SóProvas


ID
5569618
Banca
FAPEC
Órgão
PC-MS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Considere o seguinte caso hipotético: em determinada cidade do Estado de Mato Grosso do Sul, durante investigação relativa ao tráfico de drogas presidida pelo Delegado de Polícia local, foram encontradas, mediante autorização judicial, conversas no aplicativo de mensagens de um dos traficantes. Em uma delas, de poucos minutos antes, o suspeito trocava mensagens de áudio com um vereador local, combinando tráfico de entorpecentes, e o parlamentar confessava estar na posse de uma arma de fogo de uso proibido, sendo que gostaria de repassá-la ao primeiro mediante pagamento. O vereador afirmou, ainda, que havia acabado de realizar um pix com verba pública, no valor de R$ 20.000,00, para a conta do traficante, a título de “chorinho”. Frente ao exposto, a autoridade policial procedeu à prisão em flagrante do vereador por posse de arma de fogo de uso proibido e peculato, sendo que o suspeito foi colocado em liberdade provisória e, no mesmo dia, publicou um vídeo, tecendo comentários depreciativos à etnia da autoridade, que era procedente de outro Estado da federação, e anunciou medidas concretas para buscar a implementação de uma ditadura comandada por seu partido. Na mesma semana, ao visitar deputado federal de sua legenda em Brasília, o vereador, no exercício da função, novamente criticou a operação, desta vez “apenas” difamando a autoridade. Presumindo que a flagrância estava configurada e com base na Constituição Federal e na jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a afirmativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - D

    I) O vereador goza de imunidade material relacionada ao exercício de suas funções e no limite do seu município.

    II) Discurso de ódio

     não se está, de forma alguma, induzindo à ideia de que a liberdade de expressão não poderá jamais sofrer restrições. Barroso (2005, p. 109

  • Gab D

    em relacao a B - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido é hediondo, por isso inafiançável. dessa forma, permitida prisao do deputado estadual

    art 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.  

  • Direto ao ponto:

    Bastava notar que o vereador ao proferir o segundo discurso não estava nos limites de sua circunscrição. Nesse sentido:

    Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

    VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;  

    Gab: D

  • ADENDO

    Imunidade dos Vereadores: 

    a) Material →  por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato ( a partir da posse, não diplomação)  e na circunscrição do Município.

     

    b) Formal → Foro por prerrogativa de função: não está expresso no CF, mas STF entendia que a Constituição Estadual podia conferi-lo aos vereadores, ressalvada a competência constitucional do tribunal do júri.

    • STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia - 2021: A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos, previsto apenas para os prefeitos. Diante disso, é inconstitucional norma de CE que crie tal foro. (a regra é a isonomia e o juiz natural, exceções devem estar previstas na CF)

     

     ⇒ Normas de imunidade formal previstas no art. 53, § 2º da CF/88 para Deputados Federais e Senadores NÃO se aplicam para os vereadores. Logo:

     

    • STF Info 617 - 2017: é possível que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais as medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação.

     

  • VEREADOR TEM IMUNIDADE NÓS LIMITES DE SEU MUNICÍOIO E SÓ MATERIAL!!!!!!!!

  • Em relação à questão B, o tráfico de drogas também não é um crime inafiançável? Então a letra B também tá errada, não é apenas porte ilegal como diz a questão. Se alguém souber me avise, o porquê que a questão B não pode ser entendida como incorreta.

    Obrigado, meus amigos concurseiros.

  • Não entendi em que momento é possível inferir que o deputado federal se encontrava na posse de arma de foto de uso proibido, pois o texto atribui a posse ao vereador. Posso ter feito erronea interpretação, mas se alguém puder explicar eu agradeço.

  • Realmente poderia tráfico de drogas ser inafiançável, porém se lembre do trafico privilegiado. Nesse tipo de questão é bom assinalar a mais correta, pois a banca deixou em aberto e ainda houve concessão de liberdade, ficando vago. Já a alternativa D não resta nenhuma dúvida. Sendo assim, sempre é bem vindo lê as demais alternativas e marcar a mais completa.

  • Pessoal, vários colegas tiveram a mesma dúvida que eu: Tráfico de drogas é inafiançável!

    Acontece que no texto base da questão, ao narrar a lavratura do APF, não menciona autuação por tráfico!

    Já na altenativa B, o comando d a questão é claro "Caso a serendipidade da investigação revelasse que o deputado federal atuava com o vereador e também estava em flagrância nos mesmos crimes..." Ou seja, narra situação hipotética. O que seriam os mesmos crimes? Aqueles pelos quais o traficante foi autuado.

    A questão exigia interpretação e atenta leitura do enunciado.

  • VEREADOR TEM IMUNIDADE MATERIAL SOMENTE DENTRO DA CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO.

    QUANTO À IMUNIDADE FORMAL, VEREADOR NÃO TEM.

  • O vereador responderá porque a imunidade dele só é prevista no território em que foi eleito.

  • Questãozinha lazarenta. Eu acertei, mas demorei pra entender o pq de a B não estar errada. O Delta só prendeu o vereador por peculato e por por posse de arma de fogo de uso proibido. Ele não prendeu por tráfico. Por isso a B não está errada.

  • Achei a B errada tbm. O tráfico de drogas tbm é inafiançável. Então, não era só em relação ao porte, mas tbm em relação ao tráfico
  • como a B está correta? tráfico de entorpecentes não é inafiançável para a banca? Não entendi o gabarito.

  • COM RELAÇÃO À AFIRMATIVA “B” (CORRETA):

    O texto apresentado indica claramente que o auto de prisão em flagrante versou apenas sobre dois crimes:

    “(…) a autoridade policial procedeu à prisão em flagrante do vereador por posse de arma de fogo de uso proibido e peculato (...)”

    Dentre estes dois crimes, o único que é inafiançável é o relativo à posse de arma de fogo de uso proibido, por ser considerado crime hediondo:

    Art. 5º, XLIII da CF: “a lei considerará crimes inafiançáveis (…) os definidos como crimes hediondos (...)”

    Art. 1º, Parágrafo único, da Lei 8072/90: “Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido (...)”

    Assim sendo, o Deputado Federal APENAS poderia ser preso em flagrante pelo referido crime previsto na Lei 10826/2003:

    Art. 53

    § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. (...)

  • @João Victor Ibiapino e @Rafael Miranda Veiga. Mas a única pessoa que praticou tráfico de drogas nessa história foi o traficante, o vereador somente as adquiriu (usando verba pública). Os crimeS que o enunciado menciona são a posse da arma e o peculato, e só o primeiro admitiria a prisão em flagrante do deputado federal.

  • A questão é bastante interessante e exige alguns cuidados, especialmente porque é preciso identificar a alternativa INCORRETA. Vamos lá:

    - alternativa A: correta. O discurso de ódio caracteriza abuso da liberdade de expressão e, segundo entendimento do STF, a imunidade parlamentar não pode ser utilizada para acobertar práticas ilícitas. Este tema foi bastante discutido no Inq. n. 4781, relativo à atuação do Dep. Federal Daniel Silveira e ali se entendeu que:  

    "1. A Constituição Federal não permite a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático (CF, art. 5º, XLIV; 34, III e IV), nem tampouco a realização de manifestações nas redes sociais visando ao rompimento do Estado de Direito, com a extinção das cláusulas pétreas constitucionais – Separação de Poderes (CF, art. 60, §4º), com a consequente, instalação do arbítrio. 2. Não incidência da imunidade parlamentar prevista no caput, do art. 53, da Constituição Federal. A jurisprudência da CORTE é pacífica no sentido de que a garantia constitucional da imunidade parlamentar material somente incide no caso de as manifestações guardarem conexão com o desempenho da função legislativa ou que sejam proferidas em razão desta; não sendo possível utilizá-la como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas".

    - alternativa B: correta. Tenha o cuidado de observar que os crimes já praticados pelo vereador, no momento da prisão, são peculato e posse de arma de fogo de uso proibido - o crime de tráfico ainda estava em preparação. Os crimes de injúria racial e atentado contra o Estado Democrático de Direito foram praticados APÓS a prisão. Se o deputado federal estivesse em situação de flagrância "pelos mesmos crimes", os crimes seriam peculato e a posse de arma de fogo. Aqui, é preciso observar o disposto no art. 53, §2º da CF/88:

    "§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão". Note que, dos crimes mencionados no enunciado, apenas a posse de arma de fogo de uso proibido é inafiançável (peculato é afiançável), de forma que o deputado federal só poderia ser preso em flagrante pela prática deste crime.

    - alternativa c: correta. Este tem sido o entendimento adotado pelo STF. Observe:
    "A CF, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função" (ADI 2553).

    - alternativa D: incorreta. A imunidade dos vereadores (por suas opiniões, palavras e votos) é assegurada no exercício do mandato, mas apenas na circunscrição do município, nos termos do art. 29, VIII da CF/88; assim, o vereador responderá civil e criminalmente por ter difamado a autoridade policial. 

    - alternativa E: correta. Estará equivocado porque a imunidade dos vereadores se limita às suas opiniões, palavras e votos, não alcançando a prática de outras condutas, como o peculato.

    Gabarito: a resposta é a LETRA D.




  • Questão liquidificador: tudo junto e misturado

  • Grupo de Estudo para carreiras Policiais

    Quem Quiser me chama no whatsapp 041 87 9 9658 5302

    Grupo com focos para pessoas que querem realmente realizar os seus objetivos e serem Aprovados

    RESUMOS

    SIMULADOS

    QUESTOES

  • Essas bancas do MS são péssimas. Falta de clareza e coesão textual.

  • Grupo de Estudo para carreiras Policiais

    Quem Quiser me chama no whatsapp 041 87 9 9658 5302

    Grupo com focos para pessoas que querem realmente realizar os seus objetivos e serem Aprovados

    RESUMOS

    SIMULADOS

    QUESTOES