuntivo. Vamos lá?

    a) Talvez todos tínhamos graus variados de resiliência diante da vida. Talvez ninguém era o tipo ideal. Talvez uma coisa não invalidava a outra. → Errado. Temos pretérito imperfeito do indicativo. O indicativo indica certeza. Não é o que procuramos.

    .

    b) Talvez todos tenhamos graus variados de resiliência diante da vida. Talvez ninguém seria o tipo ideal. Talvez uma coisa não invalidava a outra. → Errado. Os dois primeiros estão certos, pois indicam suposição, dúvida. A terceira conjugação, por sua vez, apresenta erro pelo mesmo motivo da A.

    .

    c) Talvez todos teríamos graus variados de resiliência diante da vida. Talvez ninguém fora o tipo ideal. Talvez uma coisa não invalidou a outra. → Errado. Temos, na segunda e terceira construção, respectivamente, o emprego do pretérito mais-que-perfeito do indicativo e pretérito perfeito do indicativo. Como o indicativo indica certeza, não é esta a alternativa procurada.

    .

    d) Talvez todos temos tido graus variados de resiliência diante da vida. Talvez ninguém foi o tipo ideal. Talvez uma coisa não invalida a outra. → Errado. Temos respectivamente o emprego do presente do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo. O indicativo traz a certeza, que não é o que procuramos.

    .

    e) Talvez todos tenhamos graus variados de resiliência diante da vida. Talvez ninguém seja o tipo ideal. Talvez uma coisa não invalide a outra. → Correto. Aqui há o emprego correto do subjuntivo, que é o modo da dúvida, da hipótese, nos tempos respectivos, a saber: presente do subjuntivo (que nós tenhamos, que ele seja, que ele invalide).

    • Macete para conjugar o tempo subjuntivo: Coloque um que (presente), se (pretérito imperfeito), quando (futuro do subjuntivo): Que eu venda, se eu vendesse, quando eu vender...

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Tempo Verbal

  • Presente do Subjuntivo

    Talvez nos tenhamos

    Talvez ele seja

    Talvez ele invalide

  • GABARITO: E

    Regra preciosa do português para entender e aprender mais rápido concordância, conjugação...: Leia, leia e leia. Antes de dormir, leia cerca de 10 páginas de um livro que tenha bom vocabulário (não vai ler gibi, irmão :D)

    Bons estudos, pessoal!!!

    #AVANTEPICAFUMO

    FOCO, FORÇA E FÉ!

  • As formas “Temos”, “é” e “invalida” estão flexionadas no presente do indicativo.

    Com o acréscimo do advérbio “Talvez”, é necessário o emprego do presente do subjuntivo, que corresponde às formas “tenhamos”, “seja” e “invalide”.

  • Talvez coloca o trecho no modo subjuntivo.

  • Se essa rua, se essa rua fosse minha

    Eu mandaria , eu mandaria ladrilhar....

    subjuntivo com futuro do pretérito do indicativo