A partir de uma orientação teórica marxista e freudiana, Walter Benjamin inicia a discussão com o surgimento da reprodução técnica: os gregos conheciam a fundição e o relevo por pressão, logo reproduziam moedas, trabalhavam o bronze e o barro cozido. Com a gravura em madeira, pela primeira vez se reproduziu o desenho, antes da imprensa multiplicar a escrita. A idade média conheceu a xilogravura, gravura em metal e água-forte e, no séc. XIX, a litografia. A arte gráfica definitivamente passou a ilustrar o cotidiano, por isso se tornou íntima colaboradora da imprensa. Em poucas décadas, nasce a fotografia e a idéia da velocidade de captação da imagem, o olho que capta mais rápido o cotidiano que a mão no desenho. É o germe do cinema.
Walter Benjamin aponta para algumas questões importantes como a noção de autenticidade, o valor de culto e a unicidade na obra de arte. O “hic et nunc” do original constitui o que chama de autenticidade, a unicidade de sua presença no próprio local onde ela se encontra. No entanto, esse conceito não tem sentido para uma reprodução, técnica ou não, pois esta noção escapa a toda reprodução, estabelece então diferenciações e níveis na própria autenticidade. Como afirma o autor:
O que faz com que uma coisa seja autêntica é tudo o que ela contém de originariamente transmissível, desde sua duração material até seu poder de testemunho histórico. Como esse testemunho repousa sobre essa duração, no caso da reprodução, em que o primeiro elemento escapa aos homens, o segundo - o testemunho histórico da coisa - encontra-se igualmente abalado. Não em dose maior, por certo, mas o que é assim abalado é a própria autoria da coisa (p. 225).
http://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/130/1487