- ID
- 5309689
- Banca
- Asconprev
- Órgão
- Prefeitura de Moreilândia - PE
- Ano
- 2020
- Provas
-
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Agente Administrativo
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Agente Comunitário de Saúde
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Agente de Combate às Endemias
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Auxiliar em Saúde Bucal - PSF
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Fiscal de Obras e Serviços Públicos
- Asconprev - 2020 - Prefeitura de Moreilândia - PE - Técnico em Enfermagem
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A onça e a raposa
A raposa e a onça eram inimigas antigas. Cansada de ser enganada pela raposa, sem poder apanhá-la, a onça resolveu atraí-la à sua furna, fazendo correr a notícia de que tinha morrido, e deitando-se no chão da caverna a fingir de cadáver. Todos os bichos vieram olhar a defunta, contentíssimos. A raposa também, mas prudentemente, pondo-se de longe. E, por trás dos outros animais, gritou:
— Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o único sinal verdadeiro da morte.
Para mostrar que estava morta de verdade, a onça espirrou três vezes e a raposa fugiu às gargalhadas.
A onça ficou furiosa por ter ela descoberto facilmente seu embuste e resolveu agarrá-la, quando fosse beber água. Havia seca no sertão e somente numa cacimba, ao pé duma serra, se encontrava ainda um pouco de água. Todos os bichos eram obrigados a matar a sede ali. A onça ficou à espera da adversária dia e noite, ao pé da bebida.
Nunca a raposa curtira tanta sede em dias de sua vida. Ao fim de uns três, já não aguentava mais. Resolveu empregar astúcia para se desalterar. Procurou um cortiço de abelhas. furou-o e, com o mel que dele escorreu, untou todo o corpo. Espojou-se, depois, num monte de folhas secas, que se grudaram aos seus pelos e a cobriram toda.
Ao cair da tarde, foi à cacimba. A onça montava guarda, olhou-a muito tempo e perguntou-lhe:
— Que bicho és tu que não conheço e nunca vi?
Ela respondeu, disfarçando a voz.
— Sou o bicho Folharal.
— Está bem. Podes beber.
Mais que depressa, a raposa desceu a pequena rampa do bebedouro, meteu-se na água, sorvendo-a com delícia, e a onça, lá de cima, vendo aquela sofreguidão no beber de animal que trazia sede de vários dias, desconfiou e murmurou:
— Quanto bebes, Folharal!
Mas a água derretia o mel e as folhas
iam-se despregando. Quando a raposa se fartou,
caíra a última. Então, a onça a reconheceu e,
com um urro de triunfo, saltou ferozmente
sobre ela. A noite viera, o pulo foi mal calculado
no escuro e a raposa escapou, fugindo às
gargalhadas.
De acordo com o texto, só não se aplicaria à raposa a característica: