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ID
5519827
Banca
CEFET-MG
Órgão
CEFET-MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

A civilização moderna depende, em grande parte, das organizações, como as formas mais racionais e eficientes que se conhecem de agrupamento social. A organização cria um poderoso instrumento social, através da coordenação de grande número de ações humanas. Combina o pessoal e os recursos, ao reunir líderes, especialistas, operários, máquinas e matérias-primas. Ao mesmo tempo, avalia continuamente sua realização e procura ajustar-se, a fim de atingir seus objetivos.
 Fonte: ETZIONI, Amitai. Organizações modernas. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1967. p. 7.

No contexto descrito, a característica do sistema burocrático que se mostra mais disfuncional nas organizações modernas é a

Alternativas
Comentários
  • As pessoas que ocupam cargos de grande poder e autoridade acabam tendo que decidir sobre assuntos que eles não conhecem bem, porque o que vale para a tomada de decisão é a alta categoria hierárquica que o cargo assume.

  • Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre a Teoria da Burocracia. Neste caso, apontemos a alternativa que contempla uma disfunção da burocracia na administração moderna.

    VANTAGENS E DESVANTAGENS DA BUROCRACIA

    Após a experiência brasileira com o modelo burocrático, algumas vantagens e desvantagens puderam ser identificadas, destacando que muito do Weber idealizou nem aconteceu.

    As principais vantagens da burocracia são:

    • Caráter racional: decisões racionais para utilizar adequadamente os meios/recursos em busca do cumprimento dos objetivos.

    • Meritocracia: o sistema de seleção e de recompensa baseado na competência e na avaliação de desempenho.

    • Impessoalidade em relação aos fins: buscar atingir os objetivos especificados nas normas sem favorecimento ou perseguição.

    • Profissionalismo e capacitação dos servidores.

    • Separação entre o público e o privado; entre o político e o administrador.

     As principais desvantagens são:

    • Decisões distantes da realidade: resultantes das decisões serem tomadas pela alta cúpula das organizações, e essa se encontra distante da realidade da execução. Muito disso se deve justamente por causa da centralização das decisões no topo das organizações.

    • Apego exagerado às regras e regulamentos internos: o que acabava transformando essas regras em objetivos a serem perseguidos, de modo que os fins acabam ficando sem segundo plano os fins visados pela organização.

    • Formalismo exagerado e excesso de papelório: todos os atos deveriam ser formais e escritos, o que gera um grande volume de papel, em grande parte desnecessários.

    • Resistencia a mudanças: uma vez que as regras e procedimentos que determinam o que fazer são aprendidos, o servidor reage de forma contrária ao que a novas formas de fazer, mudanças lhe causam insegurança.

    • Desconsideração à pessoa do servidor: a despersonalização implica em olhar para os cargos existentes na estrutura organizacional, sem levar em conta o lado pessoal de quem os ocupa. O relacionamento torna-se impessoal, de modo que a colaboração para a resolução de problemas é dificultada.

    • Rigidez e inflexibilidade: a obrigatoriedade de agir com base em normas pré-estabelecidas dificulta a agilidade e flexibilidade à administração burocrática, como resultado disso, afasta-se a capacidade de criação e inovação.

    • Desconsideração do cidadão: a burocracia é insulada, guia-se por si mesma, é autorreferida e considera seus interesses mais importantes do que os dos cidadãos.

    Por mais que tenha aspectos positivos, a burocracia falhou, pois na prática não alcançou seu maior objetivo: ser eficiente, além de não ter conseguido se manter impessoal.

    Falando da burocracia brasileira, Bresser-Pereira (2002) afirma que “o Brasil nunca foi capaz de ter um serviço público similar ao francês ou até mesmo ao americano”. Em síntese, o Brasil nem chegou perto da burocracia weberiana pura, como aponta Paludo (2020).

    Tendo visto os pontos acima, podemos concluir que a alternativa "B" é a correta.

    GABARITO: B

    Fonte:

    PALUDO, A. Administração Pública. Salvador: Juspodivm, 2020.

  • Para resolução da questão em análise, faz-se necessário o conhecimento sobre sistema burocrático.

    Diante disso, vamos a uma breve explicação.

    Segundo Chiavenato (2018), o modelo burocrático nasceu com a necessidade de romper o nepotismo, a parcialidade e os julgamentos tendenciosos típicos das práticas administrativas no início da Revolução Industrial. O precursor desse modelo foi Max Weber, para ele a burocracia é a organização eficiente por excelência.

    Para chegar ao modelo de excelência a burocracia detalha nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser realizadas, segundo Max Weber são características do modelo burocrático: caráter formal das comunicações, racionalidade na divisão de tarefas, hierarquia de autoridade, impessoalidade dentre outras.

    Apesar de apresentar diversas vantagens, o modelo burocrático também apresenta diversas desvantagens e grande parte delas estão relacionadas com à distribuição do poder, ao formalismo e à impessoalidade. A principal disfuncionalidade da burocracia está relacionada ao desequilíbrio entre os direitos de posições de autoridade, de um lado, e as capacidades e habilidades exigidas na era tecnológica, do outro.

    Ante o exposto, a característica do sistema burocrático que se mostra mais disfuncional é a letra B, uma vez que o texto abordado no enunciado da questão traz como uma organização moderna deve atuar e a centralização do processo decisório constitui uma disfunção do sistema burocrática nas organizações modernas.

    O processo decisório no sistema burocrático é constituído por autogestão com a separação radical entre dirigentes e dirigidos, formando um processo de exclusão dos dirigidos dos mecanismos decisórios. A quebra dessa barreira é necessária para as organizações modernas, uma vez que para gerar eficiência é necessária a cooperação de dirigentes e dirigidos nos processos decisórios organizacionais como um todo.


    Fonte:

    CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 5ª ed. São Paulo, 2018.


    Gabarito do Professor: Letra B.