- ID
- 5476183
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos - SP
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto para responder à questão.
Ideologia mortal
A cada novo massacre a tiros nos Estados Unidos – e
contam-se nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais
desde 1982 – renovam-se as discussões acerca do controle
de armas de fogo no país, cuja legislação acerca do tema é
uma das mais permissivas do mundo.
Em 16 de março, um homem assassinou 8 pessoas, 6
delas de origem asiática, na cidade de Atlanta. Dias depois, um atirador abriu fogo num supermercado em Boulder, no
Colorado, matando outras dez.
As preocupações atuais vêm estribadas também no crescimento das mortes por armas de fogo em assaltos e brigas
domésticas. No ano passado, registraram-se quase 20 mil
óbitos por tiros nos EUA, um salto considerável em relação à
média de 15 mil óbitos desde 2016.
Embora aponte-se a concorrência de fatores associados
à pandemia nos casos específicos desses últimos crimes,
estudos mostram que o acesso praticamente irrestrito a pistolas, fuzis e rifles, somado a uma cultura que enaltece sua
posse, constitui o agente estrutural por trás do fenômeno.
Foi isso que permitiu que os Estados Unidos se tornassem, de longe, a nação com o maior número de armas per
capita do mundo. Em 2018, o país abrigava 393 milhões delas para 326 milhões de habitantes – nada menos que 45%
do total em circulação no planeta.
Não obstante a evidente necessidade de cercear tal
comércio, pouco ou nada se avançou nas últimas décadas
nesse sentido. As resistências ancoram-se numa emenda à
Constituição do fim do século 18, que consagra o direito de
possuir e portar armas de fogo.
Além disso, sempre que o Congresso ensaia endurecer
as regras, o poderoso lobby do setor atua para barrar as
iniciativas. Mesmo alterações que poderiam ser feitas sem
precisar da concordância do Congresso são consideradas de
difícil execução, dados os altos custos políticos envolvidos.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2021. Adaptado)
O editorial apresentado defende a ideia de que, nos Estados Unidos,