SóProvas


ID
5601916
Banca
FGV
Órgão
PC-RJ
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A frase abaixo em que a oração adjetiva destacada foi substituída adequadamente por um adjetivo é: 

Alternativas
Comentários
  • Gabarito na alternativa E

    Faço importante adendo a informações aqui presentes. Não caiam em achismos e interpretações equivocadas.

    É incorreto afirmar que: "orações adjetivas sempre exercerão função sintática de adjunto adnominal".

    Quando falamos de orações adjetivas, orações introduzidas por pronome relativo e ligadas diretamente a termo nominal - em Portugal orações relativas - possuímos duas classificações pertinentes:

    Orações adjetivas restritivas: "Os alunos que são estudiosos passaram de ano."

    Orações adjetivas explicativas: "Os alunos, que são estudiosos, passaram de ano."

    Nas orações adjetivas restritivas, a construção oracional é ligada diretamente ao termo referente sem intermédio de pontuação que a isole, constituindo parte integrante do nome. Nas palavras do ilustre gramático Rocha Lima:

    "A oração RESTRITIVA tem por ofício delimitar o antecedente, com o qual forma um todo significativo; em razão disso, não pode ser suprimida, sob pena de a oração principal ficar prejudicada em sua compreensão."

    Dai por que classificarmos a oração adjetiva restritiva, quando de sua função sintática, como adjunto adnominal.

    Situação diferente ocorre com a contraparte explicativa, a qual embora de mesma estrutura, apresenta certa independência em relação ao termo nominal, sendo sempre inserta com auxílio de pontuação.

    Rocha Lima faz breve conceituação das orações adjetiva explicativas:

    "A oração EXPLICATIVA é termo adicional, que encerra simples esclarecimento ou pormenor do antecedente — não indispensável para a compreensão do conjunto."

    Por sua natureza que conserva certo grau de independência, e percebam que a oração explicativa não é parte do nome, como ocorre com sua forma restritiva, mas apenas pormenor a ele ligado, sua função sintática aproxima-se da função apositiva, não sendo correto classificá-la como adjunto adnominal.

    É mister perceber que essa incompatibilidade deriva de dois pontos: a impossibilidade do adjunto, termo integrante do nome, vir deste separado por sinal de pontuação; a função apenas semanticamente acessória que a oração explicativa assume na oração.

    Assim também ensina Bechara, em sua Moderna Gramática Portuguesa, ao classificar a oração adjetiva explicativa como simples "apêndice", e não parte constituinte, do termo nominal:

    "A oração adjetiva também conhece esses dois valores; a adjetiva explicativa alude a uma particularidade que não modifica a referência do antecedente e que, por ser mero apêndice, pode ser dispensada sem prejuízo total da mensagem."

    E, de forma mais explícita, Celso Cunha, em sua Nova Gramática do Português Contemporâneo:

    "É a oração que funciona como aposto explicativo. É sempre iniciada por um pronome relativo e, da mesma forma que o aposto explicativo, é separada por vírgulas, dois pontos, parênteses ou travessões. Aqui é mais comum o uso de vírgulas (...)"

    São, portanto, as orações adjetivas explicativas formas de aposto explicativo do termo nominal.

  • Caros alunos, todas as informações disponibilizadas em comentário anterior podem ser conferidas na integra nas respectivas obras:

    Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p.490;

    Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa, p.337;

    Celso Cunha, Nova Gramática do Português Contemporâneo, p.422;

    Alguns alunos me questionaram em privado sobre a causa dessa "duplicidade de classificações".

    Ocorre que, na língua portuguesa falada em Portugal, as orações adjetivas são chamadas relativas, isso devido ao fato de serem encabeçadas por forma pronominal relativa que retoma sempre termo nominal antecedente.

    A principal forma de oração relativa, para nós adjetiva, é a forma restritiva: apresentada sem pontuação, diretamente ligada ao nome. Sendo desta derivada a variante posterior, pontuada, chamada explicativa.

