Hurtz et al. (2016) descrevem 8 (oito) passos para o psicodiagnóstico:
1. Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento e levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza psicológica, social,médica, profissional, escolar). No motivo da consulta, deve-se discriminar entre os motivos manifestos (o que levou à solicitação do psicodiagnóstico) e os motivos latentes (não é tão óbvio; hipóteses subjacentes elaboradas pelo psicólogo).
2. Definir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação. Estabelecer contrato de trabalho (com examinando e/ou responsável).
3. Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos e/ou técnicas psicológicas).
4. Administrar as estratégias e os instrumentos de avaliação.
5. Corrigir ou levantar, qualitativa e quantitativamente, as estratégias e os instrumentos de avaliação.
6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses iniciais e com os objetivos da avaliação.
7. Formular as conclusões, definindo potencialidades e vulnerabilidades.
8. Comunicar os resultados por meio da entrevista de devolução e de um laudo/relatório psicológico. Encerrar o processo de avaliação.
Vamos ver os erros das demais alternativas:
B) Devido à especificidade da técnica e a atribuição da atenção básica de saúde, o psicodiagnóstico de Artur não poderia ser realizado em postos de saúde.
Instituições de saúde são descritas como um dos contextos possíveis para a aplicação da avaliação psicológica. Nele, pode auxiliar em diagnósticos diferenciais, decisões referentes ao tratamento, avaliações pré-cirúrgicas e avaliação de prognóstico.
C) No caso de Artur, a finalidade do psicodiagnóstico seria a avaliação do tratamento.
Pelo caso clínico descrito, entende-se que nenhum tratamento psicológico foi iniciado ainda, tendo sido o caso recém encaminhado pelo psiquiatra. A finalidade aqui seria a de investigação diagnóstica (na classificação de Arzeno).
D) Com o intuito de construir uma aliança terapêutica, a entrevista inicial deverá ser feita com Artur, sem a presença dos pais.
Muitos dados da história talvez não possam ser colhidos com o paciente, em razão da sua tenra idade. Assim, a participação dos pais na entrevista inicial torna-se essencial.
E) O processo psicodiagnóstico prevê até três entrevistas para definição de hipóteses e estruturação de plano de trabalho com Artur.
Não há essa limitação. O psicólogo pode fazer uso de quantas entrevistas achar necessário.
Hutz, C.S.; Bandeira, D.R.; Trentini, C.M.; Krug, J.S. Psicodiagnóstico. Porto Alegre : Artmed, 2016.
Gabarito do Professor: Letra A.