GAB: D
O pluralismo de bem-estar se caracteriza pela “[...] ação compartilhada do Estado, do mercado (incluindo as empresas) e da sociedade (organizações voluntárias, sem fins lucrativos, a família ou rede de parentesco) na provisão de bens e serviços que atendam as necessidades humanas básicas” (PEREIRA, 2009, p. 199). Na verdade, para além de uma divisão de tarefas entre Estado, mercado e sociedade, o que fundamenta este modelo plural, sob influência da concepção neoliberal, é a invocação da sociedade como principal agente de bem-estar, em detrimento da primazia do Estado nesse processo. Diante disso, assiste-se a uma supervalorização da família no âmbito das políticas sociais públicas, bem como em relação ao cuidado e proteção de seus membros, sendo alvo de maiores encargos em relação à inserção social dos jovens, ao cuidado com as crianças, idosos e pessoas com deficiência, ao cuidado de longa duração diante do aumento do tempo de dependência dos filhos (principalmente pela ampliação dos anos de estudo), entre outros encargos. Nisso, a mulher geralmente é a mais afetada e sobrecarregada, justamente por ser dela “[...] que se espera a renúncia das conquistas no campo do trabalho e da cidadania social, pois se presume que o foco central de suas preocupações continua sendo a casa, enquanto o do homem ainda é o local de trabalho” (PEREIRA, 2008, p. 39).
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