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ID
5578045
Banca
IESES
Órgão
Prefeitura de Palhoça - SC
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder à questão, leia o fragmento abaixo, extraído do conto Amor, de Clarice Lispector.


No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera. 

Acerca das ideias do texto, leia as assertivas:


I. A frase Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas atesta que o texto está narrado em primeira pessoa.

II. Os elementos apresentados no texto indicam que a personagem é casada, possui filhos e que, ao longo de sua existência, teve uma vida sem grandes embaraços ou necessidades existenciais.

III. Há, no texto, muitos verbos conjugados no pretérito mais-que-perfeito, cuja utilização é muito limitada e, portanto, são verbos pouco utilizados na linguagem coloquial.


Pode-se afirmar que: 

Alternativas
Comentários
  • I - Falso. O texto é narro em terceira-pessoa, pois quem narra é pessoa diversa do personagem textual. Perceba isso pelo uso de referências na terceira pessoa: ela; dela.

    II - Falso. O personagem passa, sim, por uma crise existencial:

    • No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado

    III - Certo. O verbo indicativo no tempo pretérito mais-que-perfeito indica um passado mais distante ainda do que o pretérito perfeito. Seu uso é incomum e de uso limitado, pois para usá-lo, faz-se necessário que já se tenha outro(s) elemento(s) que faça referência a um passado mais próximo.

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    Gabarito (C)

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    Boa sorte e bons estudos.