Texto IV
O texto abaixo é um fragmento do poema
“Navio Negreiro”, da poeta contemporânea
Maria Duda. Considere-o para responder à questão.
[...]
Agora, voltando à escravidão
Vocês só a aboliram porque não tiveram opção
Foi o homem branco tremendo
Senhor de engenho correndo
Capataz atrás morrendo
Até o sol raiar
Foi quilombola crescendo
Palmares tava dizendo
Enquanto Xangô tava vendo
Até o sol raiar
E os meus atentos ancestrais já percebiam que
vocês estavam
Estremecendo por mais medo do que cabe
E que o negro é forte e resistiu até a morte
Não adianta mais mentir que a gente sabe
(DUDA, Maria. Navio Negreiro. Rio de Janeiro:
Malê, 2019, p. 28-29)
Ingedore Koch lembra-nos de que “a coerência
não constitui uma propriedade ou qualidade do
texto em si” uma vez que um texto só é
coerente para alguém “em dada situação de
comunicação específica” (2012, p.21). Nesse
sentido, além dos elementos linguísticos, para
que o texto acima ganhe coerência, é preciso
considerar também: