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ID
5355829
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPE-AP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Caso clínico 1A1-I

   Artur, com 7 anos de idade, tem desenvolvido crises de raiva e irritabilidade. Durante a avaliação psicológica, sua mãe relatou que ele tem histórico de problemas escolares, com queixas de heteroagressividade entre os colegas, professores e assistentes da escola e, ainda, que não atende a comandos, possui baixa tolerância a frustrações e reação extrema quando da imposição de regras e limites. A mãe contou que ela e o pai de Artur são separados desde quando a criança tinha dois anos de idade; eles tinham muitos conflitos e divergiam sobre a criação do filho. Atualmente, ela tem a guarda unilateral de Artur. Por fim, informou que, havia 15 dias, Artur iniciou medicação prescrita pelo psiquiatra, que o encaminhou para o psicodiagnóstico. 

Considerando o caso clínico 1A1-I e o processo psicodiagnóstico, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Cabe ao psicólogo determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento, levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza psicológica, social, médica.

    GABARITO: A

  • O Psicodiagnóstico poderia ser feito em UBS? Achei tão estranha essa alternativa B.

  • Hurtz et al. (2016) descrevem 8 (oito) passos para o psicodiagnóstico:

    1. Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento e levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza psicológica, social,médica, profissional, escolar). No motivo da consulta, deve-se discriminar entre os motivos manifestos (o que levou à solicitação do psicodiagnóstico) e os motivos latentes (não é tão óbvio; hipóteses subjacentes elaboradas pelo psicólogo). 
    2. Definir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação. Estabelecer contrato de trabalho (com examinando e/ou responsável).
    3. Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos e/ou técnicas psicológicas).
    4. Administrar as estratégias e os instrumentos de avaliação.
    5. Corrigir ou levantar, qualitativa e quantitativamente, as estratégias e os instrumentos de avaliação.
    6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses iniciais e com os objetivos da avaliação.
    7. Formular as conclusões, definindo potencialidades e vulnerabilidades.
    8. Comunicar os resultados por meio da entrevista de devolução e de um laudo/relatório psicológico. Encerrar o processo de avaliação.
    Vamos ver os erros das demais alternativas:
    B) Devido à especificidade da técnica e a atribuição da atenção básica de saúde, o psicodiagnóstico de Artur não poderia ser realizado em postos de saúde. 

    Instituições de saúde são descritas como um dos contextos possíveis para a aplicação da avaliação psicológica. Nele, pode auxiliar em diagnósticos diferenciais, decisões referentes ao tratamento, avaliações pré-cirúrgicas e avaliação de prognóstico.
    C) No caso de Artur, a finalidade do psicodiagnóstico seria a avaliação do tratamento. 
    Pelo caso clínico descrito, entende-se que nenhum tratamento psicológico foi iniciado ainda, tendo sido o caso recém encaminhado pelo psiquiatra. A finalidade aqui seria a de investigação diagnóstica (na classificação de Arzeno).
    D) Com o intuito de construir uma aliança terapêutica, a entrevista inicial deverá ser feita com Artur, sem a presença dos pais.
    Muitos dados da história talvez não possam ser colhidos com o paciente, em razão da sua tenra idade. Assim, a participação dos pais na entrevista inicial torna-se essencial.
    E) O processo psicodiagnóstico prevê até três entrevistas para definição de hipóteses e estruturação de plano de trabalho com Artur.
    Não há essa limitação. O psicólogo pode fazer uso de quantas entrevistas achar necessário.
    Hutz, C.S.; Bandeira, D.R.; Trentini, C.M.; Krug, J.S. Psicodiagnóstico. Porto Alegre : Artmed, 2016.
    Gabarito do Professor: Letra A.