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ID
5570194
Banca
FGV
Órgão
SUDENE-PE
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

Alternativa

    Envelhecer é chato, mas consolemo‐nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do que não existir. Há dúvidas, claro. Muitos acreditam que com a morte se vai desta vida para outra melhor, inclusive mais barata, além de eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto isso vamos envelhecendo com a dignidade possível, sem nenhuma vontade de experimentar a alternativa.
    Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela alternativa e sabemos muito bem como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, ou com políticos cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos vinte anos desta alternativa e quem tem saudade dela precisa ser constantemente lembrado de como foi. Não havia corrupção? Havia, sim, não havia era investigação pra valer. Havia prepotência, havia censura à imprensa, havia a Presidência passando de general para general sem consulta popular, repressão criminosa à divergência, uma política econômica subserviente a um “milagre” econômico enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e divulgadas como éditos papais para orientar os fiéis sobre o “pensamento militar”, que decidia nossas vidas.
    Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. E, para garantir‐se que a alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais a política e os políticos, que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que desesperar dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na alternativa.
    Sequer pensar que a alternativa seria preferível – como tem gente pensando – equivale a um suicídio cívico. Para mudar isso aí, prefira a vida – e o voto.

(Adaptado. Veríssimo, O Globo, 30/6/2013)

“E, para garantir‐se (1) que a alternativa não se repita, é preciso cuidar (2) para não desmoralizar (3) demais a política e os políticos, que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que desesperar (4) dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar (5), ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na alternativa”.
As formas verbais destacadas correspondem a formas de infinitivo ou de futuro do subjuntivo.
Assinale a alternativa que apresenta apenas as que pertencem   a formas de infinitivo.

Alternativas
Comentários
  • Futuro do subjuntivo começa com conjunções. Já o infinitivo vem antecipado por preposições, GERALMENTE.

  • Gabarito: letra (A)

    -R → infinitivo ou futuro do subjuntivo.

    FAZER: INFINITIVO

    FIZER: SUBJUNTIVO

    Um bizu muito legal do Prof. Marcelo Rosenthal é trocar o verbo por "fazer o trabalho" ou "fizer o trabalho", de acordo com o encaixe adequado. Por exemplo, a afirmativa 1:“E, para fazer o trabalho (1). Reparem que o FAZER é o modo do verbo que deixará a frase adequada, então sempre que isso ocorrer quer dizer que o verbo está no INFINITIVO; assim como nas afirmativas 2 e 3.

    Já nas afirmativas 4 e 5, teríamos: Da próxima vez que FIZER O TRABALHO (4) e e que alguma notícia de Brasília lhe FIZER O TRABALHO (5) . Pois se utilizasse o FAZER, a frase ficaria incorreta. Portanto, quando o FIZER for adequado, o verbo estará no futuro do subjuntivo.

    Créditos: colegas do QC.

  • Gabarito na alternativa A

    Solicita-se indicação das formas verbais destacadas que representam forma nominal de infinitivo:

    “E, para garantir‐se (1) que a alternativa não se repita, é preciso cuidar (2) para não desmoralizar (3) demais a política e os políticos, que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que desesperar (4) dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar (5), ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na alternativa”.

    Nos verbos regulares, a formas nominais de infinitivo (jogar, amar, dormir) apresentam forma idêntica à encontrada na conjugação finita de futuro do subjuntivo (quando eu jogar, quando eu amar, quando eu dormir). A diferenciação pode ser feita com base na conjugação de formas verbais irregulares que apresentem alteração da conjugação de futuro do subjuntivo, distanciando-se da forma infinitiva.

    Para fins de elucidação, utilizemos a simples substituição pela forma verbal "fazer", que quando conjugada no futuro do subjuntivo apresenta a forma "fizer" (quando eu fizer).

    Os verbos 1,2 e 3 são formas de infinitivo, (para fazer; é preciso fazer; para não fazer), enquanto as formas 4 e 5 apresentam conjugações de futuro do subjuntivo (da próxima vez que fizer; que alguma notícia lhe fizer).

  • Entendi nada

  • Eu resolvi assim:

    Sabemos que o futuro do subjuntivo em regra tem uma escrita idêntica ao do infinitivo.

    Acontece que o modo subjuntivo indica uma hipótese, algo que pode ocorrer e o futuro do subjuntivo indica uma hipótese no futuro. Uma dica para conjugar os verbos nesse tempo e modo verbal é colocar "quando" antes do verbo:

    Quando eu fizer aquela prova...

    Quando eu estudar mais...

    Dessa forma, é possível verificar que as ocorrências (4) e (5) se encontram no subjuntivo, pois expressam uma hipótese no futuro:

    Da próxima vez que desesperar dos nossos políticos

    (...)

    [da próxima vez] que alguma notícia de Brasília lhe enojar

    Inclusive, dá para substituir pelo quando:

    Quando desesperar dos nossos políticos...

    Quando alguma notícia lhe enojar...

    Gab. A

  • Resolvi trocando por fazer/ fizer

    FAZER= infinitivo

    FIZER= futuro do subjuntivo

  • Subjuntivo indica possibilidade, uma hipótese. Já o indicativo indica a certeza de um fato.

  • O melhor comentário é o da ana claudia pedersoli.

  • Ótima explicação da Ana Cláudia Pedersoli

  • Em nenhum momento a questão fala em , para fazer o trabalho , fizer , fazer.. entendi nada essas explicações.

  • Caso haja dúvidas, lembre-se de que o futuro do subjuntivo está relacionado com as conjunções, enquanto o infinitivo pessoal relaciona-se com preposições. (Por: Luana Castro Alves Perez)

    A melhor maneira de matar esse tipo de questão é sempre substituir o verbo que causa a dúvida por um verbo irregular.

    Vejam:

    Vou trocar todos por FAZER...

    "E, para garantir‐se" E, para fazer.. (infinitivo)

    "é preciso cuidar" É preciso fazer... (infinitivo)

    "para não desmoralizar " para não fazer... (infinitivo)

    "Da próxima vez que desesperar" Da próximo vez que fazer???? ou da próxima vez que fizer? Fizer! (futuro)

    "que alguma notícia de Brasília lhe enojar " que alguma notícia de Brasília lhe fazer? ou fizer? Fizer (futuro)

  • Gab A

    Os verbos 1,2 e 3 são formas de infinitivo, (para fazer; é preciso fazer; para não fazer), enquanto as formas 4 e 5 apresentam conjugações de futuro do subjuntivo (da próxima vez que fizer; que alguma notícia lhe fizer).

  • O modo subjuntivo apresenta conjunção antes do modo verbal. (quando, se, que).