    Percebam que, se tomarmos como exemplo uma oração munida de um clássico aposto, e um período munido de oração adjetiva explicativa, não teremos grandes diferenças sintáticas e semânticas para além da natureza dos termos:

    "Os alunos, todos estudiosos, tiraram boas notas." - oração munida de adjetivo em função de aposto;

    "Os alunos, que eram estudiosos, tiraram boas notas." - período munido de oração adjetiva explicativa;

    Qual seria, então, a utilidade de classificarmos duas estruturas semelhantes como se funções sintáticas diversas fossem?

    Em algum momento não tão recente, alguma gramática citou de forma genérica que: "orações relativas exercem função de adjunto adnominal" - fazendo referência a sua apresentação clássica, restritiva, mas sem ter o cuidado de diferenciar sua contraparte explicativa, o que bastou para que se criasse uma onda de gramaticas reproduzindo a afirmação genérica.

    De mais a mais, é perceptível nas gramáticas de Rocha Lima, Bechara e Celso Cunha, para citar alguns dos mais notáveis gramáticos brasileiros, que a diferenciação na função sintática dos termos existe, mas apenas falham alguns materiais em não citá-la de forma explicita. Normalmente as gramáticas portuguesas lidam com o assunto melhor que as brasileiras.

    Trago passagem de lição proferida pela ilustre professora portuguesa Sandra Duarte Tavares, do consultório online Ciberdúvidas de Língua Portuguesa:

    "As orações subordinadas relativas restritivas são orações introduzidas por pronomes relativos e têm por função delimitar o universo de seres representado pelo nome que antecede o relativo. Desempenham a função sintática de modificador restritivo.

    (...)

    As orações subordinadas relativas explicativas são orações introduzidas por pronomes relativos e têm por função fornecer um esclarecimento adicional acerca do nome que antecede o relativo. Desempenham a função sintática de modificador apositivo e são sempre separadas por vírgulas."

    ---

    Por fim, reitero, busquem por professores capacitados, há muitos na plataforma! O português pode ser simples, mas pode pregar armadilhas aos desavisados, não deixem seus estudos a mercê de interpretações equivocadas!

  • Professor, obrigado pela agilidade em nos responder, e pela aula que deu gratuitamente kkk

    É uma pena que o Qconcursos esteja virando uma "rede social" sem moderação, você e o Shelking, como sempre, que nos salvam!!!

  • Por isso que eu falo e repito: A nossa língua é um mundo de inutilidade. Coisas extremamente desnecessárias, prolixas e sem lógica, não em sua totalidade, mas em grande parte.

  • Díficil é a preguiça da banca em destacar o período com mais força tipo um negrito ! dá é ódio

  • É isto q a FGV quer: caos!

  • GAB-E

    A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido / multiplicado.

    DIGAM NÃO PARA FGV.

    Um coração ferido, por metro quadrado.

    CONTINUE ESTUDANDO!!

  • multiplicável = multiplicado. Agora pronto.=/

  • Com todo respeito, fgv, vá tomar no C#!

  • A questão ficou um pouco confusa pra mim porque quase não identifiquei onde estava a parte destacada. Demorei pra entender, mas quando cheguei à última alternativa, finalmente fez sentido.

  • Questão difícil a primeira vista. Porém, se fizermos assim "A felicidade é um bem multiplicado ao ser dividido" a questão sai mais fácil. A oração adjetiva destacada é "que se multiplica" e substituindo por "multiplicado" faz sentido, ficando correta.

  • eu odeio a FGV
  • fgv fdp

  • essa frase esta exercendo uma condição. não achei correto esse raciocínio.

  • A parte destacada está em itálico, por isso muitos não estão conseguindo identificar. Quase tive que entrar na tela do computador pra perceber a diferença.

    Irei sublinhar as partes destacadas:

    A) O crítico de rock é alguém que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para gente que não sabe ler / muda;

    "Gente que não sabe falar" significa pessoas que não sabem se expressar, que não conseguem se comunicar de acordo com a situação.

    B) Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / bem-aceito; 

    Pra mim a substituição não faz sentido.

    C) Você não será feliz com mais até ser feliz com o que você já tem / comprado;

    "O que você tem" não necessariamente significa algo comprado. Pode ser, mas no contexto não significa uma substituição correta.

    D) Felicidade é como uma flor que não se deve colher / acolhedora;

    Não tem o mesmo sentido.

    E) A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido / multiplicado.

    Um "bem que se multiplica" pode ser corretamente substituído por "um bem multiplicado"

    Gabarito: Letra E

  • Se a banca já não fosse cansativa o suficiente, ela resolve destacar um trecho usando itálico. Eu fiz essa prova e na hora fiz um esforço danado pra enxergar. Nem pra colocar negrito ou sublinhado pra ficar evidente. A FGV maltrata as pessoas até nisso.

  • Para a galera que não sabe o que é oração subordinada adjetiva, ai vai um breve resuminho:

    Oração Subordinada adjetiva (Sempre introduzida por um pronome relativo)

    Geralmente o QUE (mas podem vir outros)

    Sabe por que uma oração subordinada adjetiva é chamada de ADJETIVA? Ela ocupa a posição de um termo de valor adjetivo. Veja:

    ·        O rapaz que é inteligente chegou.

    ·        O rapaz inteligente chegou.

    ➥ Note que a oração que é inteligente pode ser substituída por um termo de valor adjetivo: inteligente.

    Sobre a função sintática dessa oração subordinada, saiba que sempre exerce função sintática de adjunto adnominal.

    Orações adjetivas (Restritivas VS Explicativas)

    Diferenças Importantes:

    1-    Morfologia: as duas orações equivalem a adjetivo;

    2-    Semântica: ambas possuem, pela presença ou ausência de vírgulas, sentidos diversos;

    a)   Com virgulas - Explicativa

    b)  Sem virgulas – restritiva

    3-   Sintaxe: as duas orações são adjuntos adnominais.

  • E toma-le cacetada...

  • Daqui uns dias teremos que responder perguntas em branco. Essas bancas estão beirando a demência para tentar dificultar a resolução. Só sendo Mãe Diná mesmo.

  • Se não estivesse com óculos teria errado a questão

  • quase não consigo entender, mas acertei.

  • socooooorroooo!!

  • eu errei , não entendi a questão .
  • Não tem jeito, tem que brigar com a banca sim. Eu eliminei a letra E porque entendi que algo que se multiplica é um ato contínuo, sempre vai se multiplicar enquanto for dividido, agora a palavra multiplicado na minha opinião não exerce essa mesma função.

  • OBRIGADO !

    NÃO ESTAVA ENTENDENDO NADA!

    ESTAVA ANALISADO A FRASES POR INTEIRO.

  • Primeiro a felicidade é como uma bola e para quando chuta. Agora a felicidade se multiplica. Parece que a felicidade depende de quantos chutes a gente dar na bola da vida.

    Que tanto romantísmo essa FGV.

    Gabarito E.

  • Daqui uns dias vai ser assim -> Feijão com arroz e carne, quem comeu a carne?

  • Sem mais...uma banca de outro mundo.

  • GABARITO E

    e) A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido / multiplicado.

    A felicidade é um bem multiplicado.

  • Pra mim muItipIicado é o verbo no particípio. Não adjetivo

  • Ah que saudades de vc, Cebraspe.

  • A) O crítico de rock é alguém que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para gente que não sabe ler / muda;

    • muda aqui não é literal

    B) Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / bem-aceito; 

    • consegui o que quer não é necessariamente ser bem aceito

    C) Você não será feliz com mais até ser feliz com o que você já tem / comprado;

    • comprado ou comprou ?

    D) Felicidade é como uma flor que não se deve colher / acolhedora;

    • colher = retirar
    • acolher = tratar bem

    E) A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido / multiplicado.

    • correto, A felicidade é um bem multiplicado ao ser dividido

  • Demorei até compreender o que abanca queria, mas confesso que a principio fiquei voando, mas deu pra acertar quando caiu a ficha.

  • Para mim, muda fazia muito mais sentido como adjetivo do que multiplicado.

  • Mesmo acertando eu fico apreensiva, o negócio é pegar o jeito. Infelizmente não mede conhecimento, mas persistência.