Questão 5580859

• Banca: IESES
• Órgão: Prefeitura de Palhoça - SC
• Ano: 2022
• Provas: IESES - 2022 - Prefeitura de Palhoça - SC - Psicólogo Autárquico
• Disciplina: Português
• Assuntos: Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo); Flexão verbal de número (singular, plural); Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa); Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro); Interpretação de Textos; Morfologia - Verbos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para responder à questão, leia o fragmento abaixo, extraído do conto Amor, de Clarice Lispector. 

No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.

Acerca das ideias do texto, leia as assertivas:

I. A frase Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas atesta que o texto está narrado em primeira pessoa.

II. Os elementos apresentados no texto indicam que a personagem é casada, possui filhos e que, ao longo de sua existência, teve uma vida sem grandes embaraços ou necessidades existenciais.

III. Há, no texto, muitos verbos conjugados no pretérito mais-que-perfeito, cuja utilização é muito limitada e, portanto, são verbos pouco utilizados na linguagem coloquial.

Pode-se afirmar que:

• A. As assertivas I, II e III estão corretas. 
• B. Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
• C. Apenas a assertiva II está correta.  
• D. Apenas a assertiva III está correta. 

Gabarito: D

Comentários

• A QUESTÃO COBROU DO CANDIDATO CONHECIMENTO EM COMPREENSÃO DE TEXTO E MORFOLOGIA (VERBOS)

  I - ERRADO - O narrador onisciente é aquele em terceira pessoa e tem total conhecimento dos fatos e dos personagens. Assim, ele conhece o passado, o presente e o futuro dos personagens, bem como seus pensamentos e sentimentos.

  II - ERRADO - Como dispõe o texto "[...] Por caminhos tortos, viera a cair no destino de mulher[...]" resta mais que demonstrado que a personagem teve uma vida conturbada.

  III - CERTO - "tivera" "dera" "viera" "casara" "encontrara" "sucedera" "confundira" "quisera" são alguns dos verbos presentes no textos conjugados no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Esse tipo de conjugação exprime um fato concluído no passado em relação a outro fato, tem muito uso na linguagem formal, principalmente nos clássicos a literartura.

  Gabarito: D)

  Fonte: https://www.portugues.com.br/literatura/tiposdenarrador.html#:~:text=Machado%20de%20Assis.-,Narrador%20observador,paisagem%20quando%20desceram%20a%20colina.

  Martino, Agnaldo. Português esquematizado® : gramática, interpretação de texto, redação oficial,redação discursiva / Agnaldo Martino. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza). P.142

• II. Os elementos apresentados no texto indicam que a personagem é casada, possui filhos e que, ao longo de sua existência, teve uma vida sem grandes embaraços ou necessidades existenciais.

  Trecho que evidencia que Ana teve grandes embaraços: "Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado."

  Trecho que menciona logo no início que Ana possuía necessidades existenciais: "No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas."

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• O propósito da linguagem coloquial é tornar o diálogo mais rápido, espontâneo e de fácil compreensão entre as pessoas envolvidas. Assim, quando alguém diz “me espere às 18h50, no metrô” está usando a linguagem coloquial, pois na forma culta da língua fala-se “espere-me às 18h50, no metrô”.