SóProvas


ID
5541145
Banca
CETAP
Órgão
SEPLAD - PA
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto e responda o que se pede no comando da questão. 

A REDENÇÃO DAS MALDITAS. 
As usinas nucleares podem ser a solução para um mundo poluído que precisa de energia limpa, mas, se quiserem continuar a existir, elas terão de se reinventar.

   Trinta e cinco anos depois do maior acidente nuclear da história, na cidade de Chemobyl, na Ucrânia, então parte da União Soviética, seus impactos ainda são sentidos. Em abril de 1986, uma sucessão de falhas técnicas e erros humanos resultou na explosão de um reator na usina, que acabou por espalhar radiação pela região, ameaçando toda a Europa. Parcialmente ocultado pelas autoridades soviéticas à época, o vazamento poderia ter sido muito pior se um grupo de trabalhadores locais não tivesse sacrificado a saúde - e em muitos casos a própria vida - para isolar o reator. Apesar disso, uma área de 2600 quilômetros quadrados, mais que o dobro da cidade do Rio de Janeiro, continua inabitável. No entanto, mesmo à sombra deste caso - e de outro desastre igualmente grave ocorrido em Fukushima, no Japão, dez anos atrás -, as usinas nucleares ainda pulsam: respondem atualmente por cerca de 10% da eletricidade do planeta, suprindo lares, escritórios, hospitais e fábricas em diversas partes do mundo. São tidas como uma fonte energética que confere estabilidade à malha elétrica, evitando os chamados apagões.
   As usinas nucleares são como grandes chaleiras que produzem vapor de água e, assim, movimentam turbinas para gerar eletricidade. O calor, no entanto, não vem do fogo, mas da fissão controlada de átonos de urânio. Existem hoje 440 reatores em funcionamento em 32 países, incluindo o Brasil. China e Índia pretendem construir novos reatores, assim como Estados Unidos, Reino Unido e Finlândia. A ascensão de fontes alternativas, como as energias eólica e solar, ampliou o leque de opções, mas as usinas nucleares continuam sendo, para muitos países, sinônimo de energia limpa, já que não emitem gases de efeito estufa. Segundo a Agência Internacional de Energia, os reatores atômicos evitaram, nos últimos cinquenta anos, a descarga de 60 gigatoneladas de CO2 na atmosfera, o que talvez justifique o posicionamento da França quanto às usinas nucleares, ora neutro, ora a favor: o país é o segundo maior gerador de eletricidade a partir delas, atrás apenas dos Estados Unidos.
   Os detratores das usinas nucleares costumam apontar o risco sempre presente de contaminação tanto por acidente quanto pelo descarte de combustível, capazes de provocar incontáveis mortes. Os números, porém, dizem o contrário: segundo levantamentos recentes, o carvão e o petróleo são responsáveis, respectivamente, por 24,6 e 38,4 mortes por terawatt de energia fornecida, enquanto a energia nuclear teria provocado 0,07 morte por terawatt - incluindo na conta as tragédias de Chernobyl e Fukushima. Já para o lixo atômico, um subproduto inevitável da operação, existem rigorosas regras de estocagem e reciclagem que têm funcionado a contento.
   Uma alternativa às grandes usinas, que custam caro, levam tempo para ser construídas e exigem rigorosa manutenção, seriam os small modular reactors, reatores modulares pequenos, quase totalmente automatizados, sem necessidade de armazenamento externo e transporte de lixo atômico. Trata-se de uma opção que tem atraído alguns dos mais prestigiados cérebros do planeta. Hoje, a empresa TerraPower - que tem Bill Gates, fundador da Microsoft, como presidente do conselho - está desenvolvendo um dos pequenos reatores mais avançados, capaz de alimentar a rede de uma cidade de 200000 habitantes.
   Por aqui, as usinas de Angra | e Il, no Estado do Rio de: Janeiro, geram cerca 3% de energia elétrica consumida no Brasil. A construção de Angra Ill foi interrompida em 2015 e ainda aguarda investimentos para ser finalizada. Segundo Leonam dos Santos Guimarães, presidente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, as instalações de Angra Ill estão preservadas, faltando apenas 40% para sua conclusão. “Não dá para pensar em um mundo descarbonizado sem energia nuclear”, disse o executivo a VEJA, corroborando a opinião de outros especialistas. O Brasil ainda demandará muita energia para crescer e, em algum nível, dependerá das usinas nucleares, sejam elas pequenas ou grandes. Implementá-las de forma segura será o enorme desafio.
Fonte: VEJA,14 DE ABRIL,2021. 

Das frases, em apenas uma alternativa há desobediência à norma padrão, identifique-a: 

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D

    No caso, o correto é "Os Estados Unidos ganham".

    Caso venha artigo, o verbo deve vir no plural. Caso não venha o artigo, o verbo será no singular.

  • Lembre-se: Para topônimos (nomes de lugares), observe sempre se há artigo pois este será a respectiva concordância do verbo, a não existência de artigo implica que o verbo ficará no singular e o gênero será masculino, salvo quando o artigo exigir a concordância.

    Ex: Minas Gerais ganhou a copa de vôlei.

    As Minas Gerais ganharam a copa de vôlei.

    Perceba que o artigo muda número e gênero. Portanto, para nomes de obras ou topônimos observe a precedência do artigo ou a falta dele.

  • GAB-D

    Os Estados Unidos ganha(GANHAM) o primeiro lugar como gerador de energia nuclear.  

  • D) Os Estados Unidos ganha o primeiro lugar como gerador de energia nuclear.  / Ganham • No que tange aos Estados Unidos da América (EUA), há certa tendência de se preservar ideia de plural, mesmo quando o nome aparece sem o artigo; mesmo quando aparece apenas a sigla. As manchetes jornalísticas comprovam isso. Veja: EUA vivem conflito interno. (Livro Gramática de A a Z, professor Alexandre Soares. Concordância verbal, p.378).
  • Os Estados Unidos ganham.. Vai depender do artigo no singular ou plural
  • os estados unidos ganharam : se tem artigo vai para o plural

    estados unidos: sem artigo singular

  • Os Estados Unidos ganham o primeiro lugar como gerador de energia nuclear. 

    correto

    Os Estados Unidos ganha o primeiro lugar como gerador de energia nuclear.  

    Errado

  • A Visitei seguríssimas usinas e museus.  

    Quem visitou as usinas e museus? EU visitei

    B Cerca de 32 países pretendem construir usinas.  

    O verbo (pretendem) concorda com o substantivo (países) quando o sujeito é composto por um expressão que indica quantidade aproximada (Cerca de).

    C 0,07% de mortes por energia nuclear constitui percentual baixo.  

    Porcentagem com determinante "do, da", a concordância verbal se dará de duas formas: com o número ou com o determinante. Nesse caso, 0,07% constitui ou mortes constituem. Ambas as formas estão corretas.

    D Os Estados Unidos ganha o primeiro lugar como gerador de energia nuclear.  

    Tem o artigo "os" como determinante , então o correto é ganharam