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ID
5431609
Banca
UFMT
Órgão
UFMT
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instrução: Leia o texto e responda à questão.

2020
   E vamos nós para o ano vinte-vinte, na esperança de que a repetição dos números signifique alguma coisa. Vivemos sempre com a expectativa que uma anomalia, qualquer anomalia, qualquer ruptura com o normal – como um ano com números reincidentes – seja um sinal. Estão querendo nos dizer alguma coisa. Quem, e o quê? Os avisos chegam de todos os lados, caberia a nós entendê-los. A Terra fala conosco por meio dos seus desastres naturais: terremotos e vulcões seriam recados a serem decifrados. A História fala conosco por meio dos seus intérpretes. E o Universo se dirige a nós pelos astros.
   As pessoas procuram nos astros a evidência de que não estão sozinhas, que algo guia seus passos e orienta sua vida – de longe, bem longe. A persistente crença em astrologia, apesar da dificuldade em conciliar seus princípios e sua linguagem com o bom senso, não tem explicação – ou só se explica pela renúncia à racionalidade que também é uma forma de buscar uma direção na vida, venha ela de onde vier, das religiões ou de Júpiter.
   História pessoal, que já contei mais de uma vez: quando comecei a trabalhar na imprensa, há 200 anos, fazia de tudo na redação, depois de passar o dia no meu outro emprego de redator de publicidade. Um dia me pediram para fazer o horóscopo, já que o astrólogo profissional insistia em ganhar um aumento, uma reivindicação irrealista, dadas as condições do jornal. Como eu já fazia de tudo na redação, comecei a fazer o horóscopo também. Todos os dias inventava o destino das pessoas e distribuía as previsões e os conselhos pelos 12 signos do zodíaco.
   O horóscopo era a última coisa que eu fazia no jornal antes de ir me encontrar com a Lucia e, se tivéssemos sorte, ir a um cinema, de modo que meu horóscopo era sempre feito às pressas, e com a escassa energia que sobrava depois de um dia fazendo de tudo, na agência de publicidade e na redação. E então bolei uma solução genial para liquidar o horóscopo em pouco tempo e ir embora. Como era óbvio que as pessoas só querem saber o texto do seu próprio signo e não o dos outros, comecei a fazer um rodízio: mudava os textos de signo e de lugar. O que um dia era o texto para libra no dia seguinte era para sagitário, etc. Ninguém iria notar a trapaça sideral, os deuses me perdoariam.
   Não demorou para que o editor do jornal me chamasse. Tinha muita gente reclamando do horóscopo. O que eu pensava que era óbvio não era. Minha pseudoesperteza tinha sido descoberta, aparentemente todo o mundo lê todo o horóscopo todos os dias. Minha breve carreira de astrólogo terminou ali. Mas eu só queria dizer que, mesmo quando era eu que escrevia os textos, nunca deixava de olhar para ver o que libra reservava para meu futuro. Fazer o quê? Precisamos de uma direção na vida, venha ela de onde vier.
(Veríssimo, L. F. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 23/01/2020.) 

Sobre o uso da linguagem nesse texto, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO:B.

    "Faça da dificuldade a sua motivação."

    Narração

    • Presença de personagens reais ou fictícios;
    • Tempo da narração é tipicamente o passado, porém, pode acontecer no presente ou futuro ;
    • Quem conta a história é o narrador (3ª ou 1ª pessoa) - apenas relata a história.
    • Os textos narrativos podem ser ficcionais ou não. Uma notícia, por exemplo, pode narrar um acontecimento - nesse caso, trata-se de um fato não ficcional.

    Dissertativo-subjetivo:

    • Abordagem pessoal;
    • Fonte reveladora de sentimentos e emoções;
    • Uso da primeira pessoa;
    • Linguagem Conotativa;

    Descrição

    • objetiva (descrição do objeto tal qual ele se apresenta)
    • subjetiva (impressões pessoais de quem descreve)

  • A questão requer conhecimento sobre tipologia textual e flexões verbais (tempo e modo).

    Alternativa (A) incorreta - A parte em que o narrador relata fatos vivenciados por ele começa no terceiro parágrafo, utilizando verbos no pretérito.

    Observação!!! Em um texto narrativo, uma das características principais é a predominância dos verbos de ação no pretérito, embora possa haver verbos no presente.

    Alternativa (B) correta - De fato, o uso da primeira pessoa do plural em um texto aproxima o autor do leitor.

    Alternativa (C) incorreta - Os verbos utilizados no segundo parágrafo apresentam-se no modo indicativo.

    Alternativa (D) incorreta - O narrador faz uma breve menção à História, mas não como forma argumentativa, utiliza apenas para introduzir seu relato pessoal.

    Gabarito da professora: Letra B.

  • 1. ª pessoa do plural: nós - Indica que existe mais do que um emissor  E vamos nós para o ano vinte-vinte, na esperança de que a repetição dos números signifique alguma coisa. Tom casual que acontece por acaso; não planejado; que depende do acaso (retirado do texto)  Um dia me pediram para fazer o horóscopo... Como eu já fazia de tudo na redação, comecei a fazer o horóscopo também.

  • Só o esforço recompensa! pare de reclamar e vai estudar, é seu sonho, ninguém disse que seria fácil. Sustenta e vá e vença.

    Dica: é um crônica, linguagem mais informal, será mais casual, falará sobre temas do cotidiano, com tons de humor, ironia e tal... leia livros durante sua preparação ajudará na redação e nas questões de interpretação.

  • É vivendo e desaprendendo . kkk