SóProvas


ID
5355286
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Câmara de Teresina - PI
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana?

Lilian Ferrari

   É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins.

   A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas.

   Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos. Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta. 

   No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...]

Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020.

Sobre os termos “metaforicamente”, “relativamente”, “diferentemente”, “diretamente”, “justamente” e “especificamente”, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • DIFERENTE ESTÁ FLEXIONADO NO FEMININO?

  • São adjetivos: metáfora, direta, justa e específica.

    substântivos: relativa, diferente.

  • nem li as outras alternativas. Toda palavra com sufixo "mente" é advérbio e TODO ADVÉRBIO É INVARIÁVEL em Gênero e Número. INFLEXÍVEIS!
  • Esta é uma questão de morfologia e processo de formação de palavras. Sobre as alternativas, é preciso descartar a que apresenta informação incorreta.

    Vejamos a formação de cada palavra apresentada:
    - metaforicamente: metafórica + sufixo -mente
    - relativamente: relativa + sufixo -mente
    - diferentemente: diferente + sufixo -mente
    - diretamente: direta + sufixo -mente
    - justamente: justa + sufixo -mente
    - especificamente: específica + sufixo -mente

    Metafórica, relativa, direta, justa e específica são adjetivos femininos, mas diferente é um adjetivo biforme e, portanto, ele não se flexiona em gênero. Podemos dizer “Ela é diferente" assim como “Ele é diferente". Sendo assim, a alternativa (A) está errada, pois uma palavra (diferentemente) não é formada a partir de um adjetivo flexionado no gênero feminino. Como o enunciado demanda a alternativa incorreta, a letra A é a resposta da questão.

    A alternativa (B) está correta, porque todas são palavras derivadas, formadas a partir da inclusão do sufixo -mente aos adjetivos, palavras primitivas.

    A alternativa (C) também está correta por conta da adição do sufixo adverbial -mente, como apontado acima.

    A alternativa (D) afirma que todas as palavras possuem quatro sílabas ou mais. Ao fazer a separação silábica de todas as palavras, notamos que a afirmação está certa: me-ta-fo-ri-ca-men-te (7 sílabas), re-la-ti-va-men-te (6 sílabas), di-fe-ren-te-men-te (6 sílabas), di-re-ta-men-te (5 sílabas), jus-ta-men-te (4 sílabas) e es-pe-ci-fi-ca-men-te (7 sílabas). 

    Em seguida, a alternativa (E) discute a classe gramatical dos termos. O sufixo -mente é o elemento caracterizador do advérbio de modo na língua portuguesa. Todas as palavras, portanto, são classificadas como advérbios.

    A única alternativa incorreta é a Letra A.

    Gabarito da Professora: Letra